quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

CAPA DA EDIÇÃO DE JANEIRO

TÍTULOS DA EDIÇÃO DE JANEIRO

JORNAL FOLCLORE
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N.º 167 (JANEIRO 2010)

EDITORIAL

A crendice popular está viva?
Recentemente caiu na nossa caixa de correio electrónico uma mensagem (?) que apelava ao reenvio da dita a 25 outras pessoas, no máximo em 3 horas. E uma nota do texto era deveras ameaçadora: “Isto não é brincadeira! Leste os avisos, as causas e as consequências! Se não mandares esta mensagem, a má sorte vai chegar até ti…”. E ainda profetizava: “Se fizeres isso, vais ter muito boa sorte no amor; a pessoa por quem estás atraído vai corresponder aos teus sentimentos”.
O arrazoado da mensagem aludia a desgraças – vindas sabe-se lá de onde – que caíram sobre algumas pessoas por não terem sido cumpridos certas praxes.
Um dos receptores logo correu a reenviar a assustadora mensagem aos recomendados vinte e cinco amigos. E preocupado, acrescentava: “Não sei se esta merda é assim mesmo, mas com os azares que tenho tido… reenvio”. Um claro receio de que não lhe caísse em cima uma qualquer desgraça, que poderia ser evitada graças à multiplicação da mensagem por nada menos que vinte e cinco endereços.
Estaremos na presença de um caso de velha crendice popular, do folclore espiritual que faziam acreditar nas histórias de almas penadas, de fantasmas, de figuras míticas e assombrações? Parece que sim. O temor pela desgraça que cai sobre as nossas cabeças pelo incumprimento de certos rituais, permanece vivo, i’nda que se invada de um certo irrealismo imaginário e ilusório. O que dantes era acontecimento entre as esferas populares, hoje parece estar em voga também nas camadas mais elevadas da sociedade. E quando elas não são produto de crenças tradicionais, muitas das quais assentam em arquétipos populares de séculos, são concerteza consequência do medo.
Manuel João Barbosa


NOTA EDITORIAL

O folclore e os jovens
Um milhar de jovens reuniram-se em Guimarães e durante dois dias “esmiuçaram” e debateram as questões que andam à roda da problemática da representação do folclore em mostras públicas. Contribuir para ansiadas soluções que levem ao melhor desempenho das retratações etnográficas e folclóricas pelos grupos de cariz tradicional, foi um dos itens que constituiu preocupação da assembleia de jovens folcloristas. E pelo que foi observado, a teoria de alguns ‘velhos do Restelo’ parece que se afunda perante soluções coerentes, emanadas de ideias concordantes e mentes escorreitas. Pela voz de um congressista em Guimarães a sala ouviu um grito de acusação: “Os mais velhos não deixam em muitos casos trabalhar os jovens”. A denúncia mereceu aplausos. Mas outra voz jovem bradou igualmente: “Somos folcloristas com outras convicções e talentos”. A sala de novo aplaudiu.
Se muito recentemente num colóquio realizado em Coimbra, numas Jornadas sobre etnografia e folclore, um punhado de jovens deixou claro que o “folclore condiciona as suas vidas” e contribui para o seu “enriquecimento cultural e de formação pessoal” e que o “folclore já faz parte dos seus projectos de vida”, teremos de concluir que nem só de divertimento serve a sua participação activa nos ranchos. Para além da condicionante de vida, o folclore é ainda no campo social “uma experiência muito gratificante”, onde se criam “amizades que se apertam em laços de salutar convivência”, ainda segundo o sentimento do mesmo grupo de jovens, que ficou bem expresso na jornada de Coimbra.
Em Guimarães choveram mensagens idênticas, de particular apego à causa do folclore. Mas outras preocupações emergiram da assembleia de jovens folcloristas, com relevância para uma almejada “reconstrução” do próprio movimento. Os avisos à navegação surgiram em catadupa, atirados com particular direcção a Arcozelo, local de decisão das normas que regem o próprio movimento e os promotores folclóricos. Mas foi de Arcozelo que partiu também uma mensagem encorajadora: “Vocês são a esperança deste grande movimento”, atirou o líder da Federação, que aconselhou ainda: “Que sejam os jovens a valorizar os seus grupos, dotando-os de “telhas sólidas e não permitirem que tenham telhados de vidro”.
A esperança da mudança foi perceptível entre os mil jovens presentes na jornada de Guimarães, que decerto se estende ao universo de jovens folcloristas, que de forma apaixonada integram o movimento folclórico nacional.
Os resultados da esperada mudança decerto que estarão em exame no próximo Congresso, já anunciado para dois anos após o encontro de Guimarães.
Manuel João Barbosa

DESTAQUES

Federação do Folclore Português inaugurou novas instalações
CASA NOVA
Manuel João Barbosa
Cerca de duas centenas de inveterados folcloristas e muitas representações de grupos folclóricos estiveram no dia 21 de Novembro em Arcozelo para assistirem à abertura das novas instalações da sede da Federação do Folclore Português. Associaram-se ao simbólico acto inaugural representantes das autarquias locais. Os elogios à nova infra-estrutura foram unânimes entre todos os presentes. O folclore nacional conta agora com um espaço de administração digno que o prestigia e exalta. A área agora inaugurada representa, contudo, um terço do projecto, que deixa por concluir agigantados espaços da megalómana construção.

O dia 21 de Novembro foi de romaria do folclore nacional a Arcozelo. A Federação anunciou a inauguração das novas instalações e muitos foram os folcloristas que marcaram presença. Alguns envergando os trajes tradicionais e ostentando o estandarte dos grupos que integram. As amplas instalações acabaram pequenas para receber tantos observadores.
Sem cortes de fitas, a cerimónia cingiu-se a uma sessão solene e visita às instalações com obra concluída. Outras áreas ficam a aguardar o estuque e os retoques finais para se abrirem ao público e cumprirem o que determina a memória descritiva do projecto, e cuja área total somará muitos milhares de metros quadrados.
(Desenvolvimento na edição impressa)

- Congresso Nacional reuniu um milhar de jovens em Guimarães
Jovens Folcloristas apelaram à ‘representatividade’

Manuel João Barbosa
Superou as expectativas da comissão organizadora o V Congresso Nacional de Folclore para a Juventude, que reuniu no Pavilhão Multiusos de Guimarães, mais de mil jovens, participantes activos em cerca de uma centena de grupos de folclore que se fizeram representar por um número imposto de até dez componentes. Empenhados na resolução dos problemas da representação tradicional que afectam o movimento folclórico, os jovens folcloristas deixaram alertas carregados de um vigoroso sinal SOS para situações que continuam a abastardar o folclore nacional. A organização foi da Federação do Folclore Português, coadjuvada por uma Comissão Organizadora, constituída por jovens folcloristas.

Muito entusiasmo de um punhado de jovens à volta dos trabalhos do V Congresso Nacional de Folclore para a Juventude, que decorreu nos dias 28 e 29 de Novembro, em Guimarães. Sob o tema da “Representatividade”, o Congresso discutiu e convidou à reflexão dos temas propostos pelo ‘Plano Anual de Melhoria’, que está a ser posto em prática pelos Conselhos Técnicos Regionais, e que visa uma melhoria de qualidade dos grupos de Folclore. Foram ainda abordados temas como: a formação, recolhas, trajes, música, canto e dança; as encenações levadas a cabo pelos grupos de folclore, principais aspectos positivos e desvantagens; a organização de eventos protagonizados pelos grupos, como festivais, recriações, mercados e feiras, serões, e participações nos mais variados espectáculos de natureza cultural, social e cívica. Tempo ainda intervenções livres, de debate e esclarecimento.
(Desenvolvimento na edição impressa)

- Funchal: Instrumentos Musicais do Folclore Madeirense - Workshop de formação muito participado
- Rancho “Tá-Mar”: Bodas de Diamante
- Folcloristas do Oeste participam em acção de formação
- Santarém: “O Canto Tradicional” levou a descobrir o outro folclore do Ribatejo


NOTÍCIAS

- Grupo Académico de Danças Ribatejanas recebe Medalha de Ouro da cidade de Santarém
- Grupo Recreativo da Bemposta, Bucelas, de novo o melhor CCD da Fundação INATEL
- Encontro de Charambistas no Funchal resulta em CD
- Espectáculo Etnográfico no aniversário do Grupo Típico de Castelo Branco
- Governo dos Açores contemplou o folclore em 2009 com 20 mil euros
- Concertinas tocaram na Casa do Concelho de Cinfães
- França: Grupo Etnográfico Danças e Cantares da Alta Estremadura, de La Queue en Brie comemorou aniversário
- Rancho Rosas do Lena (Batalha): 90 mil euros para actividades no corrente ano
- Rancho da Casa do Povo de Pinhal Novo em almoço de convívio
- Seminário acerca de Folclore abre caminho a Pós-graduação
- S. Martinho à moda antiga em Anta, Espinho
- Rancho Tradicional de Cinfães assinalou o 4.º aniversário
- Rancho de Vila Nova do Coito: jantar assinalou fim da época
- Folclore e tradição no aniversário do Rancho de S. João de Rio Frio
- Cantares do Ciclo Natalício S. Mamede de Infesta
- Instituto Português de Porto Alegre (Brasil) quer promover intercâmbios com grupos portugueses
- Cantadores de Janeiras e de Reis em Santa Maria da Feira
- Encontro de Janeiras no Mindelo…
- … e em Aldeia Nova, Perafita
- Grupo Folclórico de Coimbra ofereceu “Cantares Natalícios”
- Janeiras em Argoncilhe

SECÇÕES

Esfinge – Estatuto e competência, por: Dr. Aurélio Lopes
Tradição / Inovação - A antropologia veste o folclore, por: eng.º Manuel Farias

* PORQUE NÃO TE CALAS?

* FOI NOTÍCIA… HÁ 13 ANOS

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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

CAPA DA EDIÇÃO DE DEZEMBRO

RESUMO DA EDIÇÃO DE DEZEMBRO

JORNAL FOLCLORE
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N.º 166 (DEZEMBRO 2009)

EDITORIAL
Formação ou a falta dela
A Federação das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto do Distrito de Santarém, como estrutura descentralizada da Confederação Portuguesa das Colectividades, promoveu, no âmbito do seu Plano de Actividades, um Programa Operacional de Potencial Humano, que se traduz na formação de quadros dirigentes das colectividades suas filiadas, e abrange: Formação sobre Projectos de apoio financeiro; Formação em Projectos de Organização de eventos – Planeamento e Gestão; Formação em estratégias de Marketing; Formação em HACCP – Sensibilização para as exigências e os deveres e Formação em Técnicas Documentais – documentação administrativa. Cada acção de formação somou entre 20 e 25 horas.
Uma acção de formação é sempre útil e geradora de bons frutos. Por isso, todas as que venham serão bem vindas.
A Federação do Folclore Português reconhece a necessidade da formação aos seus agentes formadores – os conselheiros técnicos. São anunciadas acções com essa finalidade. Mas terá havido uma efectiva formação? As lacunas obrigam à interrogação, porquanto certas interpretações de alguns conselheiros sobre a representação do folclore são tão vazias de conteúdo que nos deixam essa dúvida. Ou a pedagogia tem sido falha de mensagens ou a frequência à formação foi diminuta ou mesmo nula.
O movimento folclórico merece mais.
O director

