
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Edição de Novembro - Resumo
JORNAL FOLCLORE
Rua Capelo e Ivens, 63 - 2000-039– SANTARÉM
Apartado 518 - 2000–906 SANTARÉM – E-mail: jornalfolclore@gmail.com
Telefone e Fax: 243 599 429 – TM 919126732
Bem-vindo ao Jornal Folclore on-line
RESUMO DA
EDIÇÃO N.º 165 (NOVEMBRO 2009)
EDITORIAL
ARTESANATO: ÁREAS DE EXPOSIÇÃO A 250 CONTOS!
Queixavam-se alguns expositores de artesanato que, numa determinada Feira, o aluguer da sua pequena área de exposição e venda dos produtos da sua arte, lhes custava nada menos que 1250 euros! O entrevistado reforçou o exagero da importância: “Cobram-nos 250 contos por este cantinho!”. Não adiantou os dias de que dispõem para a utilização do espaço. Mas sempre convenhamos que para apurar tão gorda quantia será preciso “mercadejar” uma quantidade industrial de mercadoria. E duvida-se que a maioria dos artesãos consigam, no final da Feira, fazer entrar na caixa tantos euros. Sorte terão se ainda em cima do pesado fardo do aluguer do espaço o fisco não lhe bater à porta…
Numa altura em que se procura promover o fabrico e comercialização do artesanato como modo de fazer face à arreliadora crise, há sempre quem se aproveite dos desprevenidos artífices para lucrar à grande.
Vem a “talhe-de-foice” a história daquele humilde comerciante de aldeia que tinha fama de vender os produtos da sua loja a preços muito inflacionados. O povo logo o alcunhou de “tira peles”. Mas ao que parece, as empresas promotoras das Feiras de Artesanato não só tiram a pele, como devoraram a carne e ainda raspam no osso…
Manuel João Barbosa
NOTA EDITORIAL
“Sou professora e fui colocada numa escola onde a temática “As Danças Folclóricas ou Populares” será por mim trabalhada numa turma de profissional. Uma vez que não tenho um profundo conhecimento do tema, tenho pesquisado um pouco sobre o mesmo mas não encontrei ainda conteúdos substanciais e concretos. Assim, e uma vez que me parece que detêm conhecimentos sobre as danças em questão, vinha desta forma perguntar se me poderiam ajudar a aceder a alguma informação, nomeadamente sites onde possa pesquisar, ou mesmo livros ou outros documentos para que os possa posteriormente trabalhar com os alunos”.
O texto em cima chegou-nos via e-mail e deixou-nos perplexos. Como pode um docente entregar-se a uma turma leccionando uma disciplina sobre a qual não tem conhecimentos? Pensamos que tudo isto só pode resultar dentro de um tão contestado programa de ensino, atirando para a fogueira incautos professores que não têm sequer autoridade para recusar leccionar um tema que não estudaram, pesquisaram ou praticaram. Mas a isso se sujeitam por obrigação. Serão muitos os professores que integram – ou integraram na sua adolescência e juventude – bons projectos de representação folclórica e que poderiam, de forma acertada, oferecer aulas práticas do reportório que desempenharam enquanto participantes activos do seu grupo ou rancho. Porventura muitos deles até estarão no desemprego. Mas prefere-se simplificar, entregando disciplinas estranhas e obscuras a profissionais colocados sem prática nem experiência, incorrendo na asneira.
Com a noção de uma indesejada mas necessária frontalidade, respondemos ao apelo da respeitosa docente: “Para tratar as coisas do folclore é preciso uma formação aturada e sobretudo ter-se muita sensibilidade para lidar com os factos folclóricos, nomeadamente a dança tradicional. Se não tiver quaisquer conhecimentos ou prática de danças populares tradicionais (folclóricas) correrá o risco de ir vender gato por lebre. Melhor será não leccionar o tema. Desculpe a frontalidade e sinceridade, mas teremos de a alertar para os erros que eventualmente possam nascer de uma errada informação sobre uma temática que deve ser tratada com base em estudos etnográficos. Note que nem tudo o que é popular é folclore. Há que ter em conta esse princípio. Parece-nos que o tema que vai leccionar está a misturar um pouco as duas coisas. E elas são distintas”.
Confiamos que o bom senso prevaleça. Muito em especial dentro do Ministério da Educação.
O director
DESTAQUES
- Decreto-lei estabelece o regime jurídico para salvaguarda do Património Cultural Imaterial
Manuel João Barbosa
O Ministério da Cultura finalmente estabeleceu com força de Lei a salvaguarda do património cultural imaterial. Pretende-se preservar as tradições e expressões orais, incluindo a língua como vector do património cultural imaterial; as expressões artísticas e manifestações de carácter performativo; as práticas sociais, rituais e eventos festivos; os conhecimentos e práticas relacionados com a natureza e o universo e as competências no âmbito de processos e técnicas tradicionais. Na prática determina-se a salvaguarda dos aspectos tradicionais relevantes dentro da cultura popular, tidos como Património Cultural Imaterial, que estão em vias de desaparecer. Para o efeito foi aprovado em Conselho de Ministros de 19 de Março último, e já publicado em Diário da República, um decreto-lei que estabelece o regime jurídico que compreende as medidas de salvaguarda, procedimento de inventariação e a criação de uma Comissão para o Património Cultural Imaterial.
O Governo, através do Ministério da Cultura, acaba de criar mecanismos, com força de Lei, para a salvaguarda Património Cultural Imaterial. A medida está protegida por lei, consagrando a “valorização do património cultural popular”, nomeadamente as tradições e expressões orais”, como as “práticas sociais, rituais e eventos festivos”. O decreto-lei foi publicado no Diário da República, 1.ª série (N.º 113), de 15 de Junho de 2009.
(Desenvolvimento na edição impressa)
- Associação de Folclore e Etnografia da Região Autónoma da Madeira - Investigar e preservar para memória futura
Manuel João Barbosa
Com a finalidade primária de fomentar a qualidade do folclore e da etnografia da Ilha da Madeira, foi constituída em 2005 a Associação de Folclore e Etnografia da Região Autónoma da Madeira. Mas outro objectivo prioritário prende-se com a necessidade premente de recolher e preservar tradições e costumes que estão a cair na voragem do tempo. Defender o património imaterial da Região é um esforço que cabe colectivamente aos promotores da cultura popular e tradicional madeirense. Grupos de folclore e os próprios organismos governamentais acordaram na criação de uma associação pública que superintendesse na preservação, registo e organização dos valores culturais afectos à actividade folclórica na Madeira. Dezena e meia de grupos já aderiram à Associação, num universo de pouco mais de vinte e cinco.
(Desenvolvimento na edição impressa)
- Folclore à mesa - Outros modelos para os Festivais de folclore foram tema de debate
Manuel João Barbosa
Um grupo de folcloristas da região do Ribatejo, e simpatizantes apegados de forma rotineira às questões do folclore – representação/espectáculo – reuniram-se em mais um dos habituais almoços, onde a sobremesa é reservada aos saberes da temática – o folclore. O encontro mais recente ocorreu num dia soalheiro de pré-Outono, em aposentos hospitaleiros de um pacato lugarejo do concelho de Santarém. O tema andou à volta de outros modelos de representação que tornem os Festivais de Folclore mais apelativos. O útil junta-se ao agradável.
Dezena e meia de folcloristas participaram em finais de Setembro em mais um almoço, degustado em aprazível espaço. A finalidade é, como sobremesa, debater a problemática da representação, como forma de encontrar algumas achegas que sirvam para uma maior e melhor aceitação do espectáculo de folclore.
