
domingo, 30 de janeiro de 2011
RESUMO DA EDIÇÃO DE FEVEREIRO
JORNAL FOLCLORE
Praceta Pedro Escuro, 5 – 2.º Dt.º - 2000-183 Santarém
Apartado 518 2000–906 SANTARÉM
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E-mail: jornalfolclore@gmail.com
Telefone e Fax: 243 599 429 – TM 919126732
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N.º 180 (FEVEREIRO)
TÍTULOS DA EDIÇÃO
EDITORIAL
O FOLCLORE DA ESTATÍSTICA
O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou nos últimos dias de Dezembro passado os dados da cultura referentes ao ano de 2009. Relativamente aos números arrolados de espectadores que assistiram a espectáculos culturais – cerca de 10 milhões – o folclore regista uma assistência de 5% do total de espectadores que viram espectáculos culturais, ou seja 500 mil. Deduz-se que o número encontrado se refira a espectáculos com entradas pagas. A esmagadora maioria dos Festivais e Festas são, como se sabe, de entrada livre.
Naturalmente que os números não se aproximam da realidade quando é sabido que não existe qualquer controle das assistências aos eventos exclusivamente participados por grupos folclóricos. Os resultados teriam sido bem diferentes se houvesse a obrigatoriedade da apresentação dos dados pelos promotores dos eventos para efeitos de estatística. O que, como se sabe, não acontece.
Com efeito, calcula-se que num ano possam ter realização efectiva mais de duas mil realizações de cariz tradicional/folclórico. Considerando que muitos Festivais têm uma assistência média de vários milhares de espectadores, fácil será concluir que o número de assistentes registado pelo Instituo Nacional de Estatística estará muito aquém do referido na estatística agora divulgada.
Refira-se que o Ministério da Cultura financiou as actividades culturais em 2009 com 212 milhões de euros. Qual a fatia do enorme bolo que coube ao movimento folclórico, concretamente às grande realizações de âmbito nacional e internacional?
Registe-se também que, ainda segundo o INE, a receita dos espectáculos de folclore foi de 39,5 mil de euros. O Estado terá arrecadado em impostos directos qualquer coisa como 8.400 euros (1.680 contos).
O director
Naturalmente que os números não se aproximam da realidade quando é sabido que não existe qualquer controle das assistências aos eventos exclusivamente participados por grupos folclóricos. Os resultados teriam sido bem diferentes se houvesse a obrigatoriedade da apresentação dos dados pelos promotores dos eventos para efeitos de estatística. O que, como se sabe, não acontece.
Com efeito, calcula-se que num ano possam ter realização efectiva mais de duas mil realizações de cariz tradicional/folclórico. Considerando que muitos Festivais têm uma assistência média de vários milhares de espectadores, fácil será concluir que o número de assistentes registado pelo Instituo Nacional de Estatística estará muito aquém do referido na estatística agora divulgada.
Refira-se que o Ministério da Cultura financiou as actividades culturais em 2009 com 212 milhões de euros. Qual a fatia do enorme bolo que coube ao movimento folclórico, concretamente às grande realizações de âmbito nacional e internacional?
Registe-se também que, ainda segundo o INE, a receita dos espectáculos de folclore foi de 39,5 mil de euros. O Estado terá arrecadado em impostos directos qualquer coisa como 8.400 euros (1.680 contos).
O director
NOTA EDITORIAL
O TRIÉNIO
A assembleia-geral da Federação do Folclore Português elegeu nos primeiros dias de Dezembro passado os seus corpos sociais para o exercício do triénio 2011/2013. A tomada de posse verificou-se no início de Janeiro, como damos conta na página 3 desta edição.
São conhecidas as dificuldades que se conjecturam para o novo triénio. No início do anterior mandato o movimento folclórico ficou suspenso nas anunciadas medidas de fundo para a credibilização do folclore federado. Algum traquejo e experiência não deixam de estar já associados ao trabalho que ora se reinicia, na medida em que foram reeleitos os principais figurantes do elenco antecedente. Porventura o exercício terminado exigia um maior esforço num tão esperado “arrumar da casa”, no que concerne à exigência do cumprimento das regras estatutárias pelos grupos membros que disciplinam o movimento federado, que há muito deveria aparecer aos olhos do universo folclórico nacional como um modelo de representatividade da etnografia e do folclore do País. Apesar do tempo, continua a não sê-lo.