NOTA EDITORIAL

CONSELHOS AOS CONSELHEIROS
A Federação do Folclore Português (FFP) tem em curso um Plano de Melhoria que visa corrigir e disciplinar o movimento folclórico federado. As estratégias foram ratificadas numa assembleia de Conselheiros que decorreu nos dias 7 e 8 em Águeda. “Está na hora da melhoria planeada e controlada!”, diz Manuel Farias na edição de Setembro do Jornal Folclore, na sua secção Inovação/Tradição. O dirigente da FFP e mentor do projecto, que pede “humildade e disciplina dentro de cada grupo federado”, adianta que aos conselheiros técnicos “está reservado o papel maior de aplicar competência etnográfica no apoio aos grupos”. E o dirigente adianta: “As boas relações interpessoais, a cooperação e a harmonia terão de substituir a arrogância, animosidade e a rivalidade que campeia de norte a Sul, minando a cooperação entre os Conselhos Técnicos e as direcções dos grupos”.
O Plano de Melhoria, com conclusão anunciada no final do próximo ano, justifica-se pela vontade de “sanear as aberrações que batem desalmadamente com os pés nos estrados, insultando os nossos antepassados”, como condena ainda Manuel Farias, que afirma estar “seguro que não vai faltar determinação para o actual Conselho Técnico Nacional propor o afastamento destes “folclóricos” que dão razões para o insulto, servindo de exemplo lamentável”. “Alguns destes grupos são sócios efectivos da FFP”, confirma.
O projecto-guia de reciclagem do movimento folclórico federado, que, segundo o folclorista de Belazaima do Chão, “é o mais ambicioso de toda a história da Federação do Folclore Português”, já foi antes apresentado aos Núcleos Técnicos Regionais em reuniões preparatórias. A sua ratificação foi feita na reunião de Águeda. “Rigor e seriedade”, é o lema.
Desejável será que, para um bom desempenho e credibilidade do trabalho dos conselheiros e da própria Federação, os resultados se pautem, efectivamente, pelo “rigor e seriedade”. Mas também pela competência. Os critérios estão delineados. E o guia de apoio à avaliação ajuda. Mas a formação, a experiência, o saber e uma boa dose de conhecimentos, como ainda de um forte sentir das coisas da tradição, serão predicados a não descurar na avaliação dos trabalhos sujeitos a “exame”. E será desejável que entre os aconselhadores não existam desarmonias de capacidade de avaliação, como daquele técnico conselheiro quando afirma: “Eu não sei observar os defeitos de um grupo folclórico”.
Rigor e seriedade são precisos, mas também conhecimento e competência.
O director


DESTAQUES

- Federação manda conselheiros técnicos para o terreno
GRUPOS ESMIUÇADOS

Manuel João Barbosa

A Federação do Folclore Português mandou tocar a rebate e vai pôr todo o seu staff técnico no terreno. Todos os grupos filiados vão ser passados a pente-fino, com vista a eliminar de erros o movimento folclórico federado, dando cumprimento ao delineado “Plano de Melhoria”. Em reunião preparatória que decorreu durante dois dias em Águeda, e que reuniu a quase totalidade dos coordenadores conselheiros, foi pedido uma pronta execução do programa estabelecido pelo anunciado Plano. Até final do próximo ano, o processo de reciclagem do universo federado terá de estar concluído. Para Abril agenda-se o balanço do trabalho realizado durante o primeiro trimestre.

Os coordenadores dos Conselhos Técnicos Regionais da Federação do Folclore Português foram chamados a reunir em assembleia que decorreu nos dias 7 e 8 de Novembro, no Centro Social e Paroquial de Recardães (Águeda), numa organização do Conselho Técnico Nacional da Federação do Folclore Português. Agilizar estratégicas com vista a disciplinar o movimento folclórico inserido no seio da Federação foi o propósito da reunião que juntou cerca de 70 conselheiros. Preparar a redacção do guião de trabalho e afinar pontos de vista e de acção, foi o propósito da reunião, pautada pelo espírito da melhor cooperação.
(Desenvolvimento na edição impressa)


- ((En)Cantos da Minha Terra volta a encantar em Almeirim
RICARDO MÓNICA: VOZ ‘ORANTE’ DE UM FOLCLORE RELIGIOSO

Texto e fotos: Manuel João Barbosa

“Ver Almeirim com olhos de alma”, é como o padre Ricardo Mónica olha a sua terra em (En)Cantos da Minha Terra, um “projecto de amor”, como o considera o sacerdote, adiantando que com isso pretende “homenagear” quantos ao “longo de sucessivas gerações contribuíram para a memória colectiva de um povo simples e cândido”. Primeiro em registo discográfico, depois num espectáculo vivo. Dois projectos do padre-cantor, que revelam um espírito bairrista e a paixão pela cultura popular e tradicional da sua Almeirim - um estado de alma que se arrasta desde a meninice, quando criança de 5 anos começou a sapatear as modas do folclore da terra-berço, integrando grupos infantis do concelho e mais tarde o grupo adulto. O espectáculo (En)Cantos da Minha Terra entrelaça excertos da religiosidade popular de Almeirim com temas e recriações de feição tradicional. O sagrado e o profano num encandeamento feliz que pretende “estimular para uma nova mentalidade das coisas da tradição, como também despertar para outras doutrinas da própria igreja”.

Cantigas pagãs e da religiosidade popular enleiam-se em sentimentos e afectos. Ricardo Mónica assume-se como “uma voz orante” de um folclore religioso, que avoca “ténues fronteiras com o folclore pagão”, refere. Retrato de “gente que saltava a voz numa atitude de respeito e de temor”, este trabalho procura reviver pedaços de Almeirim de um passado longínquo que, embora ainda na memória, há muito se perdeu no tempo.
(Desenvolvimento na edição impressa)

- COIMBRA: JORNADAS PARA “CELEBRAR E PRESERVAR O FOLCLORE E A ETNOGRAFIA DA REGIÃO DO MONDEGO”

Manuel João Barbosa
A Associação de Folclore e Etnografia da Região do Mondego, sedeada em Coimbra, organizou mais uma edição das Jornadas de Etnografia e Folclore, chamando à prelecção um conjunto de experientes folcloristas e estudiosos da matéria tradicional popular. A iniciativa, segundo os responsáveis dirigentes da Associação, pretende “celebrar e preservar o Folclore e a Etnografia da Região do Mondego”, apostando na qualidade das intervenções dos oradores convidados, por forma a que essa “qualidade se faça sentir na representatividade dos Grupos Folclóricos” da sua região de influência, ainda na perspectiva da Associação. A sala encheu-se de folcloristas.
As Jornadas de Etnografia e Folclore, organizadas pela Associação de Folclore e Etnografia da Região do Mondego (AFERM), Coimbra, concluíram nos dias 14 e 15 de Novembro a sua XV edição. A iniciativa decorreu na Casa Municipal de Cultura e reuniu um considerável número de folcloristas, naturalmente ligados ao universo do movimento folclórico da região Beiraltina banhada pelo Mondego.
(Desenvolvimento na edição impressa)

NOTÍCIAS
- Rancho Regional de Ílhavo comemorou as Bodas de Prata
- Águeda: Ceia reuniu serranos e serranófilos em Agadão
- INATEL lança cota aos CCDs
- Grupo Folclórico de Faro convida para mais um Encontro de Cantares de Boas Festas
- Agência vende contactos de grupos estrangeiros a 50 euros
- Rancho recria apanha da azeitona em Parceiros, Leiria
- Rancho da Ribeira de Santarém promove o ‘Canto Tradicional do Ribatejo’
- Porto de Mós: Rancho Luz dos Candeeiros reúne em jantar-convívio
- Festival do Rancho de Fráguas agradou a uma vasta assistência
- Grupo Folclórico de Coimbra actuou em Toronto, no Canadá
- Rancho do Bairro de Santarém ofereceu mais uma ‘Noite de Tradição”
- Rancho de Godim promove música tradicional do Douro
- Federação inaugura instalações na nova sede
- Sobral de Monte Agraço: Encontro de Tradições homenageou o folclorista Manuel Francisco, recentemente falecido
- Falecimento: Triunfo Alves de Oliveira (Pedroso, Vila Nova de Gaia)

OPINIÃO
Em tempo de guerra não se limpam armas, por: Jorge Oliveira (Vila Nova de Paiva)

SECÇÕES

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SECÇÕES

* Esfinge
‘RAÍZES DO POVO’, pelo Dr. Aurélio Lopes

* Inovação/Tradição
O BARRETE, pelo Eng.º Manuel Farias

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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

CAPA DA EDIÇÃO DE NOVEMBRO

Edição de Novembro - Resumo

JORNAL FOLCLORE
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RESUMO DA
EDIÇÃO N.º 165 (NOVEMBRO 2009)

EDITORIAL

ARTESANATO: ÁREAS DE EXPOSIÇÃO A 250 CONTOS!
Queixavam-se alguns expositores de artesanato que, numa determinada Feira, o aluguer da sua pequena área de exposição e venda dos produtos da sua arte, lhes custava nada menos que 1250 euros! O entrevistado reforçou o exagero da importância: “Cobram-nos 250 contos por este cantinho!”. Não adiantou os dias de que dispõem para a utilização do espaço. Mas sempre convenhamos que para apurar tão gorda quantia será preciso “mercadejar” uma quantidade industrial de mercadoria. E duvida-se que a maioria dos artesãos consigam, no final da Feira, fazer entrar na caixa tantos euros. Sorte terão se ainda em cima do pesado fardo do aluguer do espaço o fisco não lhe bater à porta…
Numa altura em que se procura promover o fabrico e comercialização do artesanato como modo de fazer face à arreliadora crise, há sempre quem se aproveite dos desprevenidos artífices para lucrar à grande.
Vem a “talhe-de-foice” a história daquele humilde comerciante de aldeia que tinha fama de vender os produtos da sua loja a preços muito inflacionados. O povo logo o alcunhou de “tira peles”. Mas ao que parece, as empresas promotoras das Feiras de Artesanato não só tiram a pele, como devoraram a carne e ainda raspam no osso…
Manuel João Barbosa

NOTA EDITORIAL

“Sou professora e fui colocada numa escola onde a temática “As Danças Folclóricas ou Populares” será por mim trabalhada numa turma de profissional. Uma vez que não tenho um profundo conhecimento do tema, tenho pesquisado um pouco sobre o mesmo mas não encontrei ainda conteúdos substanciais e concretos. Assim, e uma vez que me parece que detêm conhecimentos sobre as danças em questão, vinha desta forma perguntar se me poderiam ajudar a aceder a alguma informação, nomeadamente sites onde possa pesquisar, ou mesmo livros ou outros documentos para que os possa posteriormente trabalhar com os alunos”.
O texto em cima chegou-nos via e-mail e deixou-nos perplexos. Como pode um docente entregar-se a uma turma leccionando uma disciplina sobre a qual não tem conhecimentos? Pensamos que tudo isto só pode resultar dentro de um tão contestado programa de ensino, atirando para a fogueira incautos professores que não têm sequer autoridade para recusar leccionar um tema que não estudaram, pesquisaram ou praticaram. Mas a isso se sujeitam por obrigação. Serão muitos os professores que integram – ou integraram na sua adolescência e juventude – bons projectos de representação folclórica e que poderiam, de forma acertada, oferecer aulas práticas do reportório que desempenharam enquanto participantes activos do seu grupo ou rancho. Porventura muitos deles até estarão no desemprego. Mas prefere-se simplificar, entregando disciplinas estranhas e obscuras a profissionais colocados sem prática nem experiência, incorrendo na asneira.
Com a noção de uma indesejada mas necessária frontalidade, respondemos ao apelo da respeitosa docente: “Para tratar as coisas do folclore é preciso uma formação aturada e sobretudo ter-se muita sensibilidade para lidar com os factos folclóricos, nomeadamente a dança tradicional. Se não tiver quaisquer conhecimentos ou prática de danças populares tradicionais (folclóricas) correrá o risco de ir vender gato por lebre. Melhor será não leccionar o tema. Desculpe a frontalidade e sinceridade, mas teremos de a alertar para os erros que eventualmente possam nascer de uma errada informação sobre uma temática que deve ser tratada com base em estudos etnográficos. Note que nem tudo o que é popular é folclore. Há que ter em conta esse princípio. Parece-nos que o tema que vai leccionar está a misturar um pouco as duas coisas. E elas são distintas”.
Confiamos que o bom senso prevaleça. Muito em especial dentro do Ministério da Educação.
O director
DESTAQUES