Como sempre, ao menu do repasto foi adicionado um “prato” de folclore.
(Desenvolvimento na edição impressa)
- PENACOVA: Rancho Folclórico e Etnográfico de Zagalho e Vale do Conde (Reportagem)
Manuel João Barbosa
Pouco mais de quatro dezenas de criaturas dão alma e vida a dois recônditos lugarejos que se instalam numa zona serrana do interior do concelho de Penacova – Zagalho e Vale do Conde; a localidade de Zagalho tem 6 fogos habitados e Vale do Conde 13. Outras moradias abandonadas dão nota de uma preocupante desertificação. As duas localidades-berço que acolhem o Rancho Folclórico nosso anfitrião do trabalho de hoje, pertencem à Freguesia de Friúmes, que arrola nos seus oito lugares, dispersos numa área de pouco mais de 14 km2, cerca de 600 habitantes.
(Desenvolvimento na edição impressa)
- Costumes revividos num serão em Santana do Mato, Coruche - O outro folclore – tempos de um outro tempo
Manuel João Barbosa
A iniciativa, por distinta, já se tornou carismática e uma vez mais conseguiu em pleno os objectivos: fazer reviver hábitos e costumes que outrora eram usuais nas aldeias e que marcaram a vida das gentes, que o tempo há muito apagou. A ideia é do Rancho Folclórico “Os Camponeses de Santana do Mato”, do concelho de Coruche, e os elogios que sempre recebe contribuem para o repetido êxito de cada edição. Foi o que aconteceu uma vez mais no dia 3 de Outubro, com a realização de mais uma edição do seu Serão de Tradições, que leva ao palco da colectividade local curiosos retalhos da vida das gentes de diversificadas aldeias do País, e que o tempo fez tradição.
(Desenvolvimento na edição impressa)
Lisboa
Folclore levou festa à Praça da Figueira numa solarenga tarde de Outono
Manuel João Barbosa
Não só a Praça da Figueira como boa parte da Baixa lisboeta, por onde passaram em desfile os grupos de folclore que, representando várias regiões etnográficas do País, levaram à capital o seu folclore e os vários aspectos da sua etnografia. Artérias notáveis da cidade – Chiado, Garrett e Carmo – foram por momentos palco de festa popular, que culminou na emblemática Praça da Figueira. A curiosidade era geral pela desusada parada musical e pelos interessantes e admiráveis trajes populares, originários do Portugal profundo.
(Desenvolvimento na edição impressa)
NOTÍCIAS
- Acidente com Orfeão de Águeda lembrou tragédia com Grupo da Região do Vouga em França
- Rancho de Fradelos comemorou 52.º aniversário
- Acção de Formação em Sobral de Monte Agraço
- Encontro de Tradições “Manuel Francisco” em Sobral de Monte Agraço
- Fundação INATEL está a promover mais um Concurso de Etnografia
- Feliciano Carlos de Oliveira (S. Torcato, Guimarães)
- Camacha: Maria Ascensão vai ser homenageada com um busto na Largo da Achada
- Grupo “As Tricanas” do Luso recebe Prémio de Empreendedorismo
- Tarde de folclore ribatejano nas Fontainhas
- Aí estão as desfolhadas e a festa
- Lisboa: Folclore leva festa à Praça da Figueira numa solarenga tarde de Outono
- Concertinas voltaram a encher de música a Barrenta
- Régua: Festival de Folclore das Vindimas em Godim enalteceu tradições
OPINIÃO
- Da Fundação para a Federação - Carlos Rego (Vila Nova de Famalicão)
- Site da Federação: um duradouro e persistente vazio (MJB)
SECÇÕES
ESFINGE - Interdições e receios, pelo Dr . Aurélio Lopes
Tradição / Inovação - A avaliação, pelo Eng.º Manuel Farias
* PORQUE NÃO TE CALAS?
* FOI NOTÍCIA… HÁ 13 ANOS
* Cartas ao director
Estandartes
FESTIVAIS
Festivais com realização no mês de Novembro
A S S I N E
Subscreva a assinatura enviando o pedido ao
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RESUMO DA
EDIÇÃO N.º 165 (NOVEMBRO 2009)
EDITORIAL
ARTESANATO: ÁREAS DE EXPOSIÇÃO A 250 CONTOS!
Queixavam-se alguns expositores de artesanato que, numa determinada Feira, o aluguer da sua pequena área de exposição e venda dos produtos da sua arte, lhes custava nada menos que 1250 euros! O entrevistado reforçou o exagero da importância: “Cobram-nos 250 contos por este cantinho!”. Não adiantou os dias de que dispõem para a utilização do espaço. Mas sempre convenhamos que para apurar tão gorda quantia será preciso “mercadejar” uma quantidade industrial de mercadoria. E duvida-se que a maioria dos artesãos consigam, no final da Feira, fazer entrar na caixa tantos euros. Sorte terão se ainda em cima do pesado fardo do aluguer do espaço o fisco não lhe bater à porta…
Numa altura em que se procura promover o fabrico e comercialização do artesanato como modo de fazer face à arreliadora crise, há sempre quem se aproveite dos desprevenidos artífices para lucrar à grande.
Vem a “talhe-de-foice” a história daquele humilde comerciante de aldeia que tinha fama de vender os produtos da sua loja a preços muito inflacionados. O povo logo o alcunhou de “tira peles”. Mas ao que parece, as empresas promotoras das Feiras de Artesanato não só tiram a pele, como devoraram a carne e ainda raspam no osso…
Manuel João Barbosa
NOTA EDITORIAL
“Sou professora e fui colocada numa escola onde a temática “As Danças Folclóricas ou Populares” será por mim trabalhada numa turma de profissional. Uma vez que não tenho um profundo conhecimento do tema, tenho pesquisado um pouco sobre o mesmo mas não encontrei ainda conteúdos substanciais e concretos. Assim, e uma vez que me parece que detêm conhecimentos sobre as danças em questão, vinha desta forma perguntar se me poderiam ajudar a aceder a alguma informação, nomeadamente sites onde possa pesquisar, ou mesmo livros ou outros documentos para que os possa posteriormente trabalhar com os alunos”.
O texto em cima chegou-nos via e-mail e deixou-nos perplexos. Como pode um docente entregar-se a uma turma leccionando uma disciplina sobre a qual não tem conhecimentos? Pensamos que tudo isto só pode resultar dentro de um tão contestado programa de ensino, atirando para a fogueira incautos professores que não têm sequer autoridade para recusar leccionar um tema que não estudaram, pesquisaram ou praticaram. Mas a isso se sujeitam por obrigação. Serão muitos os professores que integram – ou integraram na sua adolescência e juventude – bons projectos de representação folclórica e que poderiam, de forma acertada, oferecer aulas práticas do reportório que desempenharam enquanto participantes activos do seu grupo ou rancho. Porventura muitos deles até estarão no desemprego. Mas prefere-se simplificar, entregando disciplinas estranhas e obscuras a profissionais colocados sem prática nem experiência, incorrendo na asneira.
Com a noção de uma indesejada mas necessária frontalidade, respondemos ao apelo da respeitosa docente: “Para tratar as coisas do folclore é preciso uma formação aturada e sobretudo ter-se muita sensibilidade para lidar com os factos folclóricos, nomeadamente a dança tradicional. Se não tiver quaisquer conhecimentos ou prática de danças populares tradicionais (folclóricas) correrá o risco de ir vender gato por lebre. Melhor será não leccionar o tema. Desculpe a frontalidade e sinceridade, mas teremos de a alertar para os erros que eventualmente possam nascer de uma errada informação sobre uma temática que deve ser tratada com base em estudos etnográficos. Note que nem tudo o que é popular é folclore. Há que ter em conta esse princípio. Parece-nos que o tema que vai leccionar está a misturar um pouco as duas coisas. E elas são distintas”.
