quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

JORNAL FOLCLORE
Praceta Pedro Escuro, 5 – 2.º Dt.º - 2000-183 Santarém
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N.º 188 (Outubro)

RESUMO DA EDIÇÃO
NOTA EDITORIAL

PERVERSA TELEVISÃO
Perversa televisão quando passa tão maus retratos de um suposto Folclore. E é com esse “folclore” que nos impigem quase diariamente os programas emitidos a pretexto da época estival, e que levam as produções a sair dos estúdios. Tão raros são os momentos de bons desempenhos do nosso Folclore que as televisões nos oferecem! Parece que os projectos alinhados, aqueles cujo trabalho final se ajusta com mérito a uma retratação séria dos aspectos culturais e tradicionais, fogem dessas produções como o diabo da cruz!
Sabe-se que as produções televisas logo afastam qualquer espécie de recompensa pela participação, “pagando” com a “promoção” que a televisão oferece! Então, a recusa na participação por parte de grupos que fazem jus à honra e dignidade é imediata. Na repescagem, os produtores logo encaminham o convite para outras formações, distantes daquilo que lhes é servido na bandeja de um presumível folclore. Na maioria das vezes, tal acontece com a complacência das próprias autarquias, convidadas a indicar os seus promotores culturais.
Não estamos, naturalmente, a querer que se exerça qualquer tipo de censura sobre a participação desta ou daquela formação que se oferece, sem qualquer contrapartida ou forma de compensação, para animar as emissões. Mas, mal estará quando os esboços de exercício tradicional popular em presença, se apresentam como maus retratos do Folclore nacional. Serão entes estafetas de um hipotético “folclore”.
O movimento folclórico nacional continua desgarrado de um caminho preciso e correcto, seguindo, desde há décadas, por trilhos errados, sem se regimentar por condicionalismos que o leve a uma sujeição rigorosa e fidelizada aos reais actos e factos folclóricos. Enquanto assim for, de nada valerá a teimosia daqueles que, embora trilhando um percurso espinhoso, insistem em honrar as histórias de vida e a cultura dos que os antecederam num tempo há muito ido.
O director

DESTAQUES

FOLKFARO: “UM MUNDO DE CULTURAS” NA REGIÃO ALGARVIA”
Foi grande uma vez mais a festa do folclore do mundo que se passeou pelo Algarve durante oito dias de Agosto. Concluiu-se a edição de 2011 do FolkFaro, que espalhou pelo Algarve quadros vivos de diversificadas culturas de outros países, como de Portugal. Milhares de pessoas assistiram aos espectáculos diários, da Gala de Abertura às Galas “Tradição Portuguesa”, como à “Gala das Nações”. A organização do Grupo Folclórico de Faro averbou mais um êxito. Apesar das restrições financeiras... - Texto e fotos: Manuel João Barbosa

A magia do encanto de hábitos tradicionais de outros pontos do mundo envolveram a capital do Algarve e regiões limítrofes numa festa de cor e alegria, oferecida por tão sugestivas delegações internacionais, juntando-se-lhe outras tantas formações nacionais, protagonizando o “acontecimento mais aguardado no Verão cultural de Faro”, como afirmam justificadamente os promotores do evento, os responsáveis pelo Grupo Folclórico de Faro.

FUNCHAL: SEMANA EUROPEIA DE FOLCLORE NA CELEBRAÇÃO AO VINHO MADEIRA
A Semana Europeia de Folclore do Funchal voltou a despertar o interesse de milhares de nacionais e estrangeiros, enchendo entre 28 de Agosto e 2 de Setembro o Auditório do Jardim Municipal. Representações oriundas de três países e quatro grupos de Portugal Continental a da Madeira mostraram o seu folclore, como diferenciados aspectos da sua etnografia. A organização foi do Grupo de Folclore e Etnográfico da Boa Nova, do Funchal, e integrou o programa da Festa do Vinho Madeira. - Texto e fotos: Manuel João Barbosa

“A Semana Europeia de Folclore constitui um ponto alto das Festas do Vinho Madeira”. A afirmação foi da Secretária Regional de Turismo, Conceição Estudante. Com efeito, o Folclore de Portugal e de outros três países, fez sobrelotar diariamente o Auditório do Jardim Municipal do Funchal. Todos os lugares do anfiteatro foram ocupados muito antes do início de cada sessão, e muitos foram aqueles que se dispuseram a ver as formações participantes sem a acomodação de um lugar sentado. Em grande número estiveram espectadores de outras nacionalidades.
(Desenvolvimento da edição impressa)

UM MAR DE GENTE NO FESTIVAL INTERNACIONAL DA PONTA DO SOL
A Avenida do Mar, em Ponta do Sol, voltou a receber uma imensa plateia para ver o folclore nacional e internacional que o Grupo Folclórico de Ponta do Sol aprontou para a edição XXI do seu Festival Internacional de Folclore. Sete formações nacionais e estrangeiras exibiram-se num florido “jardim”, preparado no grande palco. O tema deste ano evocou o traje tradicional da Madeira. O Festival integrou as Festas da vila, constituindo uma louvável parceria inter-associativa.

Texto: Manuel João Barbosa – Fotos: M. Gabriel

Um palco exuberante de cachos de exóticas flores recebeu as danças e os trajes de variadas formações etnográficas de Portugal e de três outros países – Hungria, Venezuela e Lituânia – mostrando-se a uma imensa assistência, que enchia literalmente a Avenida do Mar, atractiva artéria da bonita vila da Ponta do Sol, na Madeira. Aconteceu mais uma edição do admirável Festival Internacional de Folclore organizado pelo Grupo de Folclore da Ponta do Sol
(Desenvolvimento da edição impressa)

SANTARÉM: O MUNDO A DANÇAR
Santarém viveu de forma efusiva mais uma edição do Festival Internacional de Folclore ‘Celestino Graça’. Na cidade, como no palco das actuações, prestigiadas formações folclóricas internacionais, como distintos grupos nacionais, mostraram tradições vivas de diferenciadas culturas, como de Espanha, Polónia, Israel, Lituânia, Turquia e Portugal. “O Festival é há muito um orgulho da cidade de Santarém”, lembrava Ludgero Mendes na Gala de Abertura.
Textos e fotos: Manuel João Barbosa

A cidade de Santarém viveu uma semana de festa oferecida pelas danças e músicas folclóricas do mundo. Aconteceu mais uma edição do Festival Internacional de Folclore ‘Celestino Graça’, que trouxe à velha scalabis notáveis representações folclóricas internacionais, caprichando também na selecção dos representantes nacionais, que intercalaram as delegações estrangeiras nas várias sessões. O grande auditório do Centro Nacional de Exposições (CNEMA) recebeu numerosas assistências, porventura incomuns comparativamente com edições anteriores.
(Desenvolvimento da edição impressa)


NOTÍCIAS

- Congresso na Madeira vai ocupar-se do Folclore nacional
- Relva (Ponta Delgada): Mostra Folclórica do Atlântico assistida por milhares de pessoas
- Festival Almedina organizado pelo Etnográfico de Coimbra
- Grupo Folclórico de Portomar actuou na Ilha Terceira
- Festa de Folclore e Cultura Popular em Bemposta
- Etnográfico da Gafanha da Nazaré voltou a recriar a Procissão na Ria
- Brilho da Gala Internacional da Batalha ofuscado pelas condições climatéricas
- Rancho Rosas do Lena (Batalha) teve presença brilhante na Ucrânia
- Rancho Folclórico de Canelas ofereceu ‘Tradições de Terras Queirosianas’
- Rancho Infantil de Azambuja ofereceu Festival de Folclore infantil
- Festival de folclore em Paçô…
- …em Rates (Póvoa de Varzim)
- Etnográfico Danças e Cantares do Minho no País Basco, Espanha
- Folclore Internacional em Pedreiras (Porto de Mós)
- Fundação INATEL abriu cursos de iniciação e aperfeiçoamento instrumentos tradicionais
- ESPAÇO VIVO DAS ARTES TRADICIONAIS - RANCHO DA RIBEIRA DE SANTARÉM INAUGUROU MUSEU ETNOGRÁFICO

OPINIÃO
Postal de Montargil - O Folclore tem fronteiras

SECÇÕES:

- FESTIVAIS – Os Festivais com realização no mês de OUTUBRO

- TRADIÇÃO / INOVAÇÃO – Adornos: do exagero à honra, pelo Eng.º Manuel Farias

- PORQUE NÃO TE CALAS?