- Decreto-lei estabelece o regime jurídico para salvaguarda do Património Cultural Imaterial

Manuel João Barbosa

O Ministério da Cultura finalmente estabeleceu com força de Lei a salvaguarda do património cultural imaterial. Pretende-se preservar as tradições e expressões orais, incluindo a língua como vector do património cultural imaterial; as expressões artísticas e manifestações de carácter performativo; as práticas sociais, rituais e eventos festivos; os conhecimentos e práticas relacionados com a natureza e o universo e as competências no âmbito de processos e técnicas tradicionais. Na prática determina-se a salvaguarda dos aspectos tradicionais relevantes dentro da cultura popular, tidos como Património Cultural Imaterial, que estão em vias de desaparecer. Para o efeito foi aprovado em Conselho de Ministros de 19 de Março último, e já publicado em Diário da República, um decreto-lei que estabelece o regime jurídico que compreende as medidas de salvaguarda, procedimento de inventariação e a criação de uma Comissão para o Património Cultural Imaterial.

O Governo, através do Ministério da Cultura, acaba de criar mecanismos, com força de Lei, para a salvaguarda Património Cultural Imaterial. A medida está protegida por lei, consagrando a “valorização do património cultural popular”, nomeadamente as tradições e expressões orais”, como as “práticas sociais, rituais e eventos festivos”. O decreto-lei foi publicado no Diário da República, 1.ª série (N.º 113), de 15 de Junho de 2009.
(Desenvolvimento na edição impressa)

- Associação de Folclore e Etnografia da Região Autónoma da Madeira - Investigar e preservar para memória futura

Manuel João Barbosa

Com a finalidade primária de fomentar a qualidade do folclore e da etnografia da Ilha da Madeira, foi constituída em 2005 a Associação de Folclore e Etnografia da Região Autónoma da Madeira. Mas outro objectivo prioritário prende-se com a necessidade premente de recolher e preservar tradições e costumes que estão a cair na voragem do tempo. Defender o património imaterial da Região é um esforço que cabe colectivamente aos promotores da cultura popular e tradicional madeirense. Grupos de folclore e os próprios organismos governamentais acordaram na criação de uma associação pública que superintendesse na preservação, registo e organização dos valores culturais afectos à actividade folclórica na Madeira. Dezena e meia de grupos já aderiram à Associação, num universo de pouco mais de vinte e cinco.
(Desenvolvimento na edição impressa)

- Folclore à mesa - Outros modelos para os Festivais de folclore foram tema de debate

Manuel João Barbosa

Um grupo de folcloristas da região do Ribatejo, e simpatizantes apegados de forma rotineira às questões do folclore – representação/espectáculo – reuniram-se em mais um dos habituais almoços, onde a sobremesa é reservada aos saberes da temática – o folclore. O encontro mais recente ocorreu num dia soalheiro de pré-Outono, em aposentos hospitaleiros de um pacato lugarejo do concelho de Santarém. O tema andou à volta de outros modelos de representação que tornem os Festivais de Folclore mais apelativos. O útil junta-se ao agradável.

Dezena e meia de folcloristas participaram em finais de Setembro em mais um almoço, degustado em aprazível espaço. A finalidade é, como sobremesa, debater a problemática da representação, como forma de encontrar algumas achegas que sirvam para uma maior e melhor aceitação do espectáculo de folclore.
Como sempre, ao menu do repasto foi adicionado um “prato” de folclore.
(Desenvolvimento na edição impressa)

- PENACOVA: Rancho Folclórico e Etnográfico de Zagalho e Vale do Conde (Reportagem)

Manuel João Barbosa

Pouco mais de quatro dezenas de criaturas dão alma e vida a dois recônditos lugarejos que se instalam numa zona serrana do interior do concelho de Penacova – Zagalho e Vale do Conde; a localidade de Zagalho tem 6 fogos habitados e Vale do Conde 13. Outras moradias abandonadas dão nota de uma preocupante desertificação. As duas localidades-berço que acolhem o Rancho Folclórico nosso anfitrião do trabalho de hoje, pertencem à Freguesia de Friúmes, que arrola nos seus oito lugares, dispersos numa área de pouco mais de 14 km2, cerca de 600 habitantes.
(Desenvolvimento na edição impressa)

- Costumes revividos num serão em Santana do Mato, Coruche - O outro folclore – tempos de um outro tempo

Manuel João Barbosa

A iniciativa, por distinta, já se tornou carismática e uma vez mais conseguiu em pleno os objectivos: fazer reviver hábitos e costumes que outrora eram usuais nas aldeias e que marcaram a vida das gentes, que o tempo há muito apagou. A ideia é do Rancho Folclórico “Os Camponeses de Santana do Mato”, do concelho de Coruche, e os elogios que sempre recebe contribuem para o repetido êxito de cada edição. Foi o que aconteceu uma vez mais no dia 3 de Outubro, com a realização de mais uma edição do seu Serão de Tradições, que leva ao palco da colectividade local curiosos retalhos da vida das gentes de diversificadas aldeias do País, e que o tempo fez tradição.
(Desenvolvimento na edição impressa)

Lisboa
Folclore levou festa à Praça da Figueira numa solarenga tarde de Outono
Manuel João Barbosa

Não só a Praça da Figueira como boa parte da Baixa lisboeta, por onde passaram em desfile os grupos de folclore que, representando várias regiões etnográficas do País, levaram à capital o seu folclore e os vários aspectos da sua etnografia. Artérias notáveis da cidade – Chiado, Garrett e Carmo – foram por momentos palco de festa popular, que culminou na emblemática Praça da Figueira. A curiosidade era geral pela desusada parada musical e pelos interessantes e admiráveis trajes populares, originários do Portugal profundo.
(Desenvolvimento na edição impressa)

NOTÍCIAS

- Acidente com Orfeão de Águeda lembrou tragédia com Grupo da Região do Vouga em França
- Rancho de Fradelos comemorou 52.º aniversário
- Acção de Formação em Sobral de Monte Agraço
- Encontro de Tradições “Manuel Francisco” em Sobral de Monte Agraço
- Fundação INATEL está a promover mais um Concurso de Etnografia
- Feliciano Carlos de Oliveira (S. Torcato, Guimarães)
- Camacha: Maria Ascensão vai ser homenageada com um busto na Largo da Achada
- Grupo “As Tricanas” do Luso recebe Prémio de Empreendedorismo
- Tarde de folclore ribatejano nas Fontainhas
- Aí estão as desfolhadas e a festa
- Lisboa: Folclore leva festa à Praça da Figueira numa solarenga tarde de Outono
- Concertinas voltaram a encher de música a Barrenta
- Régua: Festival de Folclore das Vindimas em Godim enalteceu tradições

OPINIÃO

- Da Fundação para a Federação - Carlos Rego (Vila Nova de Famalicão)
- Site da Federação: um duradouro e persistente vazio (MJB)

SECÇÕES
ESFINGE - Interdições e receios, pelo Dr . Aurélio Lopes
Tradição / Inovação - A avaliação, pelo Eng.º Manuel Farias


* PORQUE NÃO TE CALAS?

* FOI NOTÍCIA… HÁ 13 ANOS

* Cartas ao director
Estandartes

FESTIVAIS

Festivais com realização no mês de Novembro

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sexta-feira, 2 de outubro de 2009

CAPA DA EDIÇÃO DE OUTUBRO

Edição N.º 164 - OUTUBRO

JORNAL FOLCLORE
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N.º 164 (OUTUBRO 2009)

EDITORIAL

Desfiles políticos
Foi vê-los, passeando-se de Festival em Festival, espalhando uma artificial simpatia. Amáveis e sorridentes, pavonearam-se numa desabitual postura, quantas vezes a roçar o patético. Comitiva atrás de comitiva, de todas as cores e feitios, os futuros políticos invadiram os recintos de massas, num aproveitamento descarado e oportunista dos eventos públicos. Atiraram-se incomuns apertos de mãos, bateram-se doces palmadinhas nas costas e deram-se mesmo alguns beijinhos, esquecida que foi até a tenebrosa gripe A. Uma descarada, quanto ridícula, compra de votos.
Em redor do líder, alardeavam -se um ninho de candidatos a um lugarzinho na autarquia, garantia de uma aconchegada reforma a troco de uns escassos anitos de lealdade autárquica. Vale por isso fazer algum esforço na campanha, mesmo que a alguns aconteça terem de comer uvas com grainha e fruta com casca…
Espalharam-se promessas. Encheram-se as bocas de cultura, com natural enfoque para a cultura popular. Os grupos de folclore são, enfim, entidades de bem e olhados com empenhada frontalidade. Merecem, sim senhor, mais apoios, umas condignas instalações e até poderá calhar-lhes por sorte um autocarro! Tudo de bom pode acontecer. Depois, se tanto não for assim, lavam-se as mãos e assacam-se responsabilidades a terceiros.
Naturalmente que é preciso esclarecer e informar o cidadão sobre os programas que cada formação política propõe para uma eventual governação, seja regional ou nacional. Mas livrem-nos de tamanhas doses de demagogia. Porque, em política, o que hoje é verdade, amanhã já não o será. Que é como quem diz, as promessas e os compromissos esfumam-se de forma tão célere que se esquecem em apenas algumas horas.
Manuel João Barbosa, director

NOTA EDITORIAL

Multidões vêem Folclore
Os mais cépticos do movimento folclórico mantêm um acentuado pessimismo relativamente à falta de público nos Festivais de Folclore. Talvez alguma trivialidade do espectáculo que se oferece contribua para esse desprendimento. Convenhamos que, cada ano, o figurino é invariavelmente igual. Torna-se por isso enfadonho, fastidioso, monótono. O modelo estará gasto, alegam muitos. Falamos naturalmente dos comuns Festivais, que teimosamente se vão concluindo cada ano com poucos recursos – económicos e humanos – sem possibilidades de se alargarem a outros horizontes.
Mas se a esmagadora maioria dos espectáculos de folclore peca por uma envergonhada presença de espectadores, alegra-nos saber – e presenciar – de um considerável número de realizações que enchem amplos recintos, enormes praças, anfiteatros e grandes salas de espectáculos. E os números não enganam. Somam alguns milhares o número de espectadores presentes nessas realizações. Deixamos apenas alguns exemplos que abonam em favor da nossa afirmação: o FolkCantanhede chama em cada edição à Praça Marquês de Marialva entre três a quatro mil pessoas; o Festival Internacional dos Açores (Terceira), reúne na Rua da Fé mais de quatro mil pessoas para ver o desfile etnográfico, e no dia seguinte lota a capacidade da Praça de Touros de Angra do Heroísmo, recebendo entre cinco a seis mil pessoas; o FolkFaro é visto em cada sessão diária (ao longo de uma semana) por mais de mil e quinhentos espectadores e na Gala de encerramento junta na Praça Passeio da Doca mais de três mil pessoas. Uma experiência nova, levada a cabo este ano em Águeda, juntou frente a um palco erguido sob as águas do rio, mais de três mil pessoas para ver o Festival da responsabilidade do Grupo da Região do Vouga (Mourisca do Vouga). Um caso único na região. Mas também a novel organização da Mostra Internacional de Folclore de Montemor-o-Novo se assume já catalisadora de grandes massas, levando ao amplo Largo das Palmeiras milhares de espectadores. Na Pérola do Atlântico é bonito ver, cada dia do programa da Semana Europeia de Folclore, o auditório do Jardim Municipal repleto de pessoas. Ainda na Ilha Insular, o Grupo de Folclore da Ponta do Sol recebe sistematicamente no seu Festival mais de três mil observadores. Outros exemplos, em menor escala, poderiam alongar a lista.
Temos assim que – afinal – ainda há multidões a ver e a apreciar o folclore. O produto terá é de oferecer qualidade.
Manuel João Barbosa, director