Foi pedido no início do anterior exercício “determinação e energia” aos eleitos, e em especial aos Conselheiros Técnicos Regionais. Pouco se fez, pelo menos em serviço visível, que mostrasse um pouco que fosse relativamente às metas traçadas. Alguns descuidos de retratação tradicional, continuam a ser farinha do mesmo saco num celeiro que deveria recolher somente “cereal” de primeira. A incerteza sobre a qualidade representativa dum grupo federado terá de ser coisa do passado. É preciso que os promotores de bons espectáculos folclóricos, estejam seguros de uma efectiva representatividade por um grupo membro da Federação.
Não se duvida do sacrifício e dedicação dos dirigentes eleitos, mas é preciso que haja mais inflexibilidade. Ou seja, antes quebrar que torcer. Também a “determinação” que foi pedida aos CTRs pelo próprio líder. Melhorar os resultados não pode continuar a ser uma questão de fé e esperança, mas uma realidade consistente e duradoura. O triénio que agora começa deve ser, assim, de exigência pelo rigor. Esse é o desafio. Que o tempo não seja só para a fotografia de pose. É preciso, mais que nunca, estar num tempo com os olhos postos no futuro, para credibilidade e reputação do próprio folclore. Essa credibilidade só pode partir da actividade reguladora de uma parte do movimento folclórico nacional – os grupos federados. E se as prometidas “vassouradas” limparem algum joio que seja, então que haja, finalmente, coragem para o fazer, não deixando de novo a vassoura atrás da porta.
O director
DESTAQUES
CARTAXO
CASA BRINCHEIRO: QUATRO DÉCADAS
A "VESTIR O FOLCLORE NACIONAL
Por: Manuel João Barbosa
Há quase 40 anos a confeccionar trajes etnográficos para ranchos e grupos de folclore de todo o País e das comunidades portuguesas no estrangeiro, a Casa Brincheiro assume-se como líder do mercado na confecção de indumentárias tradicionais. Um stock imenso de tecidos de textura tradicional e uma eficiente equipa de costureiras e bordadeiras mestres na confecção dos mais variados tipos de trajes, permite à popular casa oferecer um trabalho rápido e a contento. O slogan “O que você quer, a Casa Brincheiro tem” faz jus ao vasto recheio que enche imensas prateleiras e dezenas de gavetas do velhinho estabelecimento.
As primeiras portas da Rua Batalhoz, do n.º 1 A ao 1 D, no Cartaxo, são as entradas da Casa Brincheiro – a casa dos tecidos tradicionais. Paredes-meias com o Largo do Município, mesmo no centro da bonita vila ribatejana, a mais antiga e popular casa cartaxeira, está prestes a comemorar um século de uma seleccionada actividade comercial.
(Desenvolvimento na edição impressa)
FOLCLORE NAS CASAS TÍPICAS DE LISBOA.
ENTRE O ÓPTIMO E O PICTÓRICO
Textos e fotos: Manuel João Barbosa
Grupos semi-profissionalizados, estruturalmente organizados, mostram diariamente o folclore de diversas regiões do País nalgumas Casas Típicas de Lisboa, para gáudio de estrangeiros e nacionais. Entre o pitoresco, o colorido e o pictórico sobressaem apontamentos de boa retratação. Sempre implícito está a festa e a alegria. Algum ritmo das coreografias e a musicalidade das melodias arrebatam o mais cândido comensal. As figuras esbeltas dos dançarinos agarram a assistência. O entusiasmo invade a sala. O folclore português conquista todos!
A nossa reportagem passeou-se por quatro locais da capital que oferecem o tipicismo português como consumo inevitável, numa ementa que apraza pela gastronomia e pela festa do folclore. E a vontade de fazer um pé-de-dança apodera-se por vezes de alguns…
Como que uma saborosa e alegre sobremesa, várias Casas Típicas da capital continuam a oferecer como acepipe nos seus cardápios alguns momentos de folclore. Cada noite, a par do Fado, o Folclore é o prato forte da animação que é oferecida aos clientes na pós-refeição. O Ribatejo, o Minho e a Nazaré são, por regra, os estereótipos exclusivos das funções tradicionais que são oferecidos aos comensais. Os trajes são preparados para sugestionar de forma agradável, sendo os figurinos, nalguns casos, ajeitados por forma a tornar os executantes figuras graciosas e atraentes. O mesmo se passa com as melodias e as próprias coreografias, também escolhidas pela alegria e algum ritmo das composições. A finalidade é oferecer festa como remate do repasto.