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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

terça-feira, 6 de setembro de 2011

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

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N.º 187 (SETEMBRO)

TÍTULOS DA EDIÇÃO



NOTA EDITORIAL

O “teatro” do Folclore
São muitos os que vêem as recriações dos aspectos tradicionais como que um desajuste daquilo que é tido como representação do folclore. Mas, com efeito, aquilo que hoje alguns grupos de folclore oferecem – não tantos quanto seria desejável – mais não será do que ajuntar ao desempenho do folclore (as danças e as cantigas) também aspectos da etnografia. Assim, alarga-se o âmbito do trabalho de representação a outras vertentes da cultura popular das respectivas regiões de inserção.
A retractação dos costumes populares, que vieram a tornar-se tradição, é – também! – folclore! E como tal deve estar presente no trabalho dos grupos, assumidamente de folclóricos, sempre que a actividade pública o permita. O grupo / rancho que opta por inovar na representação está a valorizar o seu trabalho e a enriquecer a mostra de folclore. Recriar hábitos populares do passado não pode ser entendido como inovar o folclore. Designar isso de teatralização é revelar desconhecimento dos preceitos da representação folclórica. O que o grupo está a oferecer são “retratos” vivos de vivências de outrora, que se arrastaram pelos tempos na vida comunitária. E isso é folclore, dentro do ramo da etnografia.
Não se compreende assim que a fórmula seja entendida como uma forma de perverter o espírito do folclore. O promotor folclórico estará, isso sim, a fugir a um estereótipo de representação folclórica, criado como modelo há muitas décadas, no pressuposto de que o folclore consiste apenas em danças e cantares.
O director

DESTAQUES

Festival assume-se como o maior evento de Folclore Internacional de Portugal
Multidões aclamam o Festival Internacional de Folclore dos Açores
Textos e fotos: Manuel João Barbosa
A Ilha Terceira viveu uma vez mais a euforia do Festival Internacional de Folclore dos Açores, proporcionada pelas danças e as músicas tradicionais de vários países do mundo, numa miscelânea de cores e ritmos, que encantaram as dezenas de milhares de pessoas que assistiram à XXVII edição do prestigiado encontro de culturas, considerado um dos maiores eventos realizados em Portugal. Formações de 11 países estrangeiros, juntaram-se a 18 grupos nacionais, do Continente e Açores, constituindo a maior concentração de participantes activos - cerca de 800 - num evento do género. A organização é do Comité Organizador do Festival Internacional da Ilha Terceira (COFIT)

Calcula-se que mais de vinte mil pessoas terão assistido às várias sessões e desfiles do Festival Internacional de Folclore dos Açores. Chegados de vários países do mundo, como de Portugal Continental e Insular, mais de oitocentos participantes activos deram vida e alma aos inúmeros espectáculos, espalhando a mensagem da paz universal e da amizade. Do estrangeiro estiveram representações da Bélgica, Turquia, Tenerife (Espanha), Rússia, Estónia, Noruega, Eslováquia, Indonésia, Ucrânia, França e Itália. Para além das representações estrangeiras o Festival dá particular atenção à presença nacional. Em representação dos Açores esteve o Grupo Etnográfico da Beira, da Ilha de São Jorge. O continente português representou-se pelos Ranchos Folclóricos da Golegã e de São Miguel do Milharado (Mafra).
(Desenvolvimento na edição impressa)

“Danças de Mundo” – Festival Internacional de Folclore nas Terras da Feira
Sons e tons do folclore do mundo
nas terras de Santa Maria

Texto e fotos: Manuel João Barbosa

O Festival “Danças do Mundo”, da organização da Casa da Gaia, de Argoncilhe (Santa Maria da Feira), concluiu a sua 33.ª edição entre 20 e 31 de Julho. Diferenciadas culturas e tradições de variados povos do mundo, como de Portugal, constituíram o grande espectáculo que durante uma semana espalhou a festa do Folclore por boa parte do concelho de Santa Maria da Feira e de outros concelhos, oferecido por tão dignos embaixadores. Nove países, de vários continentes, deixaram nas danças a mensagem da paz e da amizade.

As danças do mundo, como trajes tradicionais incomuns, animaram durante uma semana diversas Freguesias do concelho de Santa Maria da Feira, e outros concelhos, como fomentaram a união e a amizade entre os povos. Aconteceu a realização de mais uma edição de um dos mais mediáticos Festivais de Folclore do País - o Festival Internacional de Folclore nas Terras da Feira, uma organização de prestígio da associação Casa da Gaia - Centro de Cultura, Desporto e Recreio de Argoncilhe.
(Desenvolvimento da edição impressa)


NOTÍCIAS

- A Madeira recebe Congresso Nacional de Folclore
- à descoberta das tradições (e dos encantos) da Madeira.
- Festival Internacional ‘Cidade do Porto’ animou a Praça da Ribeira
- Grupo Infantil e Juvenil Santiago de Gavião recebeu Medalha de Mérito Cultural
- Rancho Flor do Alto Alentejo, de Évora, recebeu Medalha de Mérito Municipal
- Os Serranos em romaria Galega
- “Milagre” voltou à Urgueira
- Grupo Típico de Ançã em França…
- … também o Grupo Folclórico de S. Cosme
- Rancho de Cova do Ouro em Praga
- O Rancho Rosas do Lena, da Batalha, na Ucrânia
- Rancho de Vila Nova do Coito no Festival Internacional da Extremadura (Espanha)
- Entusiasmo pelo êxito do Festival do Reguengo da Parada
- Noite rica de Folclore em Paço de Sousa
- Festival do Rancho de Alcanhões foi ponto alto da Feira de Santa Marta
- S. Mamede de Infesta: Festival Internacional encheu a Praça da Cidadania
- Rancho de Santana do Mato levou folclore internacional às Festas de Coruche
- Vila Nova de Gaia: Festival nas Bodas de Prata do Rancho da Senhora do Monte de Pedroso
- Rancho de Zebreiros ofereceu Festival de tão belo Folclore
- Mostra Internacional de Folclore em Montemor-o-Novo aplaudida por multidões


SECÇÕES:

- FESTIVAIS – Os Festivais com realização no mês de SETEMBRO

- TRADIÇÃO / INOVAÇÃO – Solidó (parte III), pelo Eng.º Manuel Farias

- PORQUE NÃO TE CALAS?

- CARTAS AO DIRECTOR

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terça-feira, 2 de agosto de 2011

CAPA DA EDIÇÃO DE AGOSTO


RESUMO DA EDIÇÃO

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N.º 186 (AGOSTO)

TÍTULOS DA EDIÇÃO
EDITORIAL

OS BOLETINS

Editados por grupos folclóricos, os Boletins são veículos de informação junto dos seus elementos activos e massa associativa, como dos amigos e simpatizantes, substituindo muitas vezes as vozes noticiosas dos dirigentes. Mas podem ser, também, veículos de formação, quando trazem à estampa notas ou comentários que contribuam para o esclarecimento – e valorização pessoal – dos activos cooperantes: os bailadores, os cantadores, os tocadores e os simples figurantes.
Um bom exemplo daquilo que dizemos, chega-nos periodicamente da Amorosa (Matosinhos). Chama-se ‘O Amorosense’ e é editado pelo Rancho Típico da Amorosa. É publicado trimestralmente. Chegou-nos à redacção mais recentemente a edição N.º 17, de Abril, Maio e Junho. Publica-se há 5 anos. A pena de Raul Neves, o “motor” do prestigiado grupo, é a principal responsável pelo conteúdo de “O Amorosense”. Mas também a de João Gomes, Laura Neves, Dr. João Pimenta e outros colaboradores eventuais. Para além da informação, ‘O Amorosense’ tem sempre a componente formativa. E distrai com uma página de passatempos: sudoku, provérbios, adivinhas.
Para as novas gerações sempre fala da “terra mais bonita de Portugal”, Leça da Palmeira, e das suas gentes num tempo recuado. Informa sobre o passado. E dá formação.
Vale a pena o investimento. Uma modesta impressão gráfica decerto não sobrecarrega as débeis (adivinha-se) condições económicas da notável associação folclórica. E colhe frutos que a palavra, porventura não oferece.
Que ‘O Amorosense’ possa servir de exemplo e de incentivo a muitos outros promotores folclóricos.
O director