DESTAQUES

- O jornal Diário de Notícias abordou com ênfase a actualidade do movimento folclórico
Num excelente trabalho do jornalista António Pedro Pereira, e fotografias de Arlindo Camacho, o Diário de Notícias (DN) publicou na sua edição de 5 de Setembro um desenvolvido trabalho sobre o movimento folclórico na actualidade. Apresentado em 4 páginas de textos e foto, o trabalho apresenta-se bem delineado, dando uma imagem acertada da realidade da representação folclórica a nível nacional, dando particular destaque a um estigma que apoquenta o próprio folclore: a falta do rigor na representação por grande parte de um elevado número de ranchos/grupos, auto-denominados grupos de folclore.
(Desenvolvimento na edição impressa)

- SANTARÉM: Bodas de Ouro do Festival Internacional de Folclore ‘Celestino Graça’

Manuel João Barbosa
O Festival Internacional de Folclore ‘Celestino Graça’, cartaz cinquentenário da cidade de Santarém, decorreu com o brilho habitual entre 2 e 8 de Setembro, com quatro formações estrangeiras e outros tantos grupos nacionais. O Festival comemorou as Bodas de Ouro. Cinquenta edições que se quiseram, sequencialmente, uma melhor que a outra. Involuntárias contrariedades e “algumas dificuldades e insucessos”, como reconhece a comissão executiva, não o terão permitido. Mas será “tempo de celebração”, entende ainda a organização. E certo é que o Festival afirmou-se e continua entre os melhores que se realizam no País.
A capital do Ribatejo viveu durante uma semana a euforia de mais uma edição do Festival Internacional de Folclore ‘Celestino Graça’. Verdadeiras companhias de folclore de quatro países estrangeiros e um bom naipe de grupos de folclore de Portugal entusiasmaram numerosas plateias nas edições principais, desde a sessão de ante-estreia até à gala de encerramento. Mas também a sessão solene comemorativa das Bodas de Ouro fez lotar a sala do Teatro Sá da Bandeira.
(Desenvolvimento na edição impressa)

- Funchal: SEMANA EUROPEIA DE FOLCLORE - a festa do folclore entusiasmou no aprazível Jardim Municipal

Manuel João Barbosa
O auditório do Jardim Municipal do Funchal foi pequeno para receber tão elevado número de espectadores que entre 1 e 5 de Setembro encheram completamente o anfiteatro para ver as danças tradicionais levadas pelos grupos participantes na VI Semana Europeia de Folclore, uma organização do Grupo de Folclore e Etnografia da Boa Nova (Funchal). Os vários espectáculos variaram entre o folclore internacional, da Madeira e do continente.
O Jardim Municipal do Funchal foi uma vez mais palco de uma admirável festa de tradições, levadas por várias formações nacionais e estrangeiras, participantes activas na Semana Europeia de Folclore, uma iniciativa com realização desde há seis anos do Grupo de Folclore e Etnografia da Boa Nova. Diariamente o auditório do aprazível espaço municipal apinhou-se de espectadores – estrangeiros em grande quantidade – o que revela o enorme interesse pelas manifestações folclóricas. O espectáculo de folclore torna-se apelativo quando as organizações e realizações são bem estruturadas, bem como as formações intervenientes oferecem qualidade representativa.
(Desenvolvimento na edição impressa)

- Festival Internacional de Folclore Cidade de Faro. Encadeiam-se culturas na rota das tradições dos povos

Textos e fotos: Manuel João Barbosa
O FolkFaro – Festival Internacional de Folclore Cidade de Faro, concluiu com confirmado êxito a sua sétima edição. O maior evento folclórico a Sul do Tejo espalhou durante nove dias por grande parte da região algarvia o ritmo e as cores tradicionais de diferentes culturas do mundo e também de diversificadas regiões de Portugal. Seis formações estrangeiras e outras tantas nacionais foram os protagonistas da grande festa, que começou a 15 de Agosto e terminou a 23. A organização foi do Grupo Folclórico de Faro.
Naturalmente diversificadas entre si, as representações internacionais, como os grupos nacionais convidados, levaram ao palco do FolkFaro a singularidade das suas tradições, o exotismo de variados trajes e o feitiço da sua música. De além-fronteiras, explodem inspiradas marcações coreográficas, apontadas como de inspiração folclórica. Do rectângulo nacional e da parcela insular da Madeira, eclodiram cadenciadas danças e ecoou a harmonia da música tradicional das regiões representadas. O folclore de lá e de cá, pontificou e animou de forma muito entusiástica todas as plateias que ao longo de nove dias assistiram às várias sessões do Festival. “A alegria e os ritmos contagiantes da América do Sul envolveram-se com o perfeccionismo artístico típico do Leste Europeu. A este cadinho de culturas se juntaram as tradições lusas do continente e da Madeira”, descreve assim a organização a magia do folclore de Portugal e do mundo mostrado no FolkFaro.
(Desenvolvimento na edição impressa)

- Festival de Folclore da Ponta do Sol. Dançar num mar de flores
Dançar num mar de flores

Manuel João Barbosa
O mediático Festival de Folclore da Ponta do Sol, Madeira, decorreu no dia 29 de Agosto sobre um tapete colorido de exóticas flores, que oferecia um postal sugestivo da riqueza da flora madeirense. Tão distintos quanto admiráveis arranjos florais inundaram o palco e o cenário, oferecendo uma miscelânea de cor e vida ao magnífico espectáculo de folclore e de tradições de Portugal insular e continental, como de variadas partes do mundo. A organização foi do Grupo de Folclore da Ponta do Sol, com o incondicional apoio da Câmara Municipal local, e teve, como habitualmente o registo integral pela RTP Madeira.

O Festival de Folclore da Ponta do Sol, organizado pelo Grupo de Folclore local, concluiu no dia 29 de Agosto a sua XIX edição como mostra de folclore nacional e XII enquanto evento de cariz internacional. Grupos de folclore do continente e das Ilhas (Açores e da Madeira), como formações da Espanha e da Suécia, completaram a edição deste ano, oferecendo uma amostra diversificada do folclore e da etnografia de cada região e de cada país representados.
(Desenvolvimento na edição impressa)


NOTÍCIAS

- Federação reúne conselheiros técnicos em encontro nacional
- A I Feira Rural em Joane foi um sucesso
- Festival Rio Tejo, do Rancho da Ribeira de Santarém, averbou mais um êxito
- Rancho da Ribeira de Celavisa ofereceu tarde de folclore em Lisboa
- Festival em Mira de Aire com muitos aplausos
- Festival do Rancho do Vale de Santarém contou com grupos representativos
- Rancho de Vila Nova da Erra reaparece no seu primeiro Festival
- Ainda sobre as Bodas de Diamante do Grupo dos Sargaceiros da Casa do Povo de Apúlia
- Rancho Luz dos Candeeiros (Porto de Mós) obteve assinalável êxito em França
- Rancho de Montargil esteve em França e conquistou os Pirinéus
- FESTIMAIORCA: Encontro de povos, culturas e tradições do Mundo
- Cancioneiro de Cantanhede aplaudido na Hungria
- Festival Internacional de Folclore de Arouca
- Águeda: três mil assistiram ao ‘Milagre da Urgueira’
- Serão de Tradições em Santana do Mato
- Rancho de Cabeça Veada realizou III Festival ‘Telhados de Água’
- BRASIL: Projecto Folclore-interdisciplinar do 6.º ao 9.º ano
- Festival de Folclore de Almedina com elevada qualidade
- Porto de Mós: Festival em Mira de Aire colheu muitos aplausos
- Viana do Castelo: Festival de Folclore Internacional do Alto Minho
- Rancho de Benfica do Ribatejo já tem plano de actividades para 2010
- Museu em São Bartolomeu de Messines guarda trajes e tradições
- Rancho da Santa Casa da Misericórdia de Soure fez descamisada
- Lisboa: romaria minhota da Casa do Minho nos jardins de Belém
- Padre Ricardo Mónica regressa ao palco do Cine-Teatro de Almeirim

OPINIÃO

Passeio das mordomas homenageia “chieira” da mulher de Viana

SECÇÕES

* ESFINGE, pelo Dr. Aurélio Lopes
* INOVAÇÃO/TRADIÇÃO, pelo eng.º Manuel Farias
* PORQUE NÃO TE CALAS?
* FOI NOTÍCIA… HÁ 13 ANOS

FESTIVAIS

Festivais com realização no mês de Outubro

A S S I N E
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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

RESUMO DA EDIÇÃO DE SETEMBRO

JORNAL FOLCLORE
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N.º 163 (Setembro 2009)

EDITORIAL

Pilhas de nervos
Os Festivais Internacionais de Folclore que se calendarizaram este ano sofreram “cortes” no conjunto das presenças estrangeiras contratadas. Algumas organizações, em sete formações agenciadas faltaram três. E na generalidade não compareceram ao compromisso um ou dois grupos em cada realização. Dificuldades económicas, para uns; obstáculos com a obtenção de vistos de passagem em alguns países para outros. E até a enfermidade que querem tornar na doença da moda – a gripe A – foi motivo de desculpa para algumas ausências. Os responsáveis das organizações contratantes entraram em transe, com os nervos em completa efervescência. Quase todos os grupos tinham já referência nos programas e cartazes, e só escassos dias antes informaram a organização do Festival da sua ausência, um detalhe que acalorou mais ainda nervos daqueles que querem honrar os compromissos que assumiram com as fontes de financiamento, com o seu próprio público e com a sua própria organização. O trato com empréstimos de grupos entre organizações de Festivais Internacionais entrou em marcha acelerada. Nem sempre a possibilidade de cedência pôde acontecer.
Mas nem por isso os Festivais que viram amputados os seus programas por algumas faltas estrangeiras, deixaram de se concluir com o brilhantismo desejado. No minuto final veio o reconforto e um enorme alívio: as formações faltosas afinal não fizeram grandes brechas. Tão pouco se deu pela sua falta…
Com crise ou sem ela, o seu aproveitamento a tudo leva. Sabemos quantas vezes ela é evocada para livrar a certos compromissos. Fica por saber, entre as organizações de Festivais Internacionais de Folclore, qual o peso que a dita crise teve entre as formações estrangeiras como desculpa para a sua falta aos compromissos assumidos, e expressamente confirmados por escrito.
O Director