NOTÍCIAS
- Debate. Ausência e necessidade. Faltou a discussão no Fórum Associ’Arte em Vila Nova de Famalicão
- Cancioneiro de Cantanhede vai finalmente dispor de instalações próprias
- Rancho Regional da Casa do Povo de Ílhavo comemorou o 27.º aniversário
- Tomaram posse os novos corpos sociais da Federação
- ‘Engenheiros’ cantaram as Janeiras ao Primeiro Ministro. Ou outra coisa?
- Reisadas e Cantares ao Menino maravilharam na Igreja da Graça, em Lisboa
- Rancho da Senhora do Monte de Pedroso reuniu em convívio
- Grupo Típico de Ançã celebrou aniversários dos seus elementos
- Encontro Nacional de Acordeonistas em Ponte de Sor
- Rancho de Paranhos cantou ao Natal e aos Reis
- Rancho S. Pedro da Belavista festejou o 20.º aniversário
- Etnográfico de Lorvão organizou Encontro de Cantares do Ciclo Natalício
OPINIÃO
- Congressos e mais Congressos, pelo Dr. Mário Nunes
- Cancioneiro de Cantanhede vai finalmente dispor de instalações próprias
- Rancho Regional da Casa do Povo de Ílhavo comemorou o 27.º aniversário
- Tomaram posse os novos corpos sociais da Federação
- ‘Engenheiros’ cantaram as Janeiras ao Primeiro Ministro. Ou outra coisa?
- Reisadas e Cantares ao Menino maravilharam na Igreja da Graça, em Lisboa
- Rancho da Senhora do Monte de Pedroso reuniu em convívio
- Grupo Típico de Ançã celebrou aniversários dos seus elementos
- Encontro Nacional de Acordeonistas em Ponte de Sor
- Rancho de Paranhos cantou ao Natal e aos Reis
- Rancho S. Pedro da Belavista festejou o 20.º aniversário
- Etnográfico de Lorvão organizou Encontro de Cantares do Ciclo Natalício
OPINIÃO
- Congressos e mais Congressos, pelo Dr. Mário Nunes
SECÇÕES
- ESFINGE – Direitos e linhas tortas , pelo Dr. Aurélio Lopes
- TRADIÇÃO / INOVAÇÃO – Recolher nos documentos , pelo Eng.º Manuel Farias
PORQUE NÃO TE CALAS?
Alteração morada
Informamos que o endereço postal do Jornal Folclore passa a ser o seguinte:
Praceta Pedro Escuro, 5 – 2.º Dt.º - 2000-183 Santarém.
Agradece-se contudo que toda a correspondência
seja enviada exclusivamente
ao Apartado 518 – 2000-906 Santarém
A S S I N E
Subscreva a assinatura enviando o pedido
ao Apartado 518 – 2000-906 SANTARÉM
ou e-mail: jornalfolclore@gmail.com
Europa: 20,00 € * Europa: 25,00 € * Fora da Europa 30,00 €
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Edição de Fevereiro
FOLCLORE NAS CASAS TÍPICAS DE LISBOA
ENTRE O ÓPTIMO E O PICTÓRICO
Grupos semi-profissionalizados, estruturalmente organizados, mostram diariamente o folclore de diversas regiões do País nalgumas Casas Típicas de Lisboa, para gáudio de estrangeiros e nacionais. Entre o pitoresco, o colorido e o pictórico sobressaem apontamentos de boa retratação. Sempre implícito está a festa e a alegria.
(Desenvolvimento em 6 páginas da edição em papel)
FOLCLORE NAS CASAS TÍPICAS DE LISBOA
ENTRE O ÓPTIMO E O PICTÓRICO
Grupos semi-profissionalizados, estruturalmente organizados, mostram diariamente o folclore de diversas regiões do País nalgumas Casas Típicas de Lisboa, para gáudio de estrangeiros e nacionais. Entre o pitoresco, o colorido e o pictórico sobressaem apontamentos de boa retratação. Sempre implícito está a festa e a alegria.