Confiamos que o bom senso prevaleça. Muito em especial dentro do Ministério da Educação.
O director
DESTAQUES
- Decreto-lei estabelece o regime jurídico para salvaguarda do Património Cultural Imaterial
Manuel João Barbosa
O Ministério da Cultura finalmente estabeleceu com força de Lei a salvaguarda do património cultural imaterial. Pretende-se preservar as tradições e expressões orais, incluindo a língua como vector do património cultural imaterial; as expressões artísticas e manifestações de carácter performativo; as práticas sociais, rituais e eventos festivos; os conhecimentos e práticas relacionados com a natureza e o universo e as competências no âmbito de processos e técnicas tradicionais. Na prática determina-se a salvaguarda dos aspectos tradicionais relevantes dentro da cultura popular, tidos como Património Cultural Imaterial, que estão em vias de desaparecer. Para o efeito foi aprovado em Conselho de Ministros de 19 de Março último, e já publicado em Diário da República, um decreto-lei que estabelece o regime jurídico que compreende as medidas de salvaguarda, procedimento de inventariação e a criação de uma Comissão para o Património Cultural Imaterial.
O Governo, através do Ministério da Cultura, acaba de criar mecanismos, com força de Lei, para a salvaguarda Património Cultural Imaterial. A medida está protegida por lei, consagrando a “valorização do património cultural popular”, nomeadamente as tradições e expressões orais”, como as “práticas sociais, rituais e eventos festivos”. O decreto-lei foi publicado no Diário da República, 1.ª série (N.º 113), de 15 de Junho de 2009.
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- Associação de Folclore e Etnografia da Região Autónoma da Madeira - Investigar e preservar para memória futura
Manuel João Barbosa
Com a finalidade primária de fomentar a qualidade do folclore e da etnografia da Ilha da Madeira, foi constituída em 2005 a Associação de Folclore e Etnografia da Região Autónoma da Madeira. Mas outro objectivo prioritário prende-se com a necessidade premente de recolher e preservar tradições e costumes que estão a cair na voragem do tempo. Defender o património imaterial da Região é um esforço que cabe colectivamente aos promotores da cultura popular e tradicional madeirense. Grupos de folclore e os próprios organismos governamentais acordaram na criação de uma associação pública que superintendesse na preservação, registo e organização dos valores culturais afectos à actividade folclórica na Madeira. Dezena e meia de grupos já aderiram à Associação, num universo de pouco mais de vinte e cinco.
(Desenvolvimento na edição impressa)
- Folclore à mesa - Outros modelos para os Festivais de folclore foram tema de debate
Manuel João Barbosa
Um grupo de folcloristas da região do Ribatejo, e simpatizantes apegados de forma rotineira às questões do folclore – representação/espectáculo – reuniram-se em mais um dos habituais almoços, onde a sobremesa é reservada aos saberes da temática – o folclore. O encontro mais recente ocorreu num dia soalheiro de pré-Outono, em aposentos hospitaleiros de um pacato lugarejo do concelho de Santarém. O tema andou à volta de outros modelos de representação que tornem os Festivais de Folclore mais apelativos. O útil junta-se ao agradável.
Dezena e meia de folcloristas participaram em finais de Setembro em mais um almoço, degustado em aprazível espaço. A finalidade é, como sobremesa, debater a problemática da representação, como forma de encontrar algumas achegas que sirvam para uma maior e melhor aceitação do espectáculo de folclore.
Como sempre, ao menu do repasto foi adicionado um “prato” de folclore.
(Desenvolvimento na edição impressa)
- PENACOVA: Rancho Folclórico e Etnográfico de Zagalho e Vale do Conde (Reportagem)
Manuel João Barbosa
Pouco mais de quatro dezenas de criaturas dão alma e vida a dois recônditos lugarejos que se instalam numa zona serrana do interior do concelho de Penacova – Zagalho e Vale do Conde; a localidade de Zagalho tem 6 fogos habitados e Vale do Conde 13. Outras moradias abandonadas dão nota de uma preocupante desertificação. As duas localidades-berço que acolhem o Rancho Folclórico nosso anfitrião do trabalho de hoje, pertencem à Freguesia de Friúmes, que arrola nos seus oito lugares, dispersos numa área de pouco mais de 14 km2, cerca de 600 habitantes.
(Desenvolvimento na edição impressa)
- Costumes revividos num serão em Santana do Mato, Coruche - O outro folclore – tempos de um outro tempo
Manuel João Barbosa
A iniciativa, por distinta, já se tornou carismática e uma vez mais conseguiu em pleno os objectivos: fazer reviver hábitos e costumes que outrora eram usuais nas aldeias e que marcaram a vida das gentes, que o tempo há muito apagou. A ideia é do Rancho Folclórico “Os Camponeses de Santana do Mato”, do concelho de Coruche, e os elogios que sempre recebe contribuem para o repetido êxito de cada edição. Foi o que aconteceu uma vez mais no dia 3 de Outubro, com a realização de mais uma edição do seu Serão de Tradições, que leva ao palco da colectividade local curiosos retalhos da vida das gentes de diversificadas aldeias do País, e que o tempo fez tradição.
(Desenvolvimento na edição impressa)
Lisboa
Folclore levou festa à Praça da Figueira numa solarenga tarde de Outono
Manuel João Barbosa
Não só a Praça da Figueira como boa parte da Baixa lisboeta, por onde passaram em desfile os grupos de folclore que, representando várias regiões etnográficas do País, levaram à capital o seu folclore e os vários aspectos da sua etnografia. Artérias notáveis da cidade – Chiado, Garrett e Carmo – foram por momentos palco de festa popular, que culminou na emblemática Praça da Figueira. A curiosidade era geral pela desusada parada musical e pelos interessantes e admiráveis trajes populares, originários do Portugal profundo.
(Desenvolvimento na edição impressa)
NOTÍCIAS
- Acidente com Orfeão de Águeda lembrou tragédia com Grupo da Região do Vouga em França
- Rancho de Fradelos comemorou 52.º aniversário
- Acção de Formação em Sobral de Monte Agraço
- Encontro de Tradições “Manuel Francisco” em Sobral de Monte Agraço
- Fundação INATEL está a promover mais um Concurso de Etnografia
- Feliciano Carlos de Oliveira (S. Torcato, Guimarães)
- Camacha: Maria Ascensão vai ser homenageada com um busto na Largo da Achada
- Grupo “As Tricanas” do Luso recebe Prémio de Empreendedorismo
- Tarde de folclore ribatejano nas Fontainhas
- Aí estão as desfolhadas e a festa
- Lisboa: Folclore leva festa à Praça da Figueira numa solarenga tarde de Outono
- Concertinas voltaram a encher de música a Barrenta
- Régua: Festival de Folclore das Vindimas em Godim enalteceu tradições
OPINIÃO
- Da Fundação para a Federação - Carlos Rego (Vila Nova de Famalicão)
- Site da Federação: um duradouro e persistente vazio (MJB)
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ESFINGE - Interdições e receios, pelo Dr . Aurélio Lopes
Tradição / Inovação - A avaliação, pelo Eng.º Manuel Farias
* PORQUE NÃO TE CALAS?