NOTA EDITORIAL

AGOSTO JÁ NÃO DÁ FESTAS AO FOLCLORE

Longe vão os tempos quando o movimento folclórico andava numa roda viva no mês de Agosto – o mês das Festas – para cumprir um calendário imenso de compromissos que levavam à animação das Festas populares. Agosto era um mês de agenda recheada para os grupos folclóricos. Os fins-de-semana eram alargados de sexta a segunda, com actuações remuneradas, que trazendo aos cofres dos grupos consideráveis fundos, cobriam todos os encargos, da aquisição dos trajes ao aluguer de transportes. Então, os apoios (subsídios) eram palavra proibida. Os grupos de renome terça-feira, 5 de Julho de 2011faziam-se pagar de forma lauta, o que proporcionava a entrada de bom dinheiro, e no fim da época o balancete apresentava resultados quase sempre positivos. Valia o trabalho remunerado das actuações na completa falta dos subsídios autárquicos, que vieram numa época recente, colmatando a falta dos contratos com as Comissões de Festas, que foram optando pelos artistas da chamada canção pimba.
Se as verbas provindas da animação das Festas há muito deixaram de ser uma realidade, é agora assim com os subsídios que amparavam a actividade cultural mas também social dos grupos. E não se venha com o discurso de que o tempo não é de subsídio-dependência. O papel social que os grupos de folclore desempenham junto das populações, exige o apoio, por variadas formas, do poder local, já que as autarquias não oferecem o benefício de bem-estar social e por isso devem ajudar as associações que o disponibilizam, da recreação à formação. E provada está a importância do associativismo, e particularmente de grande parte dos grupos de folclore, quando propicia actividades de reconhecida utilidade pública junto das várias camadas da sociedade.
Agosto está aí. Mas sem Festas animadas pelas danças e cantares do povo. De populares, só a intenção do programa, porque o que oferecem, é uma mão cheia de nada, paga com rios de dinheiro. E que são um logro, quando as vozes dos cantantes contratados são apenas virtuais, graças ao truque do playback.
O director

OPINIÃO

A PROMOÇÃO MEDIÁTICA DE UM FOLCLORE VIRTUAL

O passatempo “O Rancho do Coração”, do programa da RTP “Portugal no Coração” terminou no dia 26 de Junho. Participaram 40 formações, anunciou a produção. Perderam meia dúzia de projectos com um trabalho aproximado do razoável, e que terão investido na competição, provavelmente sonhando alto, envolvendo-se com muitas “distorções folclóricas”. Fizeram-no a troco de nada. Terá ganho a RTP com os 35 mil votos telefónicos que recebeu ao longo das várias emissões para eleger os vencedores. Resta agora que o grupo triunfador não venha a titular-se o “melhor rancho do País”…
Na nossa edição de Abril último - um mês antes do início da emissão da referida rúbrica - alertámos para o mau serviço que a RTP iria prestar ao Folclore nacional, com o anunciado passatempo, que convidava os ranchos e grupos folclóricos a participarem. Antevia-se que à chamada acorreriam maus desempenhos de retractação etnográfica e folclórica. Pressagiávamos que se viesse a vender gato por lebre e a oferecer-se uma má imagem do folclore. E na realidade, a esmagadora maioria dos participantes terá feito arrepiar o mais desatento folclorista, tão absurdas foram as suas prestações.
Ainda manifestámos uma pontinha de esperança relativamente a um bom serviço ao folclore nacional quando dissemos: “Naturalmente que a iniciativa se aplaude se os conteúdos respeitarem as regras de adequadas representações, seleccionadas dentro de um critério de acertada representatividade. Mas, a forma aleatória como são aceites os grupos participantes, revela a pior antevisão de uma péssima mostra do nosso folclore e antecipamos um mau prenúncio da presença do folclore nacional no passatempo do programa da RTP. Lamenta-se que uma vez mais um pseudo folclore sirva à televisão para diversão e entretenimento”. Estávamos então a um mês do início do entretenimento televiso, que então veio a chamar-se de “O Rancho do Coração”. E apelávamos a que a “trapalhada pedisse mesmo uma espécie de “providência cautelar”...
A nossa previsão veio, infelizmente, a confirmar-se pelo seu pior. Foi efectivamente muito mau - quase tudo - o que passou na dita rúbrica ao longo de algumas semanas, protagonizado por promotores de bocas cheias de folclore. E lamenta-se que um ou outro projecto com razoáveis princípios de representatividade, se tenha misturado numa mescla intolerável de um suposto folclore.
A competição, que não pôs à prova não uma efectiva representatividade tradicional mas sim algum malabarismo de supostas danças (?) e maus estereótipos de algum folclore, contribuiu, antes, para mais uma oportunidade do canal de televisão ver entrar cofres adentro mais uns milhares de euros com o produto das chamadas telefónicas dos apoiantes das funções que se passearam no programa ao longo das emissões. MJB

- Folclore e apoios oficiais, por: Dr. Mário Nunes


DESTAQUES

Faleceu uma lenda do Folclore Português
O FOLCLORE DO PAÍS DESPEDIU-SE DE AUGUSTO DOS SANTOS

Mestre de todos os folcloristas do País, defensor inveterado da causa folclórica, Augusto Gomes dos Santos terminou a caminhada de uma vida na intransigente defesa dos valores culturais tradicionais. Faleceu no dia 9 de Julho, a poucos dias de completar 87 anos. Fundador da Federação do Folclore Português, era actualmente seu Presidente Honorário, a instituição que fundou há 34 anos. Foi acompanhado à sua última morada por centenas de folcloristas e amigos, como de inúmeras representações de grupos folclóricos e de várias personalidades. À entrada do cemitério, um profundo silêncio foi quebrado por uma enorme salva de palmas e prestava honras ao pedagogo e autodidacta pela obra deixada. O adeus foi de emoção e já de saudade.

Texto e Fotos: Manuel João Barbosa

Foram muitos os folcloristas que estiveram em Arcozelo para se despedirem do seu educador de muitas décadas. Augusto Gomes dos Santos não conseguiu combater a grave doença que há alguns anos o atormentava. Ainda assim, uma força indómita o fazia andar por aí, aconselhando e recomendando o melhor desempenho dos grupos de folclore. Uma caminhada de mais de meio século a espalhar conhecimentos e experiência foi agora parada. Para trás ficam páginas de uma escola de doutrina da cultura popular tradicional e de pedagogia dos variados aspectos da etnografia e do folclore do País inteiro.
(Desenvolvimento da edição impressa)

FOLKCANTANHEDE ENCHEU DE FESTA A REGIÃO GANDAREZA
Três continentes viram-se representados na edição deste ano do FolkCantanhede – Semana Internacional de Folclore – Ásia, América e Europa, recebendo mais de duzentos e cinquenta participantes. O Festival conquistou uma vez mais a região gandareza de Cantanhede, levando a todo o concelho a festa do folclore do mundo. Entre 9 e 16 de Julho, o FolkCantanhede esteve diariamente em vinte freguesias mostrando no interior rural do concelho os trajes incomuns de outras culturas do mundo, como as suas danças e músicas tradicionais. FolkCantanhede tem a supervisão do CIOFF e é uma organização do Grupo Folclórico Cancioneiro de Cantanhede.

Texto e fotos: Manuel João Barbosa

O FolkCantanhede conquistou uma vez mais a região da gândara, no concelho de Cantanhede, espalhando a alegria do folclore de outras paragens do mundo trazida pelos grupos convidados a participarem na edição deste ano do prestigiado Festival. Durante uma semana o concelho de Cantanhede foi invadido por outros padrões etnográficos e folclóricos, naturalmente desiguais entre si por força dos aspectos culturais de outros povos.
(Desenvolvimento da edição impressa)

EM ÁGUEDA MILHARES ENCANTARAM-SE COM AS "DANÇAS DO MUNDO"

O Folclore do Mundo passeou-se sobre as águas do Rio Águeda - que banha a bonita cidade bairradina do mesmo nome - numa amena noite de Julho. Admiráveis formações folclóricas, oriundas de diversos cantos do mundo - Chile, Espanha, Geórgia, Polónia, Turquia, Croácia, Moldávia, Panamá, como Portugal - fizeram espelhar nas calmas e límpidas águas do rio Águeda, a cor dos seus trajes tradicionais e os movimentos artísticos das coreografias do seu folclore. Uma plateia imensa – crescente cada ano - encantou-se com o maravilhoso espectáculo. O Festival “Danças do Mundo Vouga 2011” é uma feliz parceria do Grupo Folclórico de Mourisca do Vouga e da Câmara Municipal de Águeda.