(Desenvolvimento em 6 páginas da edição em papel)
sábado, 15 de janeiro de 2011
ALGUNS TÍTULOS DA EDIÇÃO DE FEVEREIRO
JORNAL FOLCLORE
Praceta Pedro Escuro, 5 – 2.º Dt.º - 2000-183 Santarém
Apartado 518 2000–906 SANTARÉM
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Telefone e Fax: 243 599 429 – TM 919126732
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ALTERAÇÃO MORADA
Informamos que o endereço postal do Jornal Folclore
é o seguinte:Praceta Pedro Escuro, 5 – 2.º Dt.º - 2000-183 Santarém.
Agradece-se contudo que toda a correspondência seja enviada
exclusivamente ao Apartado 518 – 2000-906 Santarém
EDITORIAL
- O folclore da Estatística
NOTA EDITORIAL
- O triénio
DESTAQUES
- Folclore nas Casas Típicas de Lisboa
O óptimo, o razoável e o pictórico. A nossa reportagem passeou-se por quatro locais da capital que oferecem o tipicismo português como consumo inevitável numa ementa que apraza pela gastronomia e pela festa do folclore.
- CARTAXO: CASA BRINCHEIRO. Quatro décadas a ‘vestir’ o folclore nacional
- Tomaram posse os novos corpos sociais da Federação
NOTÍCIAS
- Debate. Ausência e necessidade. Faltou a discussão no Fórum Associ’Arte em Vila Nova de Famalicão
- ‘Engenheiros’ cantaram as Janeiras ao Primeiro Ministro. Ou outra coisa?
- Reisadas e Cantares ao Menino maravilharam na Igreja da Graça, em Lisboa
- Cancioneiro de Cantanhede vai finalmente dispor de instalações próprias
- Rancho Regional da Casa do Povo de Ílhavo comemorou o 27.º aniversário
- Etnográfico de Lorvão organizou Encontro de Cantares do Ciclo Natalício
OPINIÃO
- Congressos e mais Congressos. Pelo Dr. Mário Nunes
- Representatividade etnográfica. Algumas reflexões e considerações (II). Pelo Dr. Daniel Calado Café
SECÇÕES:
- ‘Engenheiros’ cantaram as Janeiras ao Primeiro Ministro. Ou outra coisa?
- Reisadas e Cantares ao Menino maravilharam na Igreja da Graça, em Lisboa
- Cancioneiro de Cantanhede vai finalmente dispor de instalações próprias
- Rancho Regional da Casa do Povo de Ílhavo comemorou o 27.º aniversário
- Etnográfico de Lorvão organizou Encontro de Cantares do Ciclo Natalício
OPINIÃO
- Congressos e mais Congressos. Pelo Dr. Mário Nunes
- Representatividade etnográfica. Algumas reflexões e considerações (II). Pelo Dr. Daniel Calado Café
SECÇÕES:
- ESFINGE – , pelo Dr. Aurélio Lopes
- TRADIÇÃO / INOVAÇÃO – , pelo Eng.º Manuel Farias * PORQUE NÃO TE CALAS?
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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
JORNAL FOLCLORE
Praceta Pedro Escuro, 5 – 2.º Dt.º - 2000-183 Santarém
Apartado 518 2000–906 SANTARÉM – E-mail: jornalfolclore@gmail.com
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RESUMO DA EDIÇÃO 179 (JANEIRO 2011)
EDITORIAL
PARECE MAS NÃO É
Saberão alguns grupos que, mudando de farpela e cantarolando de forma algo despropositada cânticos Natalícios estarão desviados de uma efectiva representação etnográfica? Falamos dos trechos anunciados como populares / tradicionais e que mais não são do que temas de composição conhecida. A atender àquilo que se ouve no desempenho de alguns grupos, ficam sérias dúvidas sobre o rigor da representação. Com efeito, em muitos casos as cantilenas ditas de Natal, que se queriam da inventiva popular de tempos idos, mais não são que actuais composições poéticas (?), que se ajuntam a melodias religiosas contemporâneas, rebuscadas nas práticas sacerdotais de hoje.
A completa ausência de uma pesquisa, judiciosa e sensata, das cantigas populares que aludem ao Natal, ao nascimento de Jesus e às três divindades, é o mal de todos os males na reprodução d e alguns cânticos que se ouvem na quadra Natalícia interpretados por grupos folclóricos, porque não são trechos da nossa etnografia, ou seja, são temas de conhecida criação e de um tempo actual.