* FOI NOTÍCIA… HÁ 13 ANOS
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FESTIVAIS
Festivais com realização no mês de Novembro
A S S I N E
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Portugal: 17,50 € * Europa: 20,00 € * Fora da Europa¨25,00 €
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Edição N.º 164 - OUTUBRO
JORNAL FOLCLORE
Rua Capelo e Ivens, 63 - 2000-039– SANTARÉM
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N.º 164 (OUTUBRO 2009)
EDITORIAL
Desfiles políticos
Foi vê-los, passeando-se de Festival em Festival, espalhando uma artificial simpatia. Amáveis e sorridentes, pavonearam-se numa desabitual postura, quantas vezes a roçar o patético. Comitiva atrás de comitiva, de todas as cores e feitios, os futuros políticos invadiram os recintos de massas, num aproveitamento descarado e oportunista dos eventos públicos. Atiraram-se incomuns apertos de mãos, bateram-se doces palmadinhas nas costas e deram-se mesmo alguns beijinhos, esquecida que foi até a tenebrosa gripe A. Uma descarada, quanto ridícula, compra de votos.
Em redor do líder, alardeavam -se um ninho de candidatos a um lugarzinho na autarquia, garantia de uma aconchegada reforma a troco de uns escassos anitos de lealdade autárquica. Vale por isso fazer algum esforço na campanha, mesmo que a alguns aconteça terem de comer uvas com grainha e fruta com casca…
Espalharam-se promessas. Encheram-se as bocas de cultura, com natural enfoque para a cultura popular. Os grupos de folclore são, enfim, entidades de bem e olhados com empenhada frontalidade. Merecem, sim senhor, mais apoios, umas condignas instalações e até poderá calhar-lhes por sorte um autocarro! Tudo de bom pode acontecer. Depois, se tanto não for assim, lavam-se as mãos e assacam-se responsabilidades a terceiros.
Naturalmente que é preciso esclarecer e informar o cidadão sobre os programas que cada formação política propõe para uma eventual governação, seja regional ou nacional. Mas livrem-nos de tamanhas doses de demagogia. Porque, em política, o que hoje é verdade, amanhã já não o será. Que é como quem diz, as promessas e os compromissos esfumam-se de forma tão célere que se esquecem em apenas algumas horas.
Manuel João Barbosa, director
NOTA EDITORIAL
Multidões vêem Folclore
Os mais cépticos do movimento folclórico mantêm um acentuado pessimismo relativamente à falta de público nos Festivais de Folclore. Talvez alguma trivialidade do espectáculo que se oferece contribua para esse desprendimento. Convenhamos que, cada ano, o figurino é invariavelmente igual. Torna-se por isso enfadonho, fastidioso, monótono. O modelo estará gasto, alegam muitos. Falamos naturalmente dos comuns Festivais, que teimosamente se vão concluindo cada ano com poucos recursos – económicos e humanos – sem possibilidades de se alargarem a outros horizontes.
Mas se a esmagadora maioria dos espectáculos de folclore peca por uma envergonhada presença de espectadores, alegra-nos saber – e presenciar – de um considerável número de realizações que enchem amplos recintos, enormes praças, anfiteatros e grandes salas de espectáculos. E os números não enganam. Somam alguns milhares o número de espectadores presentes nessas realizações. Deixamos apenas alguns exemplos que abonam em favor da nossa afirmação: o FolkCantanhede chama em cada edição à Praça Marquês de Marialva entre três a quatro mil pessoas; o Festival Internacional dos Açores (Terceira), reúne na Rua da Fé mais de quatro mil pessoas para ver o desfile etnográfico, e no dia seguinte lota a capacidade da Praça de Touros de Angra do Heroísmo, recebendo entre cinco a seis mil pessoas; o FolkFaro é visto em cada sessão diária (ao longo de uma semana) por mais de mil e quinhentos espectadores e na Gala de encerramento junta na Praça Passeio da Doca mais de três mil pessoas. Uma experiência nova, levada a cabo este ano em Águeda, juntou frente a um palco erguido sob as águas do rio, mais de três mil pessoas para ver o Festival da responsabilidade do Grupo da Região do Vouga (Mourisca do Vouga). Um caso único na região. Mas também a novel organização da Mostra Internacional de Folclore de Montemor-o-Novo se assume já catalisadora de grandes massas, levando ao amplo Largo das Palmeiras milhares de espectadores. Na Pérola do Atlântico é bonito ver, cada dia do programa da Semana Europeia de Folclore, o auditório do Jardim Municipal repleto de pessoas. Ainda na Ilha Insular, o Grupo de Folclore da Ponta do Sol recebe sistematicamente no seu Festival mais de três mil observadores. Outros exemplos, em menor escala, poderiam alongar a lista.
Temos assim que – afinal – ainda há multidões a ver e a apreciar o folclore. O produto terá é de oferecer qualidade.
Manuel João Barbosa, director
DESTAQUES
- O jornal Diário de Notícias abordou com ênfase a actualidade do movimento folclórico
Num excelente trabalho do jornalista António Pedro Pereira, e fotografias de Arlindo Camacho, o Diário de Notícias (DN) publicou na sua edição de 5 de Setembro um desenvolvido trabalho sobre o movimento folclórico na actualidade. Apresentado em 4 páginas de textos e foto, o trabalho apresenta-se bem delineado, dando uma imagem acertada da realidade da representação folclórica a nível nacional, dando particular destaque a um estigma que apoquenta o próprio folclore: a falta do rigor na representação por grande parte de um elevado número de ranchos/grupos, auto-denominados grupos de folclore.
(Desenvolvimento na edição impressa)
- SANTARÉM: Bodas de Ouro do Festival Internacional de Folclore ‘Celestino Graça’
Manuel João Barbosa
O Festival Internacional de Folclore ‘Celestino Graça’, cartaz cinquentenário da cidade de Santarém, decorreu com o brilho habitual entre 2 e 8 de Setembro, com quatro formações estrangeiras e outros tantos grupos nacionais. O Festival comemorou as Bodas de Ouro. Cinquenta edições que se quiseram, sequencialmente, uma melhor que a outra. Involuntárias contrariedades e “algumas dificuldades e insucessos”, como reconhece a comissão executiva, não o terão permitido. Mas será “tempo de celebração”, entende ainda a organização. E certo é que o Festival afirmou-se e continua entre os melhores que se realizam no País.
A capital do Ribatejo viveu durante uma semana a euforia de mais uma edição do Festival Internacional de Folclore ‘Celestino Graça’. Verdadeiras companhias de folclore de quatro países estrangeiros e um bom naipe de grupos de folclore de Portugal entusiasmaram numerosas plateias nas edições principais, desde a sessão de ante-estreia até à gala de encerramento. Mas também a sessão solene comemorativa das Bodas de Ouro fez lotar a sala do Teatro Sá da Bandeira.
(Desenvolvimento na edição impressa)
- Funchal: SEMANA EUROPEIA DE FOLCLORE - a festa do folclore entusiasmou no aprazível Jardim Municipal
Manuel João Barbosa
O auditório do Jardim Municipal do Funchal foi pequeno para receber tão elevado número de espectadores que entre 1 e 5 de Setembro encheram completamente o anfiteatro para ver as danças tradicionais levadas pelos grupos participantes na VI Semana Europeia de Folclore, uma organização do Grupo de Folclore e Etnografia da Boa Nova (Funchal). Os vários espectáculos variaram entre o folclore internacional, da Madeira e do continente.