Texto e fotos: Manuel João Barbosa

Águeda voltou a vibrar com o Festival Internacional “Danças do Mundo Vouga 2011”, que levou a ‘Águeda-a-Linda’ na noite de 24 de Julho os sons e tons do folclore do mundo, do Chipre à Croácia, ou de Espanha à Moldávia, como do Nepal ao Panamá e da Polónia à Turquia. Naturalmente que Portugal marcou igualmente presença principal com honrosas participações, protagonizadas pelo grupo anfitrião, o Grupo Folclórico da Região do Vouga, como de um prestigiado embaixador da Madeira: o Grupo de Folclore e Etnográfico da Boa Nova (Funchal).
(Desenvolvimento da edição impressa)


GRUPO ETNOGRÁFICO DE LORVÃO OFERECEU FESTIVAL INTERNACIONAL
O Grupo Etnográfico de Lorvão (Penacova) preparou de forma organizada o seu XXII Festival Internacional de Folclore, que se concluiu por um assinalável êxito. O Festival Internacional de Lorvão reuniu distintos representantes folclóricos nacionais, como a parte internacional esteve a cargo de prestigiadas representações. O mosteiro de Santa Maria de Lorvão emprestou toda a sua beleza arquitectónica ao cenário da admirável mostra de folclore.

Manuel João Barbosa

O Festival Internacional de Lorvão sucede ao Festitradições de Povos do Mundo, que durante 11 anos foi realizado graças a uma parceria entre os grupos de Lorvão, Chelo e Penacova, e que este ano não terá concretizada a sua edição.
(Desenvolvimento da edição impressa)


NOTÍCIAS

- Festival da Glória do Ribatejo fez reviver costumes de outros tempos
- Vila Nova de Gaia: Festival nas comemorações das Bodas de Prata do Rancho da Senhora do Monte de Pedroso
- Iniciativa da Fundação INATEL
“Tradições que Vivem”- Encontro sobre Património Cultural Imaterial
- Rancho Etnográfico de Mogadouro em Poreč (Croácia)
- Rancho Infantil e Juvenil de Loulé celebrou o seu 34º aniversário
- Folclore a contento no Festival do Rancho do Bairro de Santarém
- FestiBatalha animou o centro histórico da Batalha com a festa do folclore
- Vila Nova de Gaia: Rancho ‘As Lavradeiras de Pedroso’ ofereceu uma admirável gala de folclore
- Bodas de Ouro para o Rancho Folclórico da Romeira (Santarém)
- Êxito completo do Encontro Internacional de Cultura e Tradição de São Romão "Pastor 2011"
- Festival Nacional de Folclore ‘Silvalde 2011’
- Mostra Internacional de Folclore em Montemor-o-Novo
- Grupo dos Sargaceiros da Apúlia actucou no Luxemburgo
- Rancho Folclórico de Torredeita esteve na Normandia
- Todos a dançar no Festival em Rio Frio
- Grupo “As Padeirinhas de Ul” é membro efectivo da Federação
- Otílio Dourado foi homenageado
- Grupo Folclórico da Relva no Festival Beira Serra
- CRONICA DURIO-BEIROA - As Segadas de antigamente


SECÇÕES:

- FESTIVAIS – Os Festivais com realização no mês de AGOSTO

- TRADIÇÃO / INOVAÇÃO – Solidó (parte II), pelo Eng.º Manuel Farias

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terça-feira, 5 de julho de 2011

CAPA DA EDIÇÃO DE JULHO



JORNAL FOLCLORE

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N.º 185 (JULHO)


TÍTULOS DA EDIÇÃO


EDITORIAL

FÁTIMA

O que faz milhares de folclorista trajados a rigor se associarem à Peregrinação Nacional do movimento folclórico a Fátima, que anualmente a Federação promove? Devoção ou Fé? O acto de participar ou o facto de estar em Fátima? Todos defendem um certo “sentimento de bem-estar”. Também a Fé, que “carrega esperança”. Esperança em algo que se deseja, implorando graças. Depois, a religiosidade, o respeito pela santidade, pelo divino, pelo sagrado. Rezar em Fátima nunca será o mesmo que orar na capela ou na Igreja da aldeia ou da vila. Fazê-lo no Santuário, no altar das aparições, enche a alma e reconforta o espírito. E parece tornar-se estimulante. A realidade peregrina ao espaço sagrado é incontestada. E não só pelo impulso de uma religiosidade popular, mas de toda a sociedade.

O “sentir bem” – como quase sempre ouvimos dizer, e vulgarmente é assim definida a presença no Santuário – esconde muitas vezes outras razões que a própria razão desconhece.

No dia 29 de Maio a força do folclore nacional voltou a integrar a peregrinação, representando-se com cerca de quatro mil figurantes trajados a rigor. Não foram, certamente, para abençoar a causa que participam, mas decerto impelidos pela Fé. E pelo alento que o simples acto desperta e faz sentir.

O director


NOTA EDITORIAL
Descentralização não ajuda à participação

A localização das iniciativas da Federação do Folclore Português é amiudadas vezes criticada pela maioritária realização no Norte do País, distanciando-se das regiões do Sul, de entre o Ribatejo e o Algarve.

Este ano o organismo fez descer, uma vez mais, a já mediática Exposição Nacional de Trajes ao Vivo ao Centro Sul do País, tendo em vista, não só descentralizar o evento, como ajudar a uma maior participação dos grupos da metade sul do País, encurtando as distâncias dos grupos sulistas. A intenção acabou por não ser correspondida, com o número de presenças de representantes do Ribatejo, Alentejo e Algarve a contarem-se pelos dedos de uma só mão. Para os grupos destas regiões, como da Baixa Estremadura, seria um salto a viagem até Porto de Mós, no Ribatejo Norte.

Foi assim também com a Peregrinação Nacional a Fátima; os representantes do Sul não chegaram a uma dezena!

Não valerá a desculpa de uma intensa actividade dos grupos na altura da realização para justificar as ausências. As datas das realizações são ainda de alguma acalmia no calendário de actuações.

Cai assim por terra o pretexto da enorme distância para levar à não participação. Afinal, centenas de quilómetros foram percorridos por muitos grupos do Baixo Minho, do Alto e Baixo Douro e mesmo da Beira Alta, onde sempre está a força da cooperação.

Compreende-se que é no Norte que está em maior número o movimento folclórico do País. Mas a percentagem encontrada é altamente minimizadora relativamente ao Sul. Em Porto de Mós estiveram apenas 2 representações do Alto Alentejo e 2 do Ribatejo; ausência total do Baixo Alentejo, do Algarve e da Estremadura Sul.

Compreensivas são, por razões conhecidas, as ausências das Ilhas. O que é pena.

É certo que a organização limitou as participações por uma questão de logística, especialmente pelo fornecimento de refeições, fixando-as em 600 inscrições. Mas decerto que seriam aceites outras inscrições do Sul, abatendo ao fluxo maior de outras regiões do Norte. Foi isso mesmo que nos fez sentir um dirigente da Federação.

O director

OPINIÃO

Elas não devem ser “eles”

O assunto já foi aqui tratado amiudadas vezes; travestir moças de rapaz. Voltamos à baila porque assistimos recentemente à actuação de determinado grupo que se exibia numa festa de Folclore com duas ou três moçoilas travestidas com trajes masculinos, talvez pela escassez de elementos do sexo oposto na formação. Falta de informação ou de sensibilização sobre as questões do folclore. Decerto que na terra do grupo em causa as moças dançaram entre si. Porque não retratar o preceito no grupo folclórico? O costume sempre foi usual entre as comunidades de todo o País. Era um hábito generalizado, e quase constituía uma praxe nos bailaricos as raparigas abrirem a função dançando entre si; só depois avançavam os rapazes. O grupo que nos traz uma vez mais a esta descomplexada questão, porventura desconhece esta regra tão básica de representar o seu folclore, e vá de travestir as suas bonitas moças, que para se distinguirem do restante conjunto masculino, não abdicaram de carregadas pinturas do rosto.