Aquelas loas e cantares da religiosidade popular, criadas e participadas de forma anónima e colectiva entre as diversas comunidades, estarão arredadas do trabalho de alguns grupos por falta de um trabalho de recolha de temas da criação popular. Não cabem neste espaço os registos de desacertos de cantares Natalícios nascidos no seio do movimento folclórico pelo motivo que referimos. São cantigas de má construção (e de mau gosto), a que se junta uma melodia rebuscada nos cânticos religiosos actuais. No conjunto não há facto tradicional com valor etnográfico. Logo a versão criada estará desajustada numa empenhada representação folclórica. Mau grado quando a nódoa cai em bom pano.
O director
A completa ausência de uma pesquisa, judiciosa e sensata, das cantigas populares que aludem ao Natal, ao nascimento de Jesus e às três divindades, é o mal de todos os males na reprodução d e alguns cânticos que se ouvem na quadra Natalícia interpretados por grupos folclóricos, porque não são trechos da nossa etnografia, ou seja, são temas de conhecida criação e de um tempo actual.
Aquelas loas e cantares da religiosidade popular, criadas e participadas de forma anónima e colectiva entre as diversas comunidades, estarão arredadas do trabalho de alguns grupos por falta de um trabalho de recolha de temas da criação popular. Não cabem neste espaço os registos de desacertos de cantares Natalícios nascidos no seio do movimento folclórico pelo motivo que referimos. São cantigas de má construção (e de mau gosto), a que se junta uma melodia rebuscada nos cânticos religiosos actuais. No conjunto não há facto tradicional com valor etnográfico. Logo a versão criada estará desajustada numa empenhada representação folclórica. Mau grado quando a nódoa cai em bom pano.
O director
NOTA EDITORIAL
CONGRESSOS
A Federação do Folclore Português voltou a reunir em Congresso os representantes legais dos seus grupos membros. No espaço de dois meses o organismo chama a duas reuniões plenárias o movimento folclórico federado. Haverá porventura um esforço – quanto mais não seja administrativo – para que o trabalho aprovado dos grupos filiados se discipline e se corrija de incorrecções que maculam boa parte da representação folclórica. Os “gritos de Ipiranga” ressoam em cada Congresso, em simples encontros de folcloristas ou em intervenções públicas dos dirigentes. Os reparos ao desempenho de alguns grupos que ostentam o “selo de qualidade”, conferido pelos técnicos do organismo de Arcozelo, são frequentes e repetidos. Os ecos não se têm mostrado intensos e incisivos. Tão pouco terá sido perturbante para alguns dirigentes e responsáveis técnicos, que continuam a fazer valer a velha máxima “Faz o que eu digo, não faças o que eu faço”.
Decerto que no Congresso Nacional realizado há dois meses na Praia da Vitória (Ilha Terceira), foram reforçados os apelos à boa representatividade. E já antes, no Congresso Nacional de Jovens Folcloristas que decorreu em Novembro de 2009, em Guimarães, foram ratificadas por assembleia de mais de mil jovens folcloristas, normas e regras para o melhor desempenho de um sensato projecto de representação tradicional, como: reflectir sobre os desacertos etnográficos; sensibilidade para a triagem dos factos folclóricos; humildade em reconhecer os erros; autenticidade; não adulterar; postura adequada; respeito pela origem. Foram apenas algumas recomendações aprovados pela assembleia de jovens elementos activos de mais de uma centena de grupos de folclore. Porventura constituirão apenas uma página do extenso cardápio de preceitos exigidos pela mostra pública daquilo que são os factos folclóricos, e a que se propõem interpretar os grupos e ranchos de cariz tradicional.
As deliberações votadas em Congresso, e ratificadas por uma assembleia, têm espírito de Lei, e como tal devem ser tidas como regras a respeitar e a cumprir. A não ser assim, não servirá tanto esforço de quem organiza e de quantos participam.