O Jardim Municipal do Funchal foi uma vez mais palco de uma admirável festa de tradições, levadas por várias formações nacionais e estrangeiras, participantes activas na Semana Europeia de Folclore, uma iniciativa com realização desde há seis anos do Grupo de Folclore e Etnografia da Boa Nova. Diariamente o auditório do aprazível espaço municipal apinhou-se de espectadores – estrangeiros em grande quantidade – o que revela o enorme interesse pelas manifestações folclóricas. O espectáculo de folclore torna-se apelativo quando as organizações e realizações são bem estruturadas, bem como as formações intervenientes oferecem qualidade representativa.
(Desenvolvimento na edição impressa)
- Festival Internacional de Folclore Cidade de Faro. Encadeiam-se culturas na rota das tradições dos povos
Textos e fotos: Manuel João Barbosa
O FolkFaro – Festival Internacional de Folclore Cidade de Faro, concluiu com confirmado êxito a sua sétima edição. O maior evento folclórico a Sul do Tejo espalhou durante nove dias por grande parte da região algarvia o ritmo e as cores tradicionais de diferentes culturas do mundo e também de diversificadas regiões de Portugal. Seis formações estrangeiras e outras tantas nacionais foram os protagonistas da grande festa, que começou a 15 de Agosto e terminou a 23. A organização foi do Grupo Folclórico de Faro.
Naturalmente diversificadas entre si, as representações internacionais, como os grupos nacionais convidados, levaram ao palco do FolkFaro a singularidade das suas tradições, o exotismo de variados trajes e o feitiço da sua música. De além-fronteiras, explodem inspiradas marcações coreográficas, apontadas como de inspiração folclórica. Do rectângulo nacional e da parcela insular da Madeira, eclodiram cadenciadas danças e ecoou a harmonia da música tradicional das regiões representadas. O folclore de lá e de cá, pontificou e animou de forma muito entusiástica todas as plateias que ao longo de nove dias assistiram às várias sessões do Festival. “A alegria e os ritmos contagiantes da América do Sul envolveram-se com o perfeccionismo artístico típico do Leste Europeu. A este cadinho de culturas se juntaram as tradições lusas do continente e da Madeira”, descreve assim a organização a magia do folclore de Portugal e do mundo mostrado no FolkFaro.
(Desenvolvimento na edição impressa)
- Festival de Folclore da Ponta do Sol. Dançar num mar de flores
Dançar num mar de flores
Manuel João Barbosa
O mediático Festival de Folclore da Ponta do Sol, Madeira, decorreu no dia 29 de Agosto sobre um tapete colorido de exóticas flores, que oferecia um postal sugestivo da riqueza da flora madeirense. Tão distintos quanto admiráveis arranjos florais inundaram o palco e o cenário, oferecendo uma miscelânea de cor e vida ao magnífico espectáculo de folclore e de tradições de Portugal insular e continental, como de variadas partes do mundo. A organização foi do Grupo de Folclore da Ponta do Sol, com o incondicional apoio da Câmara Municipal local, e teve, como habitualmente o registo integral pela RTP Madeira.
O Festival de Folclore da Ponta do Sol, organizado pelo Grupo de Folclore local, concluiu no dia 29 de Agosto a sua XIX edição como mostra de folclore nacional e XII enquanto evento de cariz internacional. Grupos de folclore do continente e das Ilhas (Açores e da Madeira), como formações da Espanha e da Suécia, completaram a edição deste ano, oferecendo uma amostra diversificada do folclore e da etnografia de cada região e de cada país representados.
(Desenvolvimento na edição impressa)
NOTÍCIAS
- Federação reúne conselheiros técnicos em encontro nacional
- A I Feira Rural em Joane foi um sucesso
- Festival Rio Tejo, do Rancho da Ribeira de Santarém, averbou mais um êxito
- Rancho da Ribeira de Celavisa ofereceu tarde de folclore em Lisboa
- Festival em Mira de Aire com muitos aplausos
- Festival do Rancho do Vale de Santarém contou com grupos representativos
- Rancho de Vila Nova da Erra reaparece no seu primeiro Festival
- Ainda sobre as Bodas de Diamante do Grupo dos Sargaceiros da Casa do Povo de Apúlia
- Rancho Luz dos Candeeiros (Porto de Mós) obteve assinalável êxito em França
- Rancho de Montargil esteve em França e conquistou os Pirinéus
- FESTIMAIORCA: Encontro de povos, culturas e tradições do Mundo
- Cancioneiro de Cantanhede aplaudido na Hungria
- Festival Internacional de Folclore de Arouca
- Águeda: três mil assistiram ao ‘Milagre da Urgueira’
- Serão de Tradições em Santana do Mato
- Rancho de Cabeça Veada realizou III Festival ‘Telhados de Água’
- BRASIL: Projecto Folclore-interdisciplinar do 6.º ao 9.º ano
- Festival de Folclore de Almedina com elevada qualidade
- Porto de Mós: Festival em Mira de Aire colheu muitos aplausos
- Viana do Castelo: Festival de Folclore Internacional do Alto Minho
- Rancho de Benfica do Ribatejo já tem plano de actividades para 2010
- Museu em São Bartolomeu de Messines guarda trajes e tradições
- Rancho da Santa Casa da Misericórdia de Soure fez descamisada
- Lisboa: romaria minhota da Casa do Minho nos jardins de Belém
- Padre Ricardo Mónica regressa ao palco do Cine-Teatro de Almeirim
OPINIÃO
Passeio das mordomas homenageia “chieira” da mulher de Viana
SECÇÕES
* ESFINGE, pelo Dr. Aurélio Lopes
* INOVAÇÃO/TRADIÇÃO, pelo eng.º Manuel Farias
* PORQUE NÃO TE CALAS?
* FOI NOTÍCIA… HÁ 13 ANOS
FESTIVAIS
Festivais com realização no mês de Outubro
A S S I N E
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N.º 164 (OUTUBRO 2009)
EDITORIAL
Desfiles políticos
Foi vê-los, passeando-se de Festival em Festival, espalhando uma artificial simpatia. Amáveis e sorridentes, pavonearam-se numa desabitual postura, quantas vezes a roçar o patético. Comitiva atrás de comitiva, de todas as cores e feitios, os futuros políticos invadiram os recintos de massas, num aproveitamento descarado e oportunista dos eventos públicos. Atiraram-se incomuns apertos de mãos, bateram-se doces palmadinhas nas costas e deram-se mesmo alguns beijinhos, esquecida que foi até a tenebrosa gripe A. Uma descarada, quanto ridícula, compra de votos.
Em redor do líder, alardeavam -se um ninho de candidatos a um lugarzinho na autarquia, garantia de uma aconchegada reforma a troco de uns escassos anitos de lealdade autárquica. Vale por isso fazer algum esforço na campanha, mesmo que a alguns aconteça terem de comer uvas com grainha e fruta com casca…
Espalharam-se promessas. Encheram-se as bocas de cultura, com natural enfoque para a cultura popular. Os grupos de folclore são, enfim, entidades de bem e olhados com empenhada frontalidade. Merecem, sim senhor, mais apoios, umas condignas instalações e até poderá calhar-lhes por sorte um autocarro! Tudo de bom pode acontecer. Depois, se tanto não for assim, lavam-se as mãos e assacam-se responsabilidades a terceiros.
Naturalmente que é preciso esclarecer e informar o cidadão sobre os programas que cada formação política propõe para uma eventual governação, seja regional ou nacional. Mas livrem-nos de tamanhas doses de demagogia. Porque, em política, o que hoje é verdade, amanhã já não o será. Que é como quem diz, as promessas e os compromissos esfumam-se de forma tão célere que se esquecem em apenas algumas horas.