NOTA EDITORIAL

Folclore na dinamização da região transfronteiriça
Numa louvada cooperação cultural, Portugal e Espanha activaram um projecto para dinamização da região transfronteiriça, e cuja linha condutora assenta, principalmente, na preservação da cultura tradicional, no caso de Portugal a cultura mirandesa, em particular relativamente aos aspectos relacionados com os instrumentos musicais tradicionais, com a música, a dança tradicional e o artesanato. Do lado português está a Direcção Regional de Cultura do Norte e da parte de Espanha a Conselleria de Cultura e Turismo da Junta de Castela e Leão, organismos oficiais de ambos os países. Trata-se de manter um percurso de cooperação cultural entre as duas instituições, que teve início em 2004, através de uma candidatura a um programa comunitário que integra projectos dos territórios Ibéricos. Para os anos de 2009 e 2010 está aprovado um projecto denominado Linha Mestra Norte, que se insere num programa de cooperação transfronteiriça entre os dois países. Integrado no evento realizou-se no dia 2 de Agosto, em Mogadouro, uma mostra de dança tradicional, com a participação de grupos portugueses e castelhanos.
Deixamos naturalmente um aplauso à cooperação ibérica, que elegeu a cultura popular tradicional como elo de ligação institucional e de dinamização das regiões transfronteiriças dos dois países. Mas alguma apreensão nos invade: será que terá sido tomado em conta a qualidade dos agrupamentos intervenientes, relativamente às representações portuguesas já anunciadas? Convenhamos que não. E as razões para este nosso receio explicam-se pelo mau retrato da cultura tradicional popular que é oferecido por uma formação da margem sul do Tejo que, não se compreende bem porquê, está entre os promotores culturais mirandeses a integrar o I Festival Transfronteiriço de Folclore que vai integrar o dito programa de dinamização transfronteiriça.
Convenhamos que o grupo em causa poderia aprazar-nos com um trabalho de qualidade, dignificante da cultura tradicional da região sadina. E a “mistura” não causaria estranheza. Mas o retrato é, mau grado, muito desfocado…
Manuel João Barbosa, director


DESTAQUES

Actividade folclórica sai seriamente prejudicada
CEDÊNCIA GRATUITA DOS AUTOCARROS DAS AUTARQUIAS PODE TER OS DIAS CONTADOS
Por Manuel João Barbosa
A principal ajuda das câmaras municipais e juntas de Freguesia, que se traduz na cedência gratuita dos autocarros das autarquias pode ter chegado ao fim se as reivindicações da Associação Rodoviária de Transportadores Pesados de Passageiros vierem a ser aceites. Com efeito, a associação alega uma “concorrência desleal” por parte das autarquias com as empresas de aluguer de transportes de passageiros. A cedência de transportes gratuitos ou a baixo custo às associações desportivas e culturais é entendida como um apoio “ilegal”. A associação acusa mesmo as autarquias de “autopromoção eleitoral” e fala “em prática generalizada e nociva para a economia”, muito em especial das empresas de aluguer de transportes e ainda para o “sector de venda de autocarros”.
(Desenvolvimento na edição impressa)

- Grupo dos Sargaceiros da Casa do Povo de Apúlia - Bodas de Diamante
- Grupo Infantil dos Sargaceiros da Casa do Povo de Apúlia -Bodas de Prata
O Grupo dos Sargaceiros da Casa do Povo de Apúlia e o Grupo Infantil dos Sargaceiros da Casa do Povo de Apúlia programaram para oito dias as comemorações das suas Bodas de Diamante e Bodas de Prata, respectivamente. Setenta e cinco anos de um grupo e vinte e cinco anos de outro, traduzidos em prestigiadas actividades, onde sobressai a evocação de uma das mais inveteradas tradições populares do povo agricultor de Apúlia: a apanha do sargaço, o moliço que tornou férteis e produtivos os campos de masseira da zona litoral de Esposende.

Por: Manuel João Barbosa
Tornar as terras em chãos fecundos, abundantes de hortícolas, era o propósito dos agricultores agrários de Apúlia quando, mar adentro, enfrentavam o ímpeto das ondas, para retirar das águas revoltosas o precioso moliço – o sargaço – que depois sabiamente transformavam em fertilizante das suas leiras, tornando-as férteis e produtivas. Pelo tempo fora, a secular actividade agro-marítima foi prevalecendo, sucedendo-se em continuadas gerações. O ritual tornou-se prática inveterada, arreigada no espírito dos apulienses. E o expressivo folclore, nascido nas areias da praia, é um retrato bailado da luta do sargaceiro com o mar, quando arremessava o galhapão para chegar ao desejado moliço. E as cantigas, também elas, aludindo sempre ao mar: “Eu no mar e tu no mar / Andamos os dois perdidos / Eu no mar dos teus encantos / Tu no mar dos meus sentidos”.
(Desenvolvimento na edição impressa)

Festival Internacional de Folclore dos Açores
Multidões nas comemorações das Bodas de Prata
O Festival Internacional de Folclore dos Açores encheu uma vez mais de festa a cidade de Angra do Heroísmo. Durante oito dias a capital da Ilha Terceira engalanou-se para receber a grande festa do folclore do mundo e também de Portugal Continental e Insular. Milhares de pessoas, verdadeiras multidões, assistiram às diversas realizações do Festival, que decorreram com especial ênfase nos dias 14 e 15 de Agosto, com a realização do monumental desfile etnográfico na Rua de Sé “Desfilando e Bailando” e o grandioso espectáculo final na Praça de Touros de Angra. A organização é do COFIT – Comité Organizador de Festivais Internacionais da Ilha Terceira o Festival assinalou este ano as suas Bodas de Prata.

Por: Manuel João Barbosa

Nove formações estrangeiras – Filipinas, Noruega, Paraguai, Roménia, Turquia, Eslováquia, Espanha, França e Grécia – e Portugal (continente e Açores) constituíram este ano o conjunto de representações participantes no Festival Internacional de Folclore dos Açores, da responsabilidade do COFIT – Comité Organizador de Festivais Internacionais da Ilha Terceira, que decorreu entre 9 e 15 de Agosto na Ilha Terceira.
(Desenvolvimento na edição impressa)

‘Danças do Mundo’ - Festival Internacional das Terras da Feira na senda dos sucessos anteriores
O Festival Internacional de Folclore das Terras da Feira ‘Danças do Mundo’, da responsabilidade da Associação Casa da Gaia, de Argoncilhe (Santa Maria da Feira) e do seu Grupo Folclórico das Terras da Feira, concluiu mais uma edição, pautada por uma já rotineira boa organização e com a participação de notáveis formações estrangeiras e seleccionadas representações nacionais. O Festival, que vai na sua 31.ª edição e se assume hoje como um dos mais emblemáticos festivais do País sob a égide do CIOFF, alargou-se a várias freguesias do concelho de Santa Maria da Feira e a outras localidades do País. O balanço final pautou-se por uma alta pontuação.

Por: Manuel João Barbosa
O Festival Internacional de Folclore das Terras da Feira ‘Danças do Mundo’ somou mais um êxito. De organização e de realização. Com efeito, o resultado final de um vasto programa cumprido integralmente e com o rigor do calendário, ter-se-á pautado pelo sucesso, com plena satisfação dos participantes e redobrado agrado da organização.
O encontro de culturas do mundo trouxe uma vez mais a Argoncilhe prestigiadas representações de outros países, que espalharam de forma alegre e num clima de salutar convivência, tons e sons do seu folclore, dos trajes inspirados nos costumes tradicionais, às danças, igualmente assentes bailes com origem popular. Contudo, preparados para
(Desenvolvimento na edição impressa)

Mostra Internacional de Folclore de Montemor-o-Novo já está entre os melhores Festivais
A organização da Mostra Internacional de Folclore de Montemor-o-Novo faz cinco anos, mas já dá passos adultos. A experiência então levada a cabo terá sido de forma compreensiva algo envergonhada. Ano a ano cresceu e desenvolveu a sua própria estrutura. Esta V edição foi a prova da capacidade dos responsáveis e colaboradores do grupo organizador: o Rancho Folclórico Fazendeiros de Montemor-o-Novo. A integração no CIOFF (Comité Internacional de Organizações de Festivais de Folclore) está no horizonte. Como estará certamente a sua inclusão no rol dos melhores Festivais do País.

Por: Manuel João Barbosa
A Mostra Internacional de Folclore de Montemor-o-Novo acaba de concluir com sucesso a sua V edição. Serão cinco anos de uma experiência que procura alicerces sólidos para se impor entre as melhores organizações de folclore do País. As bases estão criadas para que o novel evento alto-alentejano venha a ser mais uma importante organização de espectáculos de folclore e a integrar a lista dos Festivais mais emblemáticos. A certificação internacional pode acontecer muito em breve.
(Desenvolvimento na edição impressa)

NOTÍCIAS

- Penacova viveu com entusiasmo mais uma edição do Festitradições
- Ponta Delgada: Relva vibrou com a ‘Mostra Folclórica do Atlântico’
- Festa Folclore Semente 2009 em Anta, Espinho
- Grupo de S. Salvador de Macieira da Maia realizou Festival
- Festival Internacional de Folclore do Etnográfico de Albergaria-a-Velha foi a festa esperada
- Rancho do Bairro de Santarém é como ‘Personalidade do Ano’
- O Bailinho da Madeira no Festival do Reguengo da Parada
- Festival do Rancho de Alcanhões com tons e sons insulares
- Etnográfico Danças e Cantares do Minho regressou de uma memorável participação em França
- Grupo Lavradeiras da Meadela actuou com grande sucesso na Argélia
- Santarém em festa de 2 a 8 de Setembro com o 50º Festival Internacional “Celestino Graça”
- Rancho da Malveira comemorou o seu 20.º aniversário
- Grupo da Camacha actuou em França
- Rancho Folclórico da Fajarda em Espanha
- Rancho “Fazendeiros de Lagameças” recebeu Medalha Municipal de Mérito
- O Rancho Folclórico da Malhada Velha festejou aniversário
- Escola de concertina no Mindelo abre a 4 de Setembro
- Encontro de Tocadores de Concertina e Cantadores ao Desafio em Tendais

OPINIÃO

SECÇÕES

INOVAÇÃO TRADIÇÃO
-Melhoria, pelo Eng.º Manuel Farias

* PORQUE NÃO TE CALAS?