O director
Decerto que no Congresso Nacional realizado há dois meses na Praia da Vitória (Ilha Terceira), foram reforçados os apelos à boa representatividade. E já antes, no Congresso Nacional de Jovens Folcloristas que decorreu em Novembro de 2009, em Guimarães, foram ratificadas por assembleia de mais de mil jovens folcloristas, normas e regras para o melhor desempenho de um sensato projecto de representação tradicional, como: reflectir sobre os desacertos etnográficos; sensibilidade para a triagem dos factos folclóricos; humildade em reconhecer os erros; autenticidade; não adulterar; postura adequada; respeito pela origem. Foram apenas algumas recomendações aprovados pela assembleia de jovens elementos activos de mais de uma centena de grupos de folclore. Porventura constituirão apenas uma página do extenso cardápio de preceitos exigidos pela mostra pública daquilo que são os factos folclóricos, e a que se propõem interpretar os grupos e ranchos de cariz tradicional.
As deliberações votadas em Congresso, e ratificadas por uma assembleia, têm espírito de Lei, e como tal devem ser tidas como regras a respeitar e a cumprir. A não ser assim, não servirá tanto esforço de quem organiza e de quantos participam.
O director
DESTAQUES
CONGRESSO NACIONAL EM AVEIRO REUNIU CENTENAS DE FOLCLORISTAS
Texto e fotos de Manuel João Barbosa
A Federação do Folclore Português reuniu em Congresso os representantes de uma parte dos seus grupos membros. Durante dois dias cerca de setecentos folcloristas estiveram em sessão plenária no Centro Cultural e de Congressos de Aveiro para tratar e debater a actividade do universo do folclore nacional. A assembleia de folcloristas concluiu-se pela aclamação das recomendações, que foram aprovadas por unanimidade.
Uma firme determinação de acudir às dificuldades e obstáculos que se abatem sobre a actividade folclórica nacional, levou ao Centro Cultural e de Congressos de Aveiro cerca de setecentos folcloristas, representantes de grupos membros do folclore federado. Não constituindo o número que era esperado pela organização, assim mesmo poderá dizer-se que a quantidade de congressistas que esteve no magnífico Auditório do Centro de Congressos porventura significará a força movimento folclórico nacional, que fez caminhar até Aveiro também representantes do folclore luso sediado em França e na Suíça.
A Federação do Folclore Português reuniu em Congresso os representantes de uma parte dos seus grupos membros. Durante dois dias cerca de setecentos folcloristas estiveram em sessão plenária no Centro Cultural e de Congressos de Aveiro para tratar e debater a actividade do universo do folclore nacional. A assembleia de folcloristas concluiu-se pela aclamação das recomendações, que foram aprovadas por unanimidade.
Uma firme determinação de acudir às dificuldades e obstáculos que se abatem sobre a actividade folclórica nacional, levou ao Centro Cultural e de Congressos de Aveiro cerca de setecentos folcloristas, representantes de grupos membros do folclore federado. Não constituindo o número que era esperado pela organização, assim mesmo poderá dizer-se que a quantidade de congressistas que esteve no magnífico Auditório do Centro de Congressos porventura significará a força movimento folclórico nacional, que fez caminhar até Aveiro também representantes do folclore luso sediado em França e na Suíça.
(Desenvolvimento na edição impressa)
MANUEL AZENHA - A FLAUTA ENCANTADA
Texto e fotos: Manuel João Barbosa
É um artífice de flautas e domina como poucos os acordes do rudimentar instrumento musical. “Aprendi quando aos oito anos guardava porcos”, confessa sem vergonha os difíceis tempos da sua meninice. Trilhando o caminho dos humildes, comeu o pão que o diabo amassou. Da escola mal ouviu falar, porque os dias eram de trabalho, da alvorada até “noite caída”. Na aspereza da vida, o menino “guardador de porcos” se fez homem. Sempre com uma mão cheia de nada. À sua existência ajuntou a música, que, afirma, “sempre foi a minha paixão”.
Ti’Azenha nasceu há 88 anos num lugarejo do interior norte do concelho de Santarém – Gançaria – então com pouco mais de uma centena de habitantes. A sua meninice foi de agruras, trazidas pela inclemência da vida de então. Mimos de criança nunca conheceu. Muito cedo iniciou os passos que só aos adultos estavam reservados. A ardósia, o caderno e o lápis foram substituídos por um pequeno pau, que o ajudava a conduzir pelas serranias das redondezas uma vara de porcos. Foram assim os dias de escola de um menino franzino, que muito antes do tempo se viu obrigado a crescer.