Usar calças com longos cabelos caídos pelas costas, retratando uma figura masculina dos anos vinte, é afrontar os sãos princípios morais e sociais do povo de então. O grupo de folclore que desenvolve um trabalho sério de representação, deve assim omitir a incorrecção da retratação, afastando o desacerto da representação. Convenhamos que à época, uma eventual transfiguração do sexo, só por arremedo era permitida, muito especialmente em alturas de brincadeiras carnavalescas.

Mulheres a dançarem umas com as outras era hábito usual e corriqueiro nos bailaricos populares. Aos grupos de folclore compete fazer a retratação do costume, fidelizando o acto. O erro continua a passear-se inadvertidamente pelos palcos da exibição folclórica. A mensagem chega aonde chega e nunca se espalha de forma tão intensa como era desejável. São descuidos quer continuam a proliferar entre o movimento folclórico. A sensibilização tarda a chegar e muitas representações, que continuam num barco à deriva, sem encontrarem bom porto. A palavra sabedora de quem mais entende não é ouvida ou não convém ser entendida. Prefere-se a prosápia pela autoria da obra criada, por um idealismo bacoco, maculando de forma ingénua e incauta os valores culturais do povo que nos antecedeu. A realidade que hoje relatamos evidencia um continuado desnorte daquilo que deveria estabelecer-se como regra da representação do folclore. MJB


DESTAQUES

Fátima. Peregrinação Nacional de Grupos Folclóricos a Fátima

Cova da Iria recebeu a etnografia de Portugal

Mais de 4000 trajes, representativos da etnografia do País, estiveram em Fátima, participando na IX Peregrinação Nacional de Grupos Folclóricos. A iniciativa – que celebra o Dia do Folclore em Portugal – é da Federação do Folclore Português e sempre conta com enorme adesão dos grupos seus membros associados. A organização contou ainda com a colaboração da Associação de Folclore de Leiria-Alta Estremadura e de alguns grupos de folclore da região. A RTP levou a cerimónia ao País e ao mundo, na habitual emissão dominical da eucaristia.

Texto e fotos: Manuel João Barbosa

Quase duas centenas de grupos de folclore rumaram ao Santuário de Fátima para participarem na Peregrinação Nacional, promovida pela Federação do Folclore Português. Os promotores folclóricos integraram a celebração ecuménica do dia 29 de Maio, que a RTP transmitiu especialmente através dos canais nacional e Internacional. Cerca de quatro mil trajes da tradição, representativos de boa parte da etnografia do País, ofereceram um ambiente desusado no espaço sagrado, proporcionando uma moldura humana incomum nas celebrações do Santuário.

(Desenvolvimento da edição impressa)

Santarém: O folclore animou a Feira Nacional de Agricultura

O Folclore do Ribatejo e de várias regiões do País animou diariamente o recinto da Feira Nacional de Agricultura, que decorreu em Santarém entre os dias 4 e 12 de Junho. Um Festival Nacional foi um dos principais pontos do programa no dia de abertura. Mas nos restantes dias, grupos da região ribatejana exibiram-se para gáudio dos milhares de visitantes.

Texto e fotos: Manuel João Barbosa

O programa da Feira Nacional de Agricultura privilegiou uma vez mais a vertente típica, retomada há alguns anos a esta parte, depois de um interregno que levou a quase uma ausência do Folclore na Feira. Uma grande parada do folclore nacional está nos objectivos da administração do Centro Nacional de Exposições (CNEMA), promotor da Feira. A proposta terá já sido apresentada à Federação do Folclore Português para que programe para o certame, por exemplo, uma exposição nacional de trajes, que o CNEMA patrocinará.

(Desenvolvimento da edição impressa)


NOTÍCIAS

- Parlamento Europeu disponibilizou em 2007, 400 milhões para a Cultura

- Federação desanimada com fraca adesão dos grupos do Sul às suas iniciativas

- Sociedade de Autores volta à carga para receber taxas pela exibição pública de Folclore

- Grupo Folclórico de Faro festejou aniversário. Centena e meia apagaram 81 velas

- Grupo de Folclore de Ponta do Sol fez uma viagem no tempo para comemorar 30 anos

- Rancho Regional de Gulpilhares comemorou as Bodas de Diamante

- Regional de Moreira da Maia festejou 77 anos

- Vinizaima do Chão, Águeda, reuniu-se à volta das tradições

- Grupo Juvenil de Galegos Santa Maria fez Festival

- Encontro de Tradições em Rio Tinto

- O programa “O Povo a Cantar” organizou festival com sessenta ranchos

- Ceifeiras e Campinos de Azambuja ofereceram interessante Festival de Folclore

- Folclore de Faro vai à Grécia

- Festitradições de Povos do Mundo não se realiza este ano

- Radialista português em Buenos Aires pede discos do nosso folclore

- Câmara do Cartaxo prepara assinatura de protocolos com as associações

- Câmara de Montemor-o-Velho atribui 200 mil euros ao associativismo

- Festival do Rancho do Cartaxo animou as festas da cidade

- Rancho da Região de Leiria ofereceu Festival à sua cidade

- Festival do Rancho da Casa do Minho no Jardim Vasco da Gama em Lisboa

- Porto de Mós; Tarde de Folclore levou muito público à Lagoa Grande

- Festival em Santo Varão reuniu centenas de folcloristas

- A-das-Lebres foi palco da festa do folclore

- Mau tempo fez recolher festa da Escola de Folclore de Erra

- Rostos de gente que tornou singular a Glória do Ribatejo. Rita Pote lançou “Glória – Cem Anos a Preto e Branco”

- José Travaços Santos apresentou um opúsculo de poemas

- Grupo Folclórico das Lavradeiras da Meadela comemorou 77.º aniversário

- Grupo de Santa Marta de Portuzelo comemorou 71 anos

- Rancho de Vila Nova do Coito levou o folclore à cidade e festejou as Bodas de Ouro

- Mau tempo não tirou o brilho ao Festival de Ançã

- Grupo Folclórico de Coimbra fez reviver a Serenata Futrica

- Serão de Tradições em Santana do Mato convidou a um regresso ao passado

- Prepara-se o Congresso Nacional de Folclore na Madeira

- Rede Aldeias do Xisto conta com mais três aldeias


SECÇÕES:
- FESTIVAIS – Os Festivais com realização no mês de JULHO

- TRADIÇÃO / INOVAÇÃO Solidó (parte I), pelo Eng.º Manuel Farias

- PORQUE NÃO TE CALAS?

- CARTAS AO DIRECTOR


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sábado, 28 de maio de 2011

CAPA DA EDIÇÃO DE JUNHO



RESUMO DA EDIÇÃO DE JUNHO

JORNAL FOLCLORE

Praceta Pedro Escuro, 5 – 2.º Dt.º - 2000-183 Santarém
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N.º 184 (JUNHO)

TÍTULOS DA EDIÇÃO


EDITORIAL

O FOLCLORE E O TURISMO

No Congresso Nacional de Folclore que decorreu em Dezembro do ano passado em Aveiro, ouvimos o vice-presidente da Entidade de Turismo do Centro dizer que “os turistas sempre procuram a nossa identidade na cultura e nas tradições”, reconhecendo a “importância do folclore como factor de venda do turismo no País e no Estrangeiro”, enquanto, na mesma ocasião, o Governador Civil do Distrito de Aveiro, José Mota, afirmava que o “folclore é não só uma vertente de animação do nosso turismo, como uma fonte de informação cultural; os rostos dos turistas alegram-se quando lhes oferecemos o nosso folclore”.
Não sendo uma questão de “puxar a brasa à nossa sardinha”, provado está que o folclore não só é um vector de animação, a que quase sempre se associa a alegria da música e uma colorida imagem das coreografias, como ainda pelo despertar da cultura portuguesa, diversificada a cada passo no rectângulo do País. Há portanto, na apresentação do folclore, uma importante mostra cultural, que tanto interessa ao turista.
O exemplo anunciado pelo responsável do Turismo do Norte podia ser seguido pelos demais núcleos de turismo – do Centro e do Sul. E todos ganhavam, a começar pela satisfação daqueles que nos visitam. Também pela festa que o folclore oferece.
Como não há bela sem senão, deixamos um alerta: as mostras do nosso folclore devem ser sensatas e cautelosas, para não estarmos e vender gato por lebre. Isto é, não devemos oferecer um produto estragado. Os “postais” terão de oferecer uma boa imagem, sem estereótipos, mas com o rigor da retratação tradicional. Há muitos e bons projectos entre o movimento folclórico nacional capazes de um bom desempenho, e integrar as eventuais campanhas de animação turística. Se a sensibilidade das Entidades de Turismo não for apurada nesta área de modo a garantir uma selecção apurada das formações participantes, então que peçam a ajuda de quem entende da matéria.
O director