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FESTIVAIS

Realizações no mês de Setembro

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quarta-feira, 5 de agosto de 2009

CAPA DA EDIÇÃO DE AGOSTO


EDIÇÃO N.º 162

TITULOS DA EDIÇÃO DE AGOSTO

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N.º 162 (AGOSTO 2009)

EDITORIAL

Ainda os Óscares
Uma organização estrangeira acaba de distinguir duas personalidades portuguesas pelo trabalho oferecido à causa do folclore, elegendo-as para receberem uma distinção – um Óscar. Congratulemo-nos por isso. O troféu simboliza o reconhecimento à dedicação e premeia o altruísmo de pessoas que desenvolvam, ou tenham desenvolvido, uma reconhecida acção na “difusão e protecção das tradições populares” dos seus países, “trabalhando com entusiasmo e amor pela cultura popular”. Citamos o presidente do organismo mentor do projecto, em entrevista concedida ao Jornal Folclore, publicada na anterior edição.
O galardão contemplou este ano mais duas individualidades do movimento folclórico de Portugal: José Maria Marques, ex-vice presidente da Federação do Folclore Português (FFP), tragicamente desaparecido no fatídico acidente de viação ocorrido em 1996 com o Grupo da Região do Vouga em viagem por França no regresso a Portugal, e Fernando Ferreira da Silva, actual presidente da FFP, que justifica a distinção num auto-elogio incerto em entrevista que publicámos na página 9 da anterior edição. O ano passado coube a Augusto Gomes dos Santos a honraria da atribuição.
O nosso País não tem o hábito de reconhecer o mérito do trabalho dos seus subservientes. Pelo menos nas coisas da cultura popular. E uma resolução da UNESCO, ratificada por Portugal em 26 de Março de 2008, obriga o Estado português a dar atenção aos promotores e preservadores da dita cultura popular. Entre os quais os responsáveis pela promoção do folclore e enquanto protectores das tradições. Uma continuada distracção do Estado pela recomendação do organismo internacional, não causará estranheza, tendo em conta o que nos diz sabiamente o adágio popular: “Pelo andar da carruagem se sabe quem vai lá dentro”.
Que ao menos, algum reconhecimento chegue lá de fora. Quanto mais não seja para nos aliviar de alguma mácula sentida pela apatia do Estado que temos.
Manuel João Barbosa

NOTA EDITORIAL

Lopes Graça
Quando em 1996 entrevistámos o maestro Fernando Lopes Graça para a revista Folclore, que então se publicava sob a nossa responsabilidade, ouvimos-lhe a seguinte afirmação: “Os grupos folclóricos que existem não correspondem a nenhuma realidade do povo português. Por isso não havia mal nenhum que desaparecessem todos!”. Confessamos o choque que sentimos ao ouvir a frontalidade do compositor. Porque entenderia o musicólogo, assim relativamente à representação tradicional que ele não encontrava nos grupos folclóricos? Interrogámo-nos.
Hoje compreendemos o sentido da sua afirmação e a dimensão das suas palavras. Nos anos passados de então, mostraram-nos que – salve-se raras excepções – os verdadeiros factos folclóricos não existiriam no trabalho da esmagadora maioria dos auto-denominados “ranchos folclóricos”. E em abono da verdade, muitos grupos que então existiam “não correspondiam a nenhuma realidade do povo português”, como fazia salientar o maestro.
Convenhamos que hoje – como ontem – aquilo que alguns (muitos) grupos folclóricos fazem e mostram não tem seguramente nada de folclórico. Sentimos o peso das nossas palavras, sem receio de quebrarmos perante a sua pressão.
Aurélio Lopes, antropólogo e atento estudioso da cultura popular, escreveu na edição de Julho passado na sua secção Esfinge: “O problema é a imagem estigmatizada que o dito folclore entretanto adquiriu. Imagem, essa decorrente de uma inadequada concepção da prática, com reflexos inevitáveis no conteúdo, por parte de muitos dos actuais agrupamentos!” E reforçou: “A verdade é que muito do folclore nacional (ou tido como tal) é uma mentira! São as promíscuas fraudes que proliferam um pouco por todo o país: as “almas algarvias”, os “fandangos varapaus”, as “pauliteiras de Miranda”, o excesso estereotipado de personagens cromáticos. É o ritmo frenético e a excessiva elaboração coreográfica. Fraudes voluntárias e involuntárias, conscientes e inconscientes, que fazem de muita da representação folclórica em Portugal um “faz de conta” volátil entre o “ser” e o “parecer”!”.
De forma irreflectida os bons projectos – felizmente que os há! – são sempre metidos no conjunto daqueles que “não correspondem a nenhuma realidade do povo português”, como entendia Lopes Graça.
As regras para a representação-figuração-retratação dos elementos folclóricos não estão definidas e as águas tardam em se separar. O folclore-tradição está numa corrente; o folclore-recreio noutra. Este, numa corrente ainda maior.
O director

DESTAQUES

Tempos atrás proibia-se o fabrico e comercialização dos produtos de confecção artesanal. Agora…
Campanha ‘Portugal, a Minha Primeira Escolha’ aconselha o consumo de produtos tradicionais
Por: Manuel João Barbosa

Está em curso uma nova campanha publicitária promovida pela Associação Empresarial Portuguesa de incentivo ao consumo de produtos nacionais. A campanha está a decorrer até ao final do ano com um orçamento de 1 milhão e meio de euros. Apela-se ao consumo de produtos de origem portuguesa, com vista dinamizar a economia. O queijo de cabra constituiu o prato de entrada num almoço integralmente confeccionado com produtos produzidos em Portugal e típicos da cultura portuguesa oferecido a vários deputados da Assembleia da República, que se preocuparam na defesa e comercialização dos produtos de características tradicionais.
(Desenvolvimento na edição impressa)

Reportagem
Rancho Folclórico “As Cerejeiras de Fetais”
O Rancho Folclórico “As Cerejeiras de Fetais” foi fundado em 1983. Desajustado da realidade tradicional local, veio algum tempo depois a absorver alguns aspectos culturais populares da região onde se insere, depois de ter desenvolvido um exaustivo trabalho de investigação no domínio do folclore, enquanto, ao mesmo tempo foi recuperado o que foi possível de um vasto património etnográfico que se perdia irremediavelmente. Resgataram-se à voragem do tempo alguns trajes, e registaram-se danças e cantigas. Inverter o rumo inicialmente traçado, para dignificação da cultura popular da sua região, foi o objectivo primeiro. Um adequado e correcto trabalho de retratação popular está em curso, a um passo de se tornar tão fidedigno quanto possível a uma realidade tradicional de uma época que o tempo está a apagar.
(Desenvolvimento na edição impressa)
FolkCantanhede - A região gandareza vibrou com o folclore do mundo

Seis formações folclóricas oriundas de outros tantos países do mundo levaram a festa do seu folclore a todo o concelho de Cantanhede, animando durante oito dias a região gandareza. O FolkCantanhede saiu do reduto citadino da anfitriã Cantanhede e foi até às freguesias – cerca de 23 – fazer a festa mas também deixar a mensagem da paz e da fraternidade entre os povos do mundo. Mas a festa maior aconteceu no encerramento do Festival.

Manuel João Barbosa
A Gala final decorreu na majestosa Praça Marquês de Marialva, que se apresentava repleta de público em toda a sua enorme dimensão. Os grupos participantes, nacionais e estrangeiros, chegaram em desfile organizado ao grande recinto, para primeira admiração de muito público. Ao palco subiu primeiramente o grupo de bombos “Sempre a Bombar” da Cordinhã, uma freguesia do concelho. Os bombos ribombaram anunciando o início da grande festa. Mas foi o Grupo Folclórico da Corredoura (Guimarães) que deu o mote para o desfile do folclore dos 7 países representados.
(Desenvolvimento na edição impressa)

NOTÍCIAS
- Autarca de Marco de Canavezes agredido em espectáculo de folclore
- Grupo de folclore mexicano cancelou viagem a Portugal devido à gripe A
- Festival do Rancho do Cartaxo foi ponto alto das Festas da cidade
- Porto de Mós: Festival da Lagoa Grande com bons momentos de folclore
- Rancho de Vila Nova do Coito ofereceu em Almoster uma admirável festa de folclore
- Coruche: Rancho Regional do Sorraia ofereceu bom Festival no seu 44.º aniversário
- Golegã: Oficina de Cultura Popular fez análise do conhecimento etnográfico adequado ao folclore
- Folclore de Faro encantou no Chipre
- Festival Internacional de Folclore Silvalde 2009
- Rancho Folclórico de Erra promoveu Workshop Etnográfico de Fotografia
- Madeira: Grupo de Folclore da Boa Nova esteve na Croácia e no Continente
- Rancho Tecedeiras na Suíça
- Rancho Folclórico “Os Campinos de Remscheid” (Alemanha) festeja este ano o 30.º aniversário
- Festa do linho na Corredoura
- Rancho S. Cosme de Gemunde, Maia, comemorou 49.º aniversário com Festival de Folclore
- Rancho Folclórico e Artístico de Antões festejou aniversário
- ‘Povo que lavas no Rio Águeda’ levou milhares à antiga piscina fluvial
- Grupo Folclórico de S. Cosme assinalou o 50.º aniversário
- Rancho Folclórico do Cartaxo actuou em França
- Recriação etnográfica na Glória do Ribatejo fez reviver o casamento como há cem anos
- Tradição e folclore no FestiBatalha
- 40 ANOS - Grupo Folclórico da Região do Vouga, Mourisca do Vouga (Águeda). Danças e cantares do mundo sobre o rio Águeda
- Cortelha (Loulé) vai respirar tradição e cultura
- Serenata Futrica em Coimbra
- INATEL: encerramento dos Cursos de Instrumentos Populares
- Rancho de Gouveia comemorou as Bodas de Ouro
- Rancho da Casa do Minho ofereceu tarde de Folclore em Belém

SECÇÕES

Carta ao director
“O comportamento é um espelho onde cada um revela a sua imagem”

Esfinge
Senso comum e ridículo, pelo Dr. Aurélio Lopes

INOVAÇÃO/TRADIÇÃO
Braços no ar. Pelo Eng.º Manuel Farias

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terça-feira, 7 de julho de 2009

CAPA DA EDIÇÃO DE JULHO

TíTULOS DA EDIÇÃO DE JULHO

JORNAL FOLCLORE
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N.º 161 (JULHO 2009)

EDITORIAL
Dia do Folclore Nacional
Em apontamento Editorial que fizemos publicar na edição de Maio, manifestávamos a expectativa de que a comemoração do Dia do Folclore Nacional, programada para o dia 31 do mesmo mês em Espinho, se revelasse de excepcional impacto, traduzindo-se num acto intensamente participado pelo movimento folclórico. A Federação do Folclore Português mandou tocar a rebate, apelando a uma presença maciça dos grupos seus membros associados, por forma a se constituírem numa imensa parada reveladora de uma enorme mobilização. Responderam positivamente mais de duas centenas de grupos, que se representaram por aproximadamente dois mil elementos activos. Pode dizer-se que a adesão foi mobilizadora.
No Dia do Folclore Nacional tentou-se uma vez mais despertar atenções para a grande realidade do movimento, ao mesmo tempo que se procura que o trabalho dos grupos folclóricos seja entendido e reconhecido. Entendido pela sociedade e reconhecido pelas instâncias oficiais, pelo Governo. O ministro da cultura esteve em Espinho e testemunhou in-loco a força do folclore. E levou recados para Lisboa. Recados corajosos do Presidente da Federação do Folclore Português e do líder da autarquia de Espinho. Como de outras entidades. E viu nos olhos dos milhares de folcloristas uma total aprovação. Duvida-se dos efeitos que possam surtir. Mas as mensagens foram veementes e destemidas.
Manuel João Barbosa

NOTA EDITORIAL
Dinheiros públicos

I – A Câmara Municipal de Espinho aceitou ser anfitriã de duas iniciativas da Federação do Folclore Português (FFP), que decorreram na sua cidade nos dias 30 e 31 de Maio – a cerimónia da entrega dos Óscares, atribuídos pela União Internacional das Federações dos Grupos de Folclore e as comemorações do Dia do Folclore Português. A autarquia de Espinho disponibilizou para os dois eventos uma verba que delimitou às suas disponibilidades financeiras. A Câmara de Espinho foi boa anfitriã das entidades estrangeiras e de alguns convidados portugueses, a maioria em exercício de funções. Um bom exemplo da amabilidade nacional, que nos caracteriza. Ambas as iniciativas tiveram repercussão nacional e sobretudo internacional, muito em especial por parte dos convidados estrangeiros.
O Jornal Folclore foi convidado a fazer a reportagem dos referidos acontecimentos, enquanto órgão de imprensa escrita da especialidade. Sem outros encargos para a organização – a FFP – estivemos em Espinho o tempo necessário para a cobertura dos dois eventos.