Manuel João Barbosa, director
NOTA EDITORIAL
Multidões vêem Folclore
Os mais cépticos do movimento folclórico mantêm um acentuado pessimismo relativamente à falta de público nos Festivais de Folclore. Talvez alguma trivialidade do espectáculo que se oferece contribua para esse desprendimento. Convenhamos que, cada ano, o figurino é invariavelmente igual. Torna-se por isso enfadonho, fastidioso, monótono. O modelo estará gasto, alegam muitos. Falamos naturalmente dos comuns Festivais, que teimosamente se vão concluindo cada ano com poucos recursos – económicos e humanos – sem possibilidades de se alargarem a outros horizontes.
Mas se a esmagadora maioria dos espectáculos de folclore peca por uma envergonhada presença de espectadores, alegra-nos saber – e presenciar – de um considerável número de realizações que enchem amplos recintos, enormes praças, anfiteatros e grandes salas de espectáculos. E os números não enganam. Somam alguns milhares o número de espectadores presentes nessas realizações. Deixamos apenas alguns exemplos que abonam em favor da nossa afirmação: o FolkCantanhede chama em cada edição à Praça Marquês de Marialva entre três a quatro mil pessoas; o Festival Internacional dos Açores (Terceira), reúne na Rua da Fé mais de quatro mil pessoas para ver o desfile etnográfico, e no dia seguinte lota a capacidade da Praça de Touros de Angra do Heroísmo, recebendo entre cinco a seis mil pessoas; o FolkFaro é visto em cada sessão diária (ao longo de uma semana) por mais de mil e quinhentos espectadores e na Gala de encerramento junta na Praça Passeio da Doca mais de três mil pessoas. Uma experiência nova, levada a cabo este ano em Águeda, juntou frente a um palco erguido sob as águas do rio, mais de três mil pessoas para ver o Festival da responsabilidade do Grupo da Região do Vouga (Mourisca do Vouga). Um caso único na região. Mas também a novel organização da Mostra Internacional de Folclore de Montemor-o-Novo se assume já catalisadora de grandes massas, levando ao amplo Largo das Palmeiras milhares de espectadores. Na Pérola do Atlântico é bonito ver, cada dia do programa da Semana Europeia de Folclore, o auditório do Jardim Municipal repleto de pessoas. Ainda na Ilha Insular, o Grupo de Folclore da Ponta do Sol recebe sistematicamente no seu Festival mais de três mil observadores. Outros exemplos, em menor escala, poderiam alongar a lista.
Temos assim que – afinal – ainda há multidões a ver e a apreciar o folclore. O produto terá é de oferecer qualidade.
Manuel João Barbosa, director
DESTAQUES
- O jornal Diário de Notícias abordou com ênfase a actualidade do movimento folclórico
Num excelente trabalho do jornalista António Pedro Pereira, e fotografias de Arlindo Camacho, o Diário de Notícias (DN) publicou na sua edição de 5 de Setembro um desenvolvido trabalho sobre o movimento folclórico na actualidade. Apresentado em 4 páginas de textos e foto, o trabalho apresenta-se bem delineado, dando uma imagem acertada da realidade da representação folclórica a nível nacional, dando particular destaque a um estigma que apoquenta o próprio folclore: a falta do rigor na representação por grande parte de um elevado número de ranchos/grupos, auto-denominados grupos de folclore.
(Desenvolvimento na edição impressa)
- SANTARÉM: Bodas de Ouro do Festival Internacional de Folclore ‘Celestino Graça’
Manuel João Barbosa
O Festival Internacional de Folclore ‘Celestino Graça’, cartaz cinquentenário da cidade de Santarém, decorreu com o brilho habitual entre 2 e 8 de Setembro, com quatro formações estrangeiras e outros tantos grupos nacionais. O Festival comemorou as Bodas de Ouro. Cinquenta edições que se quiseram, sequencialmente, uma melhor que a outra. Involuntárias contrariedades e “algumas dificuldades e insucessos”, como reconhece a comissão executiva, não o terão permitido. Mas será “tempo de celebração”, entende ainda a organização. E certo é que o Festival afirmou-se e continua entre os melhores que se realizam no País.
A capital do Ribatejo viveu durante uma semana a euforia de mais uma edição do Festival Internacional de Folclore ‘Celestino Graça’. Verdadeiras companhias de folclore de quatro países estrangeiros e um bom naipe de grupos de folclore de Portugal entusiasmaram numerosas plateias nas edições principais, desde a sessão de ante-estreia até à gala de encerramento. Mas também a sessão solene comemorativa das Bodas de Ouro fez lotar a sala do Teatro Sá da Bandeira.
(Desenvolvimento na edição impressa)
- Funchal: SEMANA EUROPEIA DE FOLCLORE - a festa do folclore entusiasmou no aprazível Jardim Municipal
Manuel João Barbosa
O auditório do Jardim Municipal do Funchal foi pequeno para receber tão elevado número de espectadores que entre 1 e 5 de Setembro encheram completamente o anfiteatro para ver as danças tradicionais levadas pelos grupos participantes na VI Semana Europeia de Folclore, uma organização do Grupo de Folclore e Etnografia da Boa Nova (Funchal). Os vários espectáculos variaram entre o folclore internacional, da Madeira e do continente.
O Jardim Municipal do Funchal foi uma vez mais palco de uma admirável festa de tradições, levadas por várias formações nacionais e estrangeiras, participantes activas na Semana Europeia de Folclore, uma iniciativa com realização desde há seis anos do Grupo de Folclore e Etnografia da Boa Nova. Diariamente o auditório do aprazível espaço municipal apinhou-se de espectadores – estrangeiros em grande quantidade – o que revela o enorme interesse pelas manifestações folclóricas. O espectáculo de folclore torna-se apelativo quando as organizações e realizações são bem estruturadas, bem como as formações intervenientes oferecem qualidade representativa.
(Desenvolvimento na edição impressa)
- Festival Internacional de Folclore Cidade de Faro. Encadeiam-se culturas na rota das tradições dos povos
Textos e fotos: Manuel João Barbosa
O FolkFaro – Festival Internacional de Folclore Cidade de Faro, concluiu com confirmado êxito a sua sétima edição. O maior evento folclórico a Sul do Tejo espalhou durante nove dias por grande parte da região algarvia o ritmo e as cores tradicionais de diferentes culturas do mundo e também de diversificadas regiões de Portugal. Seis formações estrangeiras e outras tantas nacionais foram os protagonistas da grande festa, que começou a 15 de Agosto e terminou a 23. A organização foi do Grupo Folclórico de Faro.
Naturalmente diversificadas entre si, as representações internacionais, como os grupos nacionais convidados, levaram ao palco do FolkFaro a singularidade das suas tradições, o exotismo de variados trajes e o feitiço da sua música. De além-fronteiras, explodem inspiradas marcações coreográficas, apontadas como de inspiração folclórica. Do rectângulo nacional e da parcela insular da Madeira, eclodiram cadenciadas danças e ecoou a harmonia da música tradicional das regiões representadas. O folclore de lá e de cá, pontificou e animou de forma muito entusiástica todas as plateias que ao longo de nove dias assistiram às várias sessões do Festival. “A alegria e os ritmos contagiantes da América do Sul envolveram-se com o perfeccionismo artístico típico do Leste Europeu. A este cadinho de culturas se juntaram as tradições lusas do continente e da Madeira”, descreve assim a organização a magia do folclore de Portugal e do mundo mostrado no FolkFaro.