NOTA EDITORIAL

O PUDOR NO FOLCLORE... OU A FALTA DELE

Num acto de completo descaro, tornou-se costumeiro ver-se nas actuações de alguns grupos cenas de completo erotismo, oferecidas por bailadoras de um imaginado folclore, em perfeita contradição com a candura das mulheres de outros tempos. A ousadia passa pela atrevida exibição do corpo em roupas íntimas, nalguns casos de reduzidas dimensões. Alguma libertinagem da classe feminina de hoje não pode ser levada para os espaços onde supostamente devem ser reproduzidos factos e actos folclóricos, isto é, hábitos populares de um passado distante, num tempo em que o recato da condição feminina era ponto da honra da mulher. Este é um imperativo a que se obriga um verdadeiro grupo de folclore, cumpridor de um real projecto de retratação tradicional.
Se se afirma, de boca cheia, estar-se a representar momentos lúdicos do povo de há um século, como se atrevem alguns mentores e agentes da representação falsear a verdade? Convenhamos que as eróticas posturas que hoje se evidenciam nos palcos das exibições folclóricas, nada terão a ver com os princípios sociais da camada popular a que devem reportar-se as reproduções do folclore. E não chega vestir os celebérrimos colants para disfarçar algum rodopio mais atrevido e indesejado, escondendo intimidades físicas. O jeito e trejeito de levantar as saias tornou-se hábito e uma rotina quase obrigatória de muitos grupos de espectáculo - pretensamente folclóricos - da nossa praça.
Voltando atrás no tempo, e tendo em conta os modos sociais da época, adivinha-se quanto penalizaria socialmente uma moçoila da aldeia, ousar levantar a saia só que fosse à altura do joelho, mesmo que tal tivesse acontecido por descuido.
Bom senso precisa-se, para que as gerações vindouras, porventura mais pendidas para a investigação e o estudo das raízes culturais e tradicionais de ontem, não nos julguem por os termos enganado com pantominas irreais, falsas e ilusórias.
O director

DESTAQUES


EXPOSIÇÃO NACIONAL DO TRAJE AO VIVO. PORTO DE MÓS FOI MONTRA VIVA DE TRAJES REGIONAIS DO PAÍS
Por: Manuel João Barbosa

Mais de meio milhar de trajes tradicionais estiveram expostos ao vivo na cidade de Porto de Mós, envergados por outros tantos figurantes, protagonistas do admirável e deslumbrante espectáculo. Elementos activos de 80 grupos folclóricos, ofereceram uma mostra rica e variada da etnografia de boa parte do espaço nacional. Vestes de gosto e confecção aprimorada, ou mais simples e singelas, o desfile traduziu-se numa montra vastíssima da forma popular de vestir há um século atrás.

A Federação do Folclore Português, com a colaboração dos Grupos de Folclore do concelho de Porto de Mós, nomeadamente os Ranchos Folclóricos das Pedreiras, de Arrimal, de Cabeça Veada e de Mira de Aire, organizou com desvelo a Exposição Nacional do Traje, uma sua iniciativa que vem de há dezasseis anos, recebida este ano pela cidade de Porto de Mós.
(Desenvolvimento da edição impressa)

NOTÍCIAS

- Santarém: Feira Nacional de Agricultura mostra o folclore nacional
- Ministra da Cultura desfila trajada de mordoma nas Festas d’ Agonia, em Viana do Castelo
- Águeda: Beltane em Belazaima
- “FOLCLORE À RASCA”. Afinal há muito dinheiro nas Câmaras Municipais!
- Festival do Rancho Tá-Mar animou a Páscoa na Nazaré
- Rancho de Salvaterra de Magos assinalou aniversário com Festival
- Folclore leva a festa à Fonte da Senhora (Alcochete)
- Rancho Regional de Ílhavo realizou Festival da Primavera
- Grupo de Castelo do Neiva comemorou o 36.º aniversário
- Festival ‘Cidade de Lisboa’ no parque do eucaliptal de Benfica
- Tarde rica de Folclore em Arrimal, Porto de Mós
- Os Serranos na Galiza
- Festival Infantil do Cartaxo animou Festa do Vinho
- Folclore famalicense em Mirandela
- Torricado reuniu à mesa duas centenas de convivas em Glória do Ribatejo
- Rancho Folclórico da Correlhã recebeu Medalha de Mérito Cultural
- Feira Rural em Paranhos à moda antiga
- Encontro de Instrumentos Tradicionais e conversas sobre Folclore no Sardoal
- Viseu: Rancho Folclórico de Calde passou a membro efectivo de Federação
- Grupo Folclórico de Faro vai festejar 81anos
- Rancho do Vale de Santarém em almoço comemorativo do 55.º aniversário
- O Vira assinalou o Dia Mundial da Dança em Viana do Castelo
- Rancho de Torredeita promoveu Encontro Luso-Francês
- Danças do Mundo – Festival Internacional das Terras da Feira decorre entre 20 e 31 de Julho
- Viana do Castelo: mostra Etnográfica do Eixo Atlântico de 17 a 19 de Junho
- Rancho da Casa do Povo de Angeja actuou em Montataire (França)
- Cultura ibérica assinala aniversário do Grupo de Folclore da Casa de Portugal em Andorra
- O Folk Cantanhede fez a sua apresentação pública
- LINGUAJAR POPULAR - Falares secretos do mindrico
- Vencedores do Concurso de Etnografia mostraram-se no Teatro da Trindade

SECÇÕES:

- FESTIVAIS – Os Festivais com realização no mês de JUNHO
- TRADIÇÃO / INOVAÇÃO – Trajo ou trajar?, pelo Eng.º Manuel Farias - PORQUE NÃO TE CALAS?


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terça-feira, 3 de maio de 2011

CAPA DA EDIÇÃO DE MAIO



RESUMO DA EDIÇÃO DE MAIO

JORNAL FOLCLORE

Praceta Pedro Escuro, 5 – 2.º Dt.º - 2000-183 Santarém
Apartado 518 2000–906 SANTARÉM

E-mail: jornalfolclore@gmail.com
Telefone e Fax: 243 599 429 – TM 919126732



RESUMO DA EDIÇÃO


EDITORIAL
Folclore na televisão. Assim não!


As televisões generalistas porventura se preparam já para no Verão que aí vem se passearem pelo País profundo – ou não – emitindo programas de entretenimento de variadas regiões, dentro naturalmente de acordos financeiros com as respectivas autarquias. É a lógica da economia de uns e o dispêndio de outros, os que choram baba e ranho por não lhes entrar cofres adentro o dinheiro que querem.
Não raro é chamado às emissões o folclore regional. Mau grado – salve-se algumas excepções – na maioria das vezes o folclore está arredado do desempenho das formações convidadas, desfasadas que estão de uma efectiva retratação dos aspectos tradicionais da região de inserção, na ausência de um trabalho de recolha. E para o ar – como nos palcos das mostras públicas – vai todo um chorrilho de asneiras, que envergonham o mais cândido folclorista. As bocas enchem-se de folclore! Dos apresentadores e dos dirigentes e bailadores dos grupos. Mas esse, o folclore, não está lá; estará a léguas.
A responsabilidade pelas caricatas prestações é inteirinha das autarquias que patrocinam a viagem dos predadores para as suas participações nas emissões televisas, pois que compete aos autarcas indicarem os protagonistas locais da animação dos programas, a pedido da produção. Lamentável é quando os próprios eleitos são desconhecedores de um acertado trabalho de representação cultural, que nalguns casos não existe em boa parte dos seus embaixadores culturais. Todos são representativos do folclore desde que se auto-denominem de folclóricos. E a sensação agradável no espectador por uns bons momentos musicais e de boa representação não acontece. Antes, pelo contrário, fica o desagrado e uma consequente má imagem concelhia. Mais valeria nada.
Desejamos que o bom senso dos produtores “televisivos” – e dos autarcas – permaneça no Verão que aí vem.
O director