II – Em escrito divulgado num fórum na Internet, Arlindo dos Santos, ataca violentamente a organização e ciumenta-se pela nossa estada “durante 3 dias (!) num hotel, com tudo pago, dizem pela Câmara Municipal de Espinho, ou seja, dinheiro saído do bolso dos contribuintes”, diz o subscritor na sua lamúria. Eloquente a conclusão do cibernauta, que entende as iniciativas como “autênticas feiras de vaidades”. Interroga-se o signatário: “E para quê? Quem soube deste evento? Não vi qualquer notícia nos jornais ou televisões… exceptuando o jornal Folclore, ou não fosse ele um dos convidados a ficar 3 dias alojado num hotel, com tudo pago!”.
Mau grado, Arlindo dos Santos não terá sido convidado. E só por isso caiu o “Carmo e a Trindade”. O subscritor manifesta-se ainda: “Ai que saudades eu tenho do Jornal Folclore quando desmascarava todos os meses nas suas páginas o mau funcionamento da Federação do Folclore Português. Agora são tudo rosas”.
Esclarecemos, se por mais não fora, que a nossa postura enquanto responsável por este órgão de comunicação social, não se vende por uma estada num hotel. Tão pouco nos aliciam almoços, jantaradas, subidas aos palcos e outros privilégios. Criticamos quando entendemos dever fazê-lo. E disso temos dado sobejas provas, não olhando a quem e não atendendo a eventuais afeições que nos liguem aos citados.
“Comprometemo-nos a respeitar os princípios deontológicos da imprensa e a ética profissional, de modo a não poderem prosseguir apenas fins comerciais nem abusar da boa fé dos leitores, encobrindo ou deturpando a informação”, determina o art.º 2 do Estatuto Editorial do Jornal Folclore, regulado pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social.

III – O signatário promoveu no mesmo dia das comemorações do Dia do Folclore Português uma festa que reuniu mais de seis dezenas de grupos. A sua iniciativa foi, da mesma forma, patrocinada por uma autarquia – a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. Logo paga, igualmente, com “dinheiro saído do bolso dos contribuintes”. A verba atribuída pela autarquia de Vila Franca ter-se-á aproximado da verba facultada pela de Espinho. A iniciativa que decorreu em Vila Franca de Xira teve a repercussão que teve, cingida à particularidade da organização. Em Espinho o âmbito da realização terá extravasado as fronteiras do País.
Manuel João Barbosa


DESTAQUES
- Distinguidas 12 personalidades nacionais e estrangeiras com trabalho meritório na defesa e salvaguarda do Folclore. O Folclore de Portugal abraçou o mundo
- Dois mil folcloristas celebraram o folclore nacional. Dia do Folclore Português particularmente assinalado em Espinho
- ‘A Minha Terra é Viana’: espectáculo etno-folclórico comemorativo dos 750 Anos do município de Viana do Castelo

NOTÍCIAS
- 10 e 11 de Julho, em Águeda. Povo que Lavas no Rio Águeda
- Sectores da Europa do Sul e África do CIOFF reúnem em Lisboa
- Associações de Folclore de Santarém e de Tomar em caminhos cruzados
- Bodas de Diamante – Grupo Lavradeiras da Meadela e Grupo Regional de Moreira da Maia
- Santarém: Folclore do País abriu a Feira Nacional de Agricultura
- Na Festa de Folclore e Amizade do programa ‘O Povo a Cantar’. Folclore de manhã ao pôr-do-sol
- Velhos costumes revividos na Feira Rural em Paranhos
- Encontro de Cultura Tradicional Minhota em Lisboa. Folclore do Minho mostrou-se na Praça da Figueira
- Folclore de qualidade no Festival do Rancho Luz dos Candeeiros
- Rancho da Fajarda comemorou 30.º aniversário com Festival de Folclore
- Ao Toque do Adufe- Rancho Folclórico da Boidobra apresenta tradições no Teatro Cine da Covilhã
- Peso da Régua: Jornadas Etno-folclóricas debateram o associativismo
- Deslocação à Suíça do Grupo Etnográfico Rusga de Joane
- Homenageado director do Rancho da Casa do Povo de Pinhal Novo
- Rancho da Santa Casa da Misericórdia de Soure festejou 14.º aniversário
- Os Serranos em Espanha
- Inaugurada sede-museu do Grupo Etnográfico de Almalaguês
- Rancho da Golegã recriou no palco costumes populares locais
- Grupo Etnográfico de Albergaria-a-Velha comemorou as Bodas de Prata
- Grupo de Macieira da Maia inaugurou sede
- Perosinho – Inaugurada a Eira do Rancho de Perosinho
- Torres Novas: Rancho da Casa do Povo de Olaia realizou Festival
- Rancho “As Florinhas” das Caldas de S. Jorge comemorou aniversário


OPINIÃO
O Folclore Vila Nova de Famalicão – uma revisitação da memória do Estado Novo

SECÇÕES

* Esfinge - A verdade da mentira. Por Dr. Aurélio Lopes

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sexta-feira, 29 de maio de 2009

CAPA DA EDIÇÃO DE JUNHO

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EDIÇÃO N.º 160 (JUNHO 2009)

Nota Editorial

Esquecer a tradição…

A televisão, num apontamento de reportagem, exaltava num programa matinal o sentimento das raparigas de Miranda do Douro por “ousarem representar”, citamos, a popularizada ‘dança guerreira’, conhecida como ‘Dança dos Pauliteiros’. Alegava-se que os rapazes descuram a prática tradicional, e vai daí as graciosas moçoilas de Miranda – quais mulheres das tropas greco-romanas… – arregaçaram as mangas, envergaram as vestes guerreiras (?) e de paus em riste, foram à luta, que é como quem diz: à dança de combate.
A popular dança mirandesa dos paulitos terá origem na dança pírrica dos Gregos. Os dançadores simulam o ataque e a defesa na batalha. A representação figurada de actos guerreiros é assim encaminhada para um desempenho estritamente masculino, se quisermos levar à risca a retratação da tradição mirandesa, de tempos seculares. A figuração apresentada pelos grupos tradicionais de Pauliteiros, vem do tempo em que o povo da região transmontana criou a mítica dança – ou a aculturou – exigindo que o seu desempenho seja coisa de homens. Ou a tradição já não é o que era…
A prática que agora grupos de mulheres estão a incrementar, não terá nada do folclore que as gentes transmontanas criaram de forma anónima e que veio a arreigar-se de jeito tão apaixonado entre as comunidades de várias zonas do Planalto Mirandês e não só.
No apontamento televiso, apelava-se a que se “esquecesse a tradição” e se desse ao sexo feminino a prática da dança exclusiva dos homens. Um apelo legítimo pelo direito à recreação, ao divertimento e ao convívio. Mas a representação do folclore acaba aqui. Não chamemos a essas formações grupos tradicionais ou etnográficos, porque não estão de acordo com a génese da criação popular – o facto folclórico.


EDITORIAL

Aí estão os Festivais
Calcula-se que cerca de mil e quinhentos Festivais de Folclore irão animar os fins-de-semana de Maio a Setembro. Julho e Agosto há muito deixaram de ser os meses exclusivos para receberem as programações folclóricas, por razões que se prendem com a falta de disponibilidade dos grupos mais representativos, e também pelo direito a férias dos cooperantes nos meses especiais de estio. Junho e Setembro já se inundam de Festivais, e nalguns casos os meses Março e Abril, e mais tarde de Outubro já recebem muitas realizações, quando existem as alternativas que permitam que o Festival se desenrole em recintos cobertos. Temos assim um já curto período do ano que o movimento folclórico se aquieta nas suas representações cantadas e bailadas, contrariamente ao que se verificava anos atrás. Pelo Norte do País é conhecida uma intensa actividade dos grupos nos meses de Dezembro e Janeiro, recriando e fazendo reviver o folclore religioso do ciclo natalício e o cantar das Janeiras. Uma tradição não arreigada em boa parte do centro e do sul do País. O tradicional costume até já tem honras de espectáculo encenado, mostrando-se nos palcos de sumptuosas salas ou de simples instalações associativas.
Abrimos então os braços à nova época dos Festivais. Alheios a crises sociais e económicas, porque nestas coisas do folclore, tudo anda à volta da carolice, mesmo que haja encargos com a cortesia de oferecer a refeição aos grupos convidados.


DESTAQUES

Espaço vivo de memórias e tradições. Centro de Documentação e Estudos Etnográficos inaugurado na Glória do Ribatejo

Manuel João Barbosa

“Havia ali [na Glória do Ribatejo] um filão etnográfico a explorar”, escreveu Alves Redol em 1938 quando divagou por terras glorianas, e onde permaneceu longa temporada, para escrever a sua tão popularizada obra “Glória, uma Aldeia do Ribatejo”. Com efeito, a Glória – hoje uma das mais prósperas Freguesias do concelho de Salvaterra de Magos – sempre se distinguiu por uma peculiar atitude cultural das suas gentes. Talvez por isso o escritor terá denominado a pacata aldeiazinha de montado de então, como “uma ilha dentro do Ribatejo”.

“Não conheço em todo o Ribatejo percorrido, outra aldeia que irradie mais simpatia por atributo próprio”. Invocamos uma vez mais Alves Redol, que descrevia assim o sentimento que o assolou quando se “hospedou” no pacato lugar da charneca do Ribatejo, plantado entre rico e vasto montado, que espera a machada para, em cada nove anos, oferecer a cortiça.
De forma reiterada temos, nestas páginas, dado a conhecer costumes e hábitos peculiares que diferenciam a cultura gloriana de um outro qualquer recanto do País.

O Folclore do Ribatejo quer apagar o esteriótipo da ‘saia encarnada’

Manuel João Barbosa

Longe vai o tempo em que as vermelhas saias da indumentária das bailadoras dos ranchos do Ribatejo cunhavam a marca dum folclore ilusório da Lezíria – e não só – como o ex-libris do traje da Borda d’Água. A realidade da peça do vestuário feminino tradicional era, contudo, bem diferente daquilo que inúmeras formações queriam fazer ver. A investigação mais recente veio provar alguma contradição no uso quase maciço da garrida saia pelos grupos folclóricos. Afinal, outras matizes eram tão ou mais frequentes nos tecidos, que não só o vermelho. Generalizou-se então a saia encarnada entre os ranchos que se foram formando, copiando o pitoresco exibido por outros, contrariando a realidade etnográfica das respectivas zonas de inserção. O esteriótipo estava criado.

Durante décadas inúmeros grupos da região do Ribatejo espalharam a colorida imagem “etnográfica” da indumentária tradicional feminina, exaltando o alegórico traje – saia vermelha e blusa branca. Vestidas de forma uniformizada, a cor rubra sobressaía no palco da representação, apoiada sempre por uma apurada técnica de execução das danças. As plateias aplaudiam frenéticamente o bonitinho que as encarnadas saias e o sincronismo da execução bailada ofereciam.
(Desenvolvimento na edição impressa)

Reportagens

Feira Rural Portuguesa recebeu milhares de visitantes. Velhos costumes na Feira rural em Arcozelo

Manuel João Barbosa

A recriação e velhos hábitos de outros tempos, que permitiam trocar por alguns dinheiros os produtos da horta, do fumeiro ou da arte de uma qualquer bordadeira, passaram uma vez mais pelo Parque Santa Maria Adelaide, na popularizada vila de Arcozelo (Vila Nova de Gaia), tão conhecida por factos religiosos ligados ao aparecimento do corpo incorrupto de Maria Adelaide. A iniciativa da Federação do Folclore Português reuniu centenas de vendedores, figurando a tradição retratada por cerca de setenta grupos folclóricos, e recebeu a visita de milhares de visitantes.