(Desenvolvimento na edição impressa)
É um artífice de flautas e domina como poucos os acordes do rudimentar instrumento musical. “Aprendi quando aos oito anos guardava porcos”, confessa sem vergonha os difíceis tempos da sua meninice. Trilhando o caminho dos humildes, comeu o pão que o diabo amassou. Da escola mal ouviu falar, porque os dias eram de trabalho, da alvorada até “noite caída”. Na aspereza da vida, o menino “guardador de porcos” se fez homem. Sempre com uma mão cheia de nada. À sua existência ajuntou a música, que, afirma, “sempre foi a minha paixão”.
Ti’Azenha nasceu há 88 anos num lugarejo do interior norte do concelho de Santarém – Gançaria – então com pouco mais de uma centena de habitantes. A sua meninice foi de agruras, trazidas pela inclemência da vida de então. Mimos de criança nunca conheceu. Muito cedo iniciou os passos que só aos adultos estavam reservados. A ardósia, o caderno e o lápis foram substituídos por um pequeno pau, que o ajudava a conduzir pelas serranias das redondezas uma vara de porcos. Foram assim os dias de escola de um menino franzino, que muito antes do tempo se viu obrigado a crescer.
(Desenvolvimento na edição impressa)
NOTÍCIAS
- Federação do Folclore Português organiza a cerimónia do Óscar Mundial do Folclore em 2012
- Novo executivo toma posse no dia 9 de Janeiro. Federação elegeu novos corpos sociais para o triénio de 2011/2013
- Grupo Cancioneiro de Castelo Branco é o mais novo membro efectivo da Federação
- Rancho da Ribeira de Celavisa lançou CD
- Rancho Rosas do Lena prepara para Março uma semana cultural para comemorar o 48.º aniversário
- Rancho da Lapa (Cartaxo) está a organizar um Encontro de Instrumentos Tradicionais
- Museu de Arte Popular reabriu parcialmente
- Município de Gondomar apoia a actividade folclórica do concelho com 41 mil euros
- Espólio etnográfico ao ‘Deus dará’ em Alpiarça
- S. Torcato (Guimarães): Augusto Freitas foi homenageado e recebeu o Grande Colar Cultural Cruz de Malta
- Grupo Cancioneiro de Cantanhede reúne em jantar convívio
- Grupos comemoram o Natal à mesa
- Associação do Distrito de Lisboa promoveu sessão de formação para grupos associados
- Concurso de Etnografia promovido pela Fundação INATEL teve a final no Teatro Miguel Franco, em Leiria
- Santarém: Cantigas e tradições do Ribatejo no palco do Teatro Sá da Bandeira
- Etnográfico Danças e Cantares do Minho actuou em Malta
OPINIÃO
Representatividade etnográfica. Algumas reflexões e considerações (I). Por: Dr. Daniel Calado Café
SECÇÕES:
- Novo executivo toma posse no dia 9 de Janeiro. Federação elegeu novos corpos sociais para o triénio de 2011/2013
- Grupo Cancioneiro de Castelo Branco é o mais novo membro efectivo da Federação
- Rancho da Ribeira de Celavisa lançou CD
- Rancho Rosas do Lena prepara para Março uma semana cultural para comemorar o 48.º aniversário
- Rancho da Lapa (Cartaxo) está a organizar um Encontro de Instrumentos Tradicionais
- Museu de Arte Popular reabriu parcialmente
- Município de Gondomar apoia a actividade folclórica do concelho com 41 mil euros
- Espólio etnográfico ao ‘Deus dará’ em Alpiarça
- S. Torcato (Guimarães): Augusto Freitas foi homenageado e recebeu o Grande Colar Cultural Cruz de Malta
- Grupo Cancioneiro de Cantanhede reúne em jantar convívio
- Grupos comemoram o Natal à mesa
- Associação do Distrito de Lisboa promoveu sessão de formação para grupos associados
- Concurso de Etnografia promovido pela Fundação INATEL teve a final no Teatro Miguel Franco, em Leiria
- Santarém: Cantigas e tradições do Ribatejo no palco do Teatro Sá da Bandeira
- Etnográfico Danças e Cantares do Minho actuou em Malta
OPINIÃO
Representatividade etnográfica. Algumas reflexões e considerações (I). Por: Dr. Daniel Calado Café
SECÇÕES:
ESFINGE – História interminável, pelo Dr. Aurélio Lopes
TRADIÇÃO / INOVAÇÃO – Recolher nas fotografias, pelo Eng.º Manuel Farias
* PORQUE NÃO TE CALAS?