(Desenvolvimento na edição impressa)
- Festival de Folclore da Ponta do Sol. Dançar num mar de flores
Dançar num mar de flores
Manuel João Barbosa
O mediático Festival de Folclore da Ponta do Sol, Madeira, decorreu no dia 29 de Agosto sobre um tapete colorido de exóticas flores, que oferecia um postal sugestivo da riqueza da flora madeirense. Tão distintos quanto admiráveis arranjos florais inundaram o palco e o cenário, oferecendo uma miscelânea de cor e vida ao magnífico espectáculo de folclore e de tradições de Portugal insular e continental, como de variadas partes do mundo. A organização foi do Grupo de Folclore da Ponta do Sol, com o incondicional apoio da Câmara Municipal local, e teve, como habitualmente o registo integral pela RTP Madeira.
O Festival de Folclore da Ponta do Sol, organizado pelo Grupo de Folclore local, concluiu no dia 29 de Agosto a sua XIX edição como mostra de folclore nacional e XII enquanto evento de cariz internacional. Grupos de folclore do continente e das Ilhas (Açores e da Madeira), como formações da Espanha e da Suécia, completaram a edição deste ano, oferecendo uma amostra diversificada do folclore e da etnografia de cada região e de cada país representados.
(Desenvolvimento na edição impressa)
NOTÍCIAS
- Federação reúne conselheiros técnicos em encontro nacional
- A I Feira Rural em Joane foi um sucesso
- Festival Rio Tejo, do Rancho da Ribeira de Santarém, averbou mais um êxito
- Rancho da Ribeira de Celavisa ofereceu tarde de folclore em Lisboa
- Festival em Mira de Aire com muitos aplausos
- Festival do Rancho do Vale de Santarém contou com grupos representativos
- Rancho de Vila Nova da Erra reaparece no seu primeiro Festival
- Ainda sobre as Bodas de Diamante do Grupo dos Sargaceiros da Casa do Povo de Apúlia
- Rancho Luz dos Candeeiros (Porto de Mós) obteve assinalável êxito em França
- Rancho de Montargil esteve em França e conquistou os Pirinéus
- FESTIMAIORCA: Encontro de povos, culturas e tradições do Mundo
- Cancioneiro de Cantanhede aplaudido na Hungria
- Festival Internacional de Folclore de Arouca
- Águeda: três mil assistiram ao ‘Milagre da Urgueira’
- Serão de Tradições em Santana do Mato
- Rancho de Cabeça Veada realizou III Festival ‘Telhados de Água’
- BRASIL: Projecto Folclore-interdisciplinar do 6.º ao 9.º ano
- Festival de Folclore de Almedina com elevada qualidade
- Porto de Mós: Festival em Mira de Aire colheu muitos aplausos
- Viana do Castelo: Festival de Folclore Internacional do Alto Minho
- Rancho de Benfica do Ribatejo já tem plano de actividades para 2010
- Museu em São Bartolomeu de Messines guarda trajes e tradições
- Rancho da Santa Casa da Misericórdia de Soure fez descamisada
- Lisboa: romaria minhota da Casa do Minho nos jardins de Belém
- Padre Ricardo Mónica regressa ao palco do Cine-Teatro de Almeirim
OPINIÃO
Passeio das mordomas homenageia “chieira” da mulher de Viana
SECÇÕES
* ESFINGE, pelo Dr. Aurélio Lopes
* INOVAÇÃO/TRADIÇÃO, pelo eng.º Manuel Farias
* PORQUE NÃO TE CALAS?
* FOI NOTÍCIA… HÁ 13 ANOS
FESTIVAIS
Festivais com realização no mês de Outubro
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quinta-feira, 27 de agosto de 2009
RESUMO DA EDIÇÃO DE SETEMBRO
JORNAL FOLCLORE
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Bem-vindo ao Jornal Folclore on-line
N.º 163 (Setembro 2009)
EDITORIAL
Pilhas de nervos
Os Festivais Internacionais de Folclore que se calendarizaram este ano sofreram “cortes” no conjunto das presenças estrangeiras contratadas. Algumas organizações, em sete formações agenciadas faltaram três. E na generalidade não compareceram ao compromisso um ou dois grupos em cada realização. Dificuldades económicas, para uns; obstáculos com a obtenção de vistos de passagem em alguns países para outros. E até a enfermidade que querem tornar na doença da moda – a gripe A – foi motivo de desculpa para algumas ausências. Os responsáveis das organizações contratantes entraram em transe, com os nervos em completa efervescência. Quase todos os grupos tinham já referência nos programas e cartazes, e só escassos dias antes informaram a organização do Festival da sua ausência, um detalhe que acalorou mais ainda nervos daqueles que querem honrar os compromissos que assumiram com as fontes de financiamento, com o seu próprio público e com a sua própria organização. O trato com empréstimos de grupos entre organizações de Festivais Internacionais entrou em marcha acelerada. Nem sempre a possibilidade de cedência pôde acontecer.
Mas nem por isso os Festivais que viram amputados os seus programas por algumas faltas estrangeiras, deixaram de se concluir com o brilhantismo desejado. No minuto final veio o reconforto e um enorme alívio: as formações faltosas afinal não fizeram grandes brechas. Tão pouco se deu pela sua falta…
Com crise ou sem ela, o seu aproveitamento a tudo leva. Sabemos quantas vezes ela é evocada para livrar a certos compromissos. Fica por saber, entre as organizações de Festivais Internacionais de Folclore, qual o peso que a dita crise teve entre as formações estrangeiras como desculpa para a sua falta aos compromissos assumidos, e expressamente confirmados por escrito.
O Director
NOTA EDITORIAL
Folclore na dinamização da região transfronteiriça
Numa louvada cooperação cultural, Portugal e Espanha activaram um projecto para dinamização da região transfronteiriça, e cuja linha condutora assenta, principalmente, na preservação da cultura tradicional, no caso de Portugal a cultura mirandesa, em particular relativamente aos aspectos relacionados com os instrumentos musicais tradicionais, com a música, a dança tradicional e o artesanato. Do lado português está a Direcção Regional de Cultura do Norte e da parte de Espanha a Conselleria de Cultura e Turismo da Junta de Castela e Leão, organismos oficiais de ambos os países. Trata-se de manter um percurso de cooperação cultural entre as duas instituições, que teve início em 2004, através de uma candidatura a um programa comunitário que integra projectos dos territórios Ibéricos. Para os anos de 2009 e 2010 está aprovado um projecto denominado Linha Mestra Norte, que se insere num programa de cooperação transfronteiriça entre os dois países. Integrado no evento realizou-se no dia 2 de Agosto, em Mogadouro, uma mostra de dança tradicional, com a participação de grupos portugueses e castelhanos.
Deixamos naturalmente um aplauso à cooperação ibérica, que elegeu a cultura popular tradicional como elo de ligação institucional e de dinamização das regiões transfronteiriças dos dois países. Mas alguma apreensão nos invade: será que terá sido tomado em conta a qualidade dos agrupamentos intervenientes, relativamente às representações portuguesas já anunciadas? Convenhamos que não. E as razões para este nosso receio explicam-se pelo mau retrato da cultura tradicional popular que é oferecido por uma formação da margem sul do Tejo que, não se compreende bem porquê, está entre os promotores culturais mirandeses a integrar o I Festival Transfronteiriço de Folclore que vai integrar o dito programa de dinamização transfronteiriça.