NOTA EDITORIAL


Relembrar costumes
Anuncia-se entre o movimento folclórico nacional a realização de actividades etnográficas que levam à relembrança de tradições e costumes do passado. Os promotores são naturalmente grupos de folclore, que assim acrescentam à sua regular actividade outras vertentes da cultura popular tradicional. Chamam-lhe ‘serões de tradições’ ou ‘encontros tradicionais’, como ainda outras designações que se ajustam ao desempenho do diferente espectáculo de folclore - a retratação dos factos tradicionais. Parece-nos que o modelo está a pegar e a fazer moda nos novos tempos entre a actividade folclórica. Existe vontade de valorizar o trabalho, até então exclusivamente desenvolvido à volta das danças e das cantigas. Estão muito batidas a teclas que escrevem ‘folclore não é apenas dançar e cantar’, sabido que ainda permanecem nas memórias vivas outras vertentes da cultura popular tão ou mais importantes que o folclore bailado e cantado, e que têm sido esquecidas no trabalho dos grupos folclóricos. É a outra parte do folclore que tem sido desvalorizada e mesmo olvidada.
Porventura os grupos estarão a despertar para uma premente necessidade de enveredarem por outras formas de representação do folclore, banindo uma lacuna que há muito se fazia sentir entre o movimento folclórico. São vários os grupos que há muito tornaram efectiva a organização anual de um ‘serão de tradições’. O resultado sempre se pauta pelo êxito, pela inovação do espectáculo folclórico. Naturalmente também porque muitas das recriações fazem com que as camadas mais antigas do público que assiste, revivam costumes e hábitos dos seus tempos de meninos e moços. E as gerações recentes convivam com as suas raízes.
Contudo, o desempenho da recriação das vivências de outros tempos deve ser rodeado por uma conveniente e judiciosa preparação dos “actores” – o conjunto de figurantes que fazem a representação. Como ainda de uma acertada montagem cénica – a estrutura dos cantos e recantos que foram sítios rotineiros dos costumes em representação. No seu conjunto, tudo ajudará a um êxito garantido da nova mostra de folclore. Há muitos e bons exemplos disso, com as vozes de quem assiste a pedir a sequência da iniciativa. O folclore sai valorizado pela complementaridade da sua representação, e os grupos promotores e participantes ganharão pela inovação do espectáculo folclórico.
Se porventura o incentivo deixado por alguns apontamentos de reportagem que temos feito publicar nestas páginas provocou o interesse para novos projectos, isso nos deixará naturalmente satisfeitos, reforçando a promessa de continuarmos a estar onde esses acontecimentos ocorrerem, trazendo-os ao conhecimento geral. E se, por uma questão de agenda, a caneta do repórter do Jornal não puder “talhar” o modelo do espectáculo, que seja a informação dos promotores a permitir a elaboração da peça jornalística.
O director

DESTAQUES
FOLCLORE "À RASCA". Grupos de folclore estão como peixe na água sem oxigénio
Por: Manuel João Barbosa

Como os jovens da actual “geração à rasca”, também o movimento associativo folclórico foi tocado pelas restrições financeiras impostas por uma crise sem limites, e que afecta tudo e todos. Os apoios escasseiam cada vez mais e nalguns casos foram mesmo suprimidos. Significa isso, que os grupos folclóricos se encontram sem condições para desenvolverem a sua actividade na falta de serviços prestados remunerados e sem oportunidades para desenvolverem iniciativas produtoras de proventos. Estão, também, numa situação de “à rasca”.

Começou por uma restrição na cedência de transportes. Depois tocou aos subsídios, de manutenção associativa e cultural, de aquisição de bens, como a construção de sedes, compra de viaturas de serviço e ajuda à aquisição de trajes. Os grupos folclóricos não fogem à regra e encontram-se assim também na situação de “à rasca”.


Arcozelo: Feira Rural Portuguesa
Por: Manuel João Barbosa

Foram muitos os feirantes que assentaram a sua venda na Feira Rural, que decorreu como habitualmente no Largo da vila-sede da Federação do Folclore Português: Arcozelo. Representadas variadas regiões do País, de Trás-os-Montes às Beiras, como do Minho e do Douro. Os produtos diversificaram naturalmente consoante a zona de procedência. Dão fumeiro ao artesanato, passando pela gastronomia tradicional, a oferta era farta.

A Feira Rural Portuguesa em Arcozelo faz já parte do roteiro social da região, como do turismo. Por isso, foi uma vez mais grande a afluência de público ao recinto, naturalmente curioso da recriação de costumes e hábitos de outros tempos, mas também seduzido pela variada oferta de produtos da terra ou da confecção popular, que ostentavam a marca tradicional de diversificadas regiões do País. A festa foi protagonizada pela animação de vários grupos folclóricos, tocadores de concertina, violas e cavaquinhos, como de virtuosos cantadores ao desafio.

NOTÍCIAS
- ‘Em Festa’: o folclore na televisão
- Grupos folclóricos com estatuto de Entidade de Utilidade Pública. Entidade Colectiva de Utilidade Pública. O que é?
- Instrumentos musicais populares celebram o vinho em Alcanhões
- Associação Etnográfica Os Serranos em Assembleia Geral
- Gala da Concertina em S. Mamede de Infesta
- Arraial Popular assinalou o 32.º aniversário do Rancho de Benfica do Ribatejo
- Grupo Vila de Pereira assinalou aniversário com festa da queijada de Pereira
- Rancho Etnográfico da Cela Velha promoveu homenagem a Humberto Delgado
- Palestra em Tomar pretendia esclarecer e formar, mas... Jovens folcloristas da Região dos Templários alhearam-se de aula sobre etnografia
- “O Rancho do Coração”
- Festival Internacional de Almeirim em acção de lançamento da edição de 2012
- Alunos de Escola de Montalegre venceram concurso internacional em Itália a tocar concertina
- Associação de Tocadores de Concertina de Ponte de Lima realizou Feirão anual
- Costumes de outros tempos convidaram a um regresso ao passado em Coruche. ‘Tradições de um Povo’. Recordar é viver!
- Rancho de Aveiras de Cima festejou aniversário com recriações etnográficas
- Mostra do Folclore concelhio de Alcobaça em Louções
- Encontro de Cantares Quaresmais em Idanha-a-Nova
- Mais ‘Recadinhos à Botica’

SECÇÕES:


- FESTIVAIS – Os Festivais com realização no mês de Maio
- TRADIÇÃO / INOVAÇÃO – Régua e esquadro, pelo Eng.º Manuel Farias

- PORQUE NÃO TE CALAS?


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sexta-feira, 1 de abril de 2011

CAPA DA EDIÇÃO DE ABRIL


JORNAL FOLCLORE

Praceta Pedro Escuro, 5 – 2.º Dt.º - 2000-183 Santarém Apartado 518 2000–906 SANTARÉM

E-mail: jornalfolclore@gmail.com Telefone e Fax: 243 599 429 – TM 919126732


N.º 182 (ABRIL)
TÍTULOS DA EDIÇÃO EDITORIAL O folclore no Carnaval e não o Carnaval no folclore
Todos sabemos que o Carnaval, enquanto folia popular, se assume como um facto folclórico com especial relevância dentro da cultura popular. Em Portugal como na esmagadora maioria dos países do mundo. Cada país brinca o Carnaval a seu modo, de acordo com os seus costumes. Conta a história que foi de Portugal, através de emigração, que a tradição do Carnaval se implantou no Brasil. Ao carácter de festa popular se associa a galhofa e a brincadeira, algumas vezes maliciosa, mordaz e brejeira. Mas, como “pelo Carnaval ninguém leva a mal”... E porque trazemos aqui à baila o Carnaval? Não o Carnaval em si, mas as fantasias que nele aparecem com relativa regularidade, que foram “roubadas” à etnografia, ao folclore – os trajes tradicionais. As vestes populares de outros tempos, que se preservam como um património importante da nossa cultura popular, e que muitas vezes vestem matrafões e matrafonas, servindo, umas vezes a uma ridícula transfiguração, outras vezes a uma pretensa representação. Em muitos casos são roupagens que foram acauteladas em arcas e baús, e que guarda reminiscências de um passado remoto, e representam memórias que os tempos não apagam. Quem se preocupa com a preservação dessas vestes, património material valorizado e marcante da nossa cultura popular, não pode deixar de se invadir por uma certa inquietação e mesmo alguma consumição, por ver usar de forma despropositada peças de vestuário que constituem um legado incomparável e insubstituível. Ao comum observador, associando a “máscara” ao folclore, logo o olha de forma escarnecida. Porque o disfarce caminha quase sempre para a comicidade. E assim o folclore é continuadamente entendido sem deferência e respeito. Nota – Naturalmente que não se enquadra neste reparo a participação organizada em actividades carnavalescas, de grupos e ranchos de folclore, naturalmente respeitadores de elementares regras de representação. O director