TRADIÇÃO / INOVAÇÃO – Recolher nas fotografias, pelo Eng.º Manuel Farias
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Europa: 20,00 € * Europa: 25,00 € * Fora da Europa 30,00 €
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
ALGUNS TITULOS DA EDIÇÃO DE JANEIRO
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MODOS DE OLHAR A CULTURA
NOTA EDITORIAL
CONGRESSOS
DESTAQUES
- CONGRESSO NACIONAL EM AVEIRO REUNIU CENTENAS DE FOLCLORISTAS
- FEDERAÇÃO ELEGEU NOVOS CORPOS SOCIAIS PARA O TRIÉNIO DE 2011/2013
- MANUEL AZENHA. A FLAUTA ENCANTADA
NOTÍCIAS
- FEDERAÇÃO DO FOLCLORE PORTUGUÊS ORGANIZA A CERIMÓNIA DO ÓSCAR MUNDIAL DO FOLCLORE EM 2012
- MUSEU DE ARTE POPULAR MOSTRA-SE PARCIALMENTE. REABERTURA ANUNCIADA PARA MAIO
- GRUPO CANCIONEIRO DE CASTELO BRANCO É O MAIS NOVO MEMBRO EFECTIVO DA FEDERAÇÃO
- RANCHO DA RIBEIRA DE CELAVISA LANÇOU CD
- CANCIONEIRO DE CANTANHEDE EM JANTAR CONVÍVIO
- ASSOCIAÇÃO DO DISTRITO DE LISBOA PROMOVEU SESSÃO DE FORMAÇÃO PARA GRUPOS ASSOCIADOS
- CONCURSO DE ETNOGRAFIA PROMOVIDO PELA FUNDAÇÃO INATEL TEVE A FINAL NO TEATRO MIGUEL FRANCO, EM LEIRIA
- SANTARÉM. CANTIGAS E TRADIÇÕES DO RIBATEJO NO PALCO DO TEATRO SÁ DA BANDEIRA
- S. TORCATO (GUIMARÃES). AUGUSTO FREITAS FOI HOMENAGEADO E RECEBEU O GRANDE COLAR CULTURAL CRUZ DE MALTA
SECÇÕES:
- MUSEU DE ARTE POPULAR MOSTRA-SE PARCIALMENTE. REABERTURA ANUNCIADA PARA MAIO
- GRUPO CANCIONEIRO DE CASTELO BRANCO É O MAIS NOVO MEMBRO EFECTIVO DA FEDERAÇÃO
- RANCHO DA RIBEIRA DE CELAVISA LANÇOU CD
- CANCIONEIRO DE CANTANHEDE EM JANTAR CONVÍVIO
- ASSOCIAÇÃO DO DISTRITO DE LISBOA PROMOVEU SESSÃO DE FORMAÇÃO PARA GRUPOS ASSOCIADOS
- CONCURSO DE ETNOGRAFIA PROMOVIDO PELA FUNDAÇÃO INATEL TEVE A FINAL NO TEATRO MIGUEL FRANCO, EM LEIRIA
- SANTARÉM. CANTIGAS E TRADIÇÕES DO RIBATEJO NO PALCO DO TEATRO SÁ DA BANDEIRA
- S. TORCATO (GUIMARÃES). AUGUSTO FREITAS FOI HOMENAGEADO E RECEBEU O GRANDE COLAR CULTURAL CRUZ DE MALTA
SECÇÕES:
ESFINGE – , pelo Dr. Aurélio Lopes
TRADIÇÃO / INOVAÇÃO – , pelo Eng.º Manuel Farias
* PORQUE NÃO TE CALAS?
FESTIVAISFestivais a realizar no mês de Janeiro
Alteração morada
Informamos que o endereço postal do Jornal Folclore passa a ser
o seguinte: Praceta Pedro Escuro, 5 – 2.º Dt.º - 2000-183 Santarém.
Agradece-se contudo que toda a correspondência seja enviada
exclusivamente ao Apartado 518 – 2000-906 Santarém
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