A Feira Rural que a Federação do Folclore Português promove desde há 14 anos, levou ao aprazível Parque da conhecida vila de Arcozelo (Vila Nova de Gaia), dezenas de retratos vivos de hábitos de outrora, quando as gentes rurais procuravam, no marcado do largo da aldeia, angariar proventos para a sua sobrevivência, trocando por alguns réis os produtos cultivados nos hortejos ou os enchidos de carne do suíno criado no chiqueiro do quintal. (…)
(Desenvolvimento na edição impressa)

Peregrinação de ranchos e grupos folclóricos. Dois mil trajes do folclore nacional matizaram o Santuário de Fátima

Manuel João Barbosa

Cerca de duas centenas de grupos e ranchos folclóricos mostraram em Fátima aproximadamente dois mil trajes das suas representações etnográficas. O Santuário recebeu a VII peregrinação do movimento folclórico nacional, uma iniciativa da Federação do Folclore Português, que conta com o apoio da Reitoria do Santuário. As vestes, simples ou mais elaboradas da tradição portuguesa, coloriram o espaço sagrado,

Grande parte dos grupos folclóricos federados respondeu afirmativamente à chamada da Federação do Folclore Português (FFP), participando em mais uma grande manifestação de representação e de Fé, integrando a peregrinação do folclore nacional a Fátima. A iniciativa, que tem merecido o melhor apoio da Reitoria do Santuário, tem sido extraordinariamente bem acolhida pelos grupos e ranchos de folclore, comparecendo de forma numerosa em representação do movimento folclórico. No dia 26 de Abril estariam no Santuário a cerca de dois mil trajes regionais. (…)
(Desenvolvimento na edição impressa)

Oitocentos trajes tradicionais do País mostraram-se ao vivo em Tomar

Manuel João Barbosa

Mais de uma centena de regiões etnográficas do País, representadas por outros tantos grupos e ranchos de folclore, fizeram-se representar na XV Exposição Nacional do Trajo ao Vivo, que a Federação do Folclore Português organizou e levou à cidade de Tomar, constituindo um painel representativo da etnografia nacional, no respeitante a trajes tradicionais. Foram cerca de oitocentos os figurantes que exibiram de forma distinta os trajes de outras épocas, em representação das suas regiões. Muito público assistiu ao maravilhoso desfile, encantando-se com o admirável cortejo das vestes tradicionais.

Foram muitos os nabantinos que no dia 16 de Maio se extasiaram com o desfile de trajes tradicionais, outrora usados nas mais diversificadas regiões do País, e levados à cidade de Tomar, numa organização da Federação do Folclore Português, concretizando assim a sua XV Exposição Nacional do Trajo ao Vivo. (…)
(Desenvolvimento na edição impressa)

NOTÍCIAS
- Grupo de Folclore da Casa de Portugal em Andorra celebra 13 anos com Festival Ibérico
- Rancho “Os Camponeses da Beira-Ria”, de Murtosa, comemorou o 30.º aniversário
- Rancho Folclórico do Cartaxo e Câmara Municipal assinam protocolo para concluir nova sede
- Grupo Folclórico da Corredoura esteve em França
- Feira tradicional em Tendais
- ‘Danças do Mundo’ – Festival Internacional de Folclore nas Terras da Feira entre 15 e 27 de Julho
- Faleceu Rui Aguiar, dirigente do Cancioneiro de Águeda
- Azambuja: Rancho de Vale do Paraíso com sede nova
- Coruche: Rancho “Os Camponeses” de Santana do Mato comemorou as Bodas de Ouro
- Grupo Folclórico de Castelo do Neiva comemorou aniversário com tarde de Folclore
- Grupo da Casa do Povo de Ceira comemorou 47.º aniversário
- Grupo da Casa do Povo de Santa Cruz do Bispo festejou 56 anos
- Rancho Folclórico de Canidelo vai assinalar o 30.º aniversário
- Folclore no 75.º aniversário da Casa do Povo de Vialonga
- Grupo Folclórico de Faro prepara comemoração do 79.º aniversário
- Camponeses do Mondego comemoraram aniversário
- Rancho da Casa do Povo de Aveiras de Cima distinguido em Palma de Maiorca
- “As Tecedeiras” de Bidoeira de Cima na Suíça
- Preito de honra e mérito do Rancho de Torredeita para Arcides Batista Simões
- Etnográfico Danças e Cantares do Minho ofereceu mais um Festival à cidade de Lisboa
- Folclore de qualidade no Festival no Bairro dos Arneiros, Caldas da Rainha
- “Sabores da Glória” levaram à mesa comeres dos casamentos

OPINIÃO
Folclore recreativo, histórico e cultural. Por Bertino Coelho Martins

SECÇÕES

* Esfinge - Sombrias perspectivas! Por Dr. Aurélio Lopes

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*FOI NOTÍCIA… HÁ 13 ANOS

FESTIVAIS

Realizações no mês de Junho

NOVOS CORPOS GERENTES

Rancho Folclórico e Etnográfico de Vale de Açores

CARTAS AO DIRECTOR

Peregrinação Nacional dos Ranchos Folclóricos

terça-feira, 5 de maio de 2009

CAPA DA EDIÇÃO DE MAIO

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EDIÇÃO N.º 159 (MAIO 2009)

EDITORIAL

“Democratizar” o ensino da música
O primeiro ministro anunciou durante a inauguração do Conservatório de Música do Porto, em data recente, que o Governo está apostado em “democratizar” o ensino da música, alargando-o a “cada vez mais jovens”. José Sócrates estar-se-ia a referir ao ensino da música elitista, oferecido nos Conservatórios, que, aliás confirmou: “O Governo está a fazer um enorme investimento nos cinco conservatórios de música públicos, com a construção de raiz de novos edifícios para os do Porto e Coimbra e a modernização dos de Lisboa, Aveiro e Braga”. Se dúvidas houvesse elas foram desde logo eliminadas. Logo peca por falta de verdade a propalada “democratização” do ensino da música.
Fica por explicar a razão porque não chega a anunciada democratização do ensino musical a outros centros, como as inúmeras escolas de música que integram o movimento associativo cultural do País, e nomeadamente aquelas que estão no seio dos grupos de folclore? Estes espaços de aprendizagem, estando a formar milhares de novos músicos, constituem ao mesmo tempo lugares de sociabilidade e de convívio, que o Estado deveria reconhecer como centros de formação e de civilidade.
Parece-nos que também por aqui o Estado andará desatento.


NOTA EDITORIAL

O Dia Nacional do Folclore
A Federação do Folclore Português estabeleceu, de há uns anos a esta parte, o último domingo de Maio como o Dia Nacional do Folclore. Não se tendo verificado, nos últimos anos, a realização de iniciativas que de alguma forma assinalassem a data, regista-se com agrado a comemoração do Dia Nacional do Folclore este ano, com a realização de um evento festivo que decorrerá na cidade de Espinho.
A nível mundial o Dia do Folclore é assinalado em inúmeros países em Agosto. A iniciativa tem em vista homenagear o inglês William John Thoms, nascido a 22 de Agosto de 1846, criador da palavra “folclore”. No Brasil o Dia Nacional do Folclore é comemorado a 22 de Agosto, e foi instituído por um decreto federal em 1965. Em alguns estados brasileiros, a data é assinalada durante cerca de um mês, e Agosto é tido como o mês do folclore. Em todos os Estados brasileiros são desenvolvidas centenas de actividades à volta do folclore e nas Escolas e instituições são realizados vários trabalhos pedagógicos sobre o tema. A própria comunidade é particularmente envolvente em várias iniciativas de cariz popular. O Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, no Rio de Janeiro, (uma estrutura administrativa do Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional do Ministério da Cultura), sempre assinala especialmente o Dia Nacional do Folclore, com uma programação elaborada especialmente para a data.
Por cá, parece que as coisas querem sair da letargia dos anos anteriores, e alguma coisa vai acontecer para assinalar a data. O folclore português – o único no mundo que se representa imbuído na raiz tradicional – merecerá ser considerado no seu Dia Nacional, como acontece em muitas partes do mundo. Se não houver intenção de homenagear o arqueólogo inglês, que seja em tributo ao próprio folclore. E cabe à Federação do Folclore Português assumir qualquer iniciativa, ainda que de forma simbólica, promovendo a realização de eventos evocativos da data.
Espera-se que a manifestação do folclore nacional, que vai acontecer em Espinho no dia 31 de Maio, se revele importante e de excepcional impacto. E que possa servir, quanto mais não seja, para acordar as mentes adormecidas da nossa estrutura governamental.


DESTAQUES

62 ranchos dançam num mega Festival
Vila Franca de Xira recebe festa do folclore nacional

A cidade de Vila Franca de Xira é anfitriã de um grande encontro do folclore nacional. A típica cidade ribatejana recebe no dia 31 de Maio mais de sessenta grupos folclóricos, que rumarão de diversificadas regiões do País. A iniciativa tem o patrocínio da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e vai decorrer no Parque Urbano do Cevadeiro. A organização é do programa ‘O Povo a Cantar’, da Rádio Íris, emitido semanalmente aos domingos entre as 7 e as 13 horas.
O programa ‘O Povo a Cantar’ foi idealizado há quinze anos com o objectivo de divulgar a música folclórica gravada pelos inúmeros grupos da região da Lezíria ribatejana. Esse desígnio regional alargou-se nos últimos anos ao folclore de todo o País, fazendo ouvir o folclore de outras regiões, que extravasam as ondas da Íris. Também, por força das novas tecnologias, a emissão do programa passou a ter audição alargada, com ligação à Internet, contando a partir de então com audiência em inúmeras partes do País e do mundo.

Manuel João Barbosa

O Parque Urbano do Cevadeiro, em Vila Franca de Xira, junto à praça de Touros, vai engalanar-se no dia 31 de Maio para receber cerca de sessenta grupos folclóricos, representativos de variadas zonas etnográficas de todo o País. A iniciativa é do programa radiofónico ‘O Povo a Cantar’, que integra a programação da Rádio Íris, com estúdios em Samora Correia. É emitido semanalmente aos domingos, entre as 7 e as 13 horas.
(Desenvolvimento na edição impressa)


Carga fiscal pode vir a abater-se sobre a actividade folclórica

Alguma sensibilidade dos trabalhadores da administração fiscal pelas precárias condições económicas do associativismo folclórico, tem feito esquecer o cumprimento das regras contributivas a que se obriga qualquer associação ou colectividade, cobradora de dinheiros por serviços prestados e bens comercializados, como a exploração de bares nos seus espaços sociais. Mas uma sedenta determinação da governança fiscal na cobrança de impostos pode vir a provocar uma verdadeira hecatombe nas magras finanças dos grupos de folclore.

Manuel João Barbosa

São vários os caminhos que poderão levar a administração fiscal à tributação de impostos aos grupos de folclore, enquanto associações cobradoras de serviços prestados (actuações remuneradas), recebedoras de subsídios oficiais e particulares e de bens comercializados (a exploração de bares). Quando acabar o estado de graça a que os diligentes oficiais contemplaram as associações folclóricas, muitas brechas vão ser abertas nos cofres dos grupos folclóricos, abatendo-se sobre os já parcos rendimentos que pingam a actividade cultural e social que desenvolvem.
(Desenvolvimento na edição impressa)


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