NOTA EDITORIAL


As vozes do Alentejo Estar-se no Alentejo profundo é obrigatório ouvir as vozes da terra. Escutar os impulsos de alma de quem canta a chama da sua terra, dos campos de trigo ou dos amores d’algum dia. E não é difícil consegui-lo, certo que as gargantas se soltam – não raras vezes – ao balcão de uma tasca ou à mesa de um Café. Sem que menos se espera. A rotina vem de séculos atrás, e poucos são aqueles que não experimentam soltar um grito cantado, de paixão ou de raiva, de apego às coisas que marcam o sítio que lhes serviu de berço. Mas que escola de polifonia tiveram aquelas gargantas para se afinarem em perfeita harmonia de sons? Naturalmente que, tão só, a natureza e o carácter que faz de cada um, poeta e trovador. Ouvi-los, parece que cada cantiga dá conta de quem canta. E torna-o um prisioneiro às raízes e a um legado cultural que sucessivamente receberam dos seus antecessores. Das gargantas largam-se sons harmoniosos em quadras feitas de sonhos, muitas vezes criadas de forma instintiva. Mas sempre em cadência e união de vozes. O “ponto alto” entra para depois o coro se uniformizar em perfeita musicalidade de vozes, que ecoam graves, sóbrias e nostálgicas. E o espaço torna-se solene, como uma catedral.

“Terra que não é cantada é terra morta! Se o cante for esquecido, a terra acaba por morrer!”, diz a lenda. Mas o alentejano não deixará morrer a sua terra, porque continua a cantar, a cantar... E a legar esse saber, que se perde nos primórdios dos tempos, às actuais e vindouras gerações. Ou não fora o cante um património tradicional vivo, constantemente recreado, por força de um arreigado sentimento de identidade. No périplo que fizemos à procura dos “santuários” do cante, no Baixo Alentejo, e que desenvolvemos nas páginas centrais desta edição, foram vários os locais e muitas as vozes que arrolámos no nosso roteiro. Naturalmente diferentes, mas sempre iguais, enquanto relicários do cante. “Voltem, voltem sempre”, ouvimos, ante o nosso desejo de voltar. O director

DESTAQUES


BAIXO ALENTEJO. O ENCANTO DO CANTE Textos e fotos: Manuel João Barbosa Caminhámos Alentejo adentro, à procura do Alentejo profundo. Fomos ao encontro das vozes da terra, que cantam com alma. Mergulhámos nos redutos da tradição, as velhinhas vendas (tabernas), onde o chão parece tremer – e nós com ele! – sempre que as gargantas se soltam, sempre que se desapegam impulsos e se entoa o cante, nostálgico, profundo, sentido, dolente e vibrante. A entrar na alma extasiada de quem o ouve. Tudo isso encontrámos e experimentámos. Afinal, a tradição ainda é o que era. O improviso das raízes ainda vivas ofereceu-nos o retrato daquilo que queríamos encontrar: ouvir cantar a alma do Alentejo. Canta alentejano, canta! O teu canto é oração... “Ser alentejano não é um dote, é dom. Não se nasce alentejano, é-se alentejano”, ouvimos. Como o cante só o será se sair da garganta de um alentejano. Que outra pessoa o pode cantar? E quando o alentejano canta, é algo que vem de muito fundo, parecendo fluir das entranhas da terra. (Desenvolvimento na edição impressa)

- EM FUNÇÕES 14 MESES APENAS SE REUNIU UMA VEZ... GRUPO DE TRABALHO PARA O PATRIMÓNIO IMATERIAL RECEBEU 209 MIL EUROS É ACUSADO DE IMPRODUTIVIDADE O Grupo de Trabalho provisório que havia sido nomeado para preparar o funcionamento da Comissão do Património Imaterial Português foi destituído pela entrada em funções da referida Comissão. O Grupo foi criado no ano passado por despacho n.º 598/2010, de 4 de Janeiro, dos ministros da Cultura e das Finanças. Funcionava sob a tutela do Instituto de Museus e da Conservação, com sede no Palácio da Ajuda. O Grupo de 5 elementos foi contratado por um período de 24 meses, “pago 14 vezes por ano”, renovável por uma só vez. Estiveram em funções durante 14 meses, tendo auferido uma remuneração mensal de 2.613 euros. Receberam na totalidade 209 mil euros.

(Desenvolvimento na edição impressa)

- DAR VIDA ÀS TRADIÇÕES. “VIVÊNCIAS DE UM POVO” FEZ ESMIUÇAR OUTRO FOLCLORE EM JOANE, VILA NOVA DE FAMALICÃO. O Grupo Etnográfico Rusga de Joane (Vila Nova de Famalicão), comemorou no dia 13 de Março o seu 20.º aniversário. A efeméride foi assinalada com um interessante espectáculo, completo de encenações etnográficas protagonizadas pelo grupo aniversariante e por outros grupos convidados. Ao espectáculo de recriações de costumes foi dado a designação de “Vivências de um Povo”, e teve lugar no Grande Auditório da Casa das Artes, em Vila Nova de Famalicão, uma moderna infra-estrutura municipal.

Textos e fotos: Manuel João Barbosa (Desenvolvimento na edição impressa)


NOTÍCIAS


- IRÁ A RTP PRESTAR UM BOM SERVIÇO AO FOLCLORE? - A BATALHA EXALTOU OS INSTRUMENTOS MUSICAIS DA TRADIÇÃO - EXPOSIÇÃO E FESTIVAL DE FOLCLORE IBÉRICO VÃO ASSINALAR 15.º ANIVERSÁRIO DO GRUPO DE FOLCLORE DA CASA DE PORTUGAL EM ANDORRA - RANCHO DE BENFICA DO RIBATEJO EM FESTIVAL INTERNACIONAL NA SICÍLIA, ITÁLIA - FOLK CANTANHEDE DECORRE ENTRE 9 E 16 DE JULHO - FESTIVAL INTERNACIONAL DE ALMEIRIM JÁ PREPARA A EDIÇÃO DE 2012 - RANCHO DO VALE DE SANTARÉM RECEBE MEDALHA DE MÉRITO MUNICIPAL - AINDA O 15.º ANIVERSÁRIO DO JORNAL FOLCLORE - RANCHO DA CASA DO POVO DE GLÓRIA DO RIBATEJO COM ESTATUTO DE UTILIDADE PÚBLICA - MISTÉRIOS DA PÁSCOA EM IDANHA: AGENDA DE 2011 - RANCHO DA REGIÃO DE LEIRIA COMEMOROU 48.º ANIVERSÁRIO - CENTRO CULTURAL E RANCHO FOLCLÓRICO DE PAÇO DE SOUSA FESTEJARAM 36 ANOS - CARETOS: FIGURAS ENIGMÁTICAS DO NORDESTE TRANSMONTANO - MONTEMOR-O-NOVO: FESTIVAL DOS “FAZENDEIROS” ENCHEU O TEATRO CURVO SEMEDO - RANCHO CEIFEIRAS E CAMPINOS AZAMBUJA FESTEJOU O 54.º ANIVERSÁRIO COM TARDE DE FOLCLORE - GRUPO ETNOGRÁFICO DE ARZILA ASSINALA 37.º ANIVERSÁRIO E LANÇA CD - GRUPO TRADICIONAL OS CASALEIROS, DE AZAMBUJA, HOMENAGEOU O CAVADOR - FALECEU CHAVES E CASTRO, UM MAGO DA CULTURA - FUNDAÇÃO INATEL PROMOVEU AUDIÇÕES FINAIS DOS CURSOS DE INSTRUMENTOS TRADICIONAIS SECÇÕES:


TRADIÇÃO / INOVAÇÃO – , pelo Eng.º Manuel Farias


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