Convenhamos que o grupo em causa poderia aprazar-nos com um trabalho de qualidade, dignificante da cultura tradicional da região sadina. E a “mistura” não causaria estranheza. Mas o retrato é, mau grado, muito desfocado…
Manuel João Barbosa, director
DESTAQUES
Actividade folclórica sai seriamente prejudicada
CEDÊNCIA GRATUITA DOS AUTOCARROS DAS AUTARQUIAS PODE TER OS DIAS CONTADOS
Por Manuel João Barbosa
A principal ajuda das câmaras municipais e juntas de Freguesia, que se traduz na cedência gratuita dos autocarros das autarquias pode ter chegado ao fim se as reivindicações da Associação Rodoviária de Transportadores Pesados de Passageiros vierem a ser aceites. Com efeito, a associação alega uma “concorrência desleal” por parte das autarquias com as empresas de aluguer de transportes de passageiros. A cedência de transportes gratuitos ou a baixo custo às associações desportivas e culturais é entendida como um apoio “ilegal”. A associação acusa mesmo as autarquias de “autopromoção eleitoral” e fala “em prática generalizada e nociva para a economia”, muito em especial das empresas de aluguer de transportes e ainda para o “sector de venda de autocarros”.
(Desenvolvimento na edição impressa)
- Grupo dos Sargaceiros da Casa do Povo de Apúlia - Bodas de Diamante
- Grupo Infantil dos Sargaceiros da Casa do Povo de Apúlia -Bodas de Prata
O Grupo dos Sargaceiros da Casa do Povo de Apúlia e o Grupo Infantil dos Sargaceiros da Casa do Povo de Apúlia programaram para oito dias as comemorações das suas Bodas de Diamante e Bodas de Prata, respectivamente. Setenta e cinco anos de um grupo e vinte e cinco anos de outro, traduzidos em prestigiadas actividades, onde sobressai a evocação de uma das mais inveteradas tradições populares do povo agricultor de Apúlia: a apanha do sargaço, o moliço que tornou férteis e produtivos os campos de masseira da zona litoral de Esposende.
Por: Manuel João Barbosa
Tornar as terras em chãos fecundos, abundantes de hortícolas, era o propósito dos agricultores agrários de Apúlia quando, mar adentro, enfrentavam o ímpeto das ondas, para retirar das águas revoltosas o precioso moliço – o sargaço – que depois sabiamente transformavam em fertilizante das suas leiras, tornando-as férteis e produtivas. Pelo tempo fora, a secular actividade agro-marítima foi prevalecendo, sucedendo-se em continuadas gerações. O ritual tornou-se prática inveterada, arreigada no espírito dos apulienses. E o expressivo folclore, nascido nas areias da praia, é um retrato bailado da luta do sargaceiro com o mar, quando arremessava o galhapão para chegar ao desejado moliço. E as cantigas, também elas, aludindo sempre ao mar: “Eu no mar e tu no mar / Andamos os dois perdidos / Eu no mar dos teus encantos / Tu no mar dos meus sentidos”.
(Desenvolvimento na edição impressa)
Festival Internacional de Folclore dos Açores
Multidões nas comemorações das Bodas de Prata
O Festival Internacional de Folclore dos Açores encheu uma vez mais de festa a cidade de Angra do Heroísmo. Durante oito dias a capital da Ilha Terceira engalanou-se para receber a grande festa do folclore do mundo e também de Portugal Continental e Insular. Milhares de pessoas, verdadeiras multidões, assistiram às diversas realizações do Festival, que decorreram com especial ênfase nos dias 14 e 15 de Agosto, com a realização do monumental desfile etnográfico na Rua de Sé “Desfilando e Bailando” e o grandioso espectáculo final na Praça de Touros de Angra. A organização é do COFIT – Comité Organizador de Festivais Internacionais da Ilha Terceira o Festival assinalou este ano as suas Bodas de Prata.
Por: Manuel João Barbosa
Nove formações estrangeiras – Filipinas, Noruega, Paraguai, Roménia, Turquia, Eslováquia, Espanha, França e Grécia – e Portugal (continente e Açores) constituíram este ano o conjunto de representações participantes no Festival Internacional de Folclore dos Açores, da responsabilidade do COFIT – Comité Organizador de Festivais Internacionais da Ilha Terceira, que decorreu entre 9 e 15 de Agosto na Ilha Terceira.
(Desenvolvimento na edição impressa)
‘Danças do Mundo’ - Festival Internacional das Terras da Feira na senda dos sucessos anteriores
O Festival Internacional de Folclore das Terras da Feira ‘Danças do Mundo’, da responsabilidade da Associação Casa da Gaia, de Argoncilhe (Santa Maria da Feira) e do seu Grupo Folclórico das Terras da Feira, concluiu mais uma edição, pautada por uma já rotineira boa organização e com a participação de notáveis formações estrangeiras e seleccionadas representações nacionais. O Festival, que vai na sua 31.ª edição e se assume hoje como um dos mais emblemáticos festivais do País sob a égide do CIOFF, alargou-se a várias freguesias do concelho de Santa Maria da Feira e a outras localidades do País. O balanço final pautou-se por uma alta pontuação.
Por: Manuel João Barbosa
O Festival Internacional de Folclore das Terras da Feira ‘Danças do Mundo’ somou mais um êxito. De organização e de realização. Com efeito, o resultado final de um vasto programa cumprido integralmente e com o rigor do calendário, ter-se-á pautado pelo sucesso, com plena satisfação dos participantes e redobrado agrado da organização.
O encontro de culturas do mundo trouxe uma vez mais a Argoncilhe prestigiadas representações de outros países, que espalharam de forma alegre e num clima de salutar convivência, tons e sons do seu folclore, dos trajes inspirados nos costumes tradicionais, às danças, igualmente assentes bailes com origem popular. Contudo, preparados para
(Desenvolvimento na edição impressa)
Mostra Internacional de Folclore de Montemor-o-Novo já está entre os melhores Festivais
A organização da Mostra Internacional de Folclore de Montemor-o-Novo faz cinco anos, mas já dá passos adultos. A experiência então levada a cabo terá sido de forma compreensiva algo envergonhada. Ano a ano cresceu e desenvolveu a sua própria estrutura. Esta V edição foi a prova da capacidade dos responsáveis e colaboradores do grupo organizador: o Rancho Folclórico Fazendeiros de Montemor-o-Novo. A integração no CIOFF (Comité Internacional de Organizações de Festivais de Folclore) está no horizonte. Como estará certamente a sua inclusão no rol dos melhores Festivais do País.
Por: Manuel João Barbosa
A Mostra Internacional de Folclore de Montemor-o-Novo acaba de concluir com sucesso a sua V edição. Serão cinco anos de uma experiência que procura alicerces sólidos para se impor entre as melhores organizações de folclore do País. As bases estão criadas para que o novel evento alto-alentejano venha a ser mais uma importante organização de espectáculos de folclore e a integrar a lista dos Festivais mais emblemáticos. A certificação internacional pode acontecer muito em breve.
(Desenvolvimento na edição impressa)
NOTÍCIAS
- Penacova viveu com entusiasmo mais uma edição do Festitradições
- Ponta Delgada: Relva vibrou com a ‘Mostra Folclórica do Atlântico’
- Festa Folclore Semente 2009 em Anta, Espinho
- Grupo de S. Salvador de Macieira da Maia realizou Festival
- Festival Internacional de Folclore do Etnográfico de Albergaria-a-Velha foi a festa esperada
- Rancho do Bairro de Santarém é como ‘Personalidade do Ano’
- O Bailinho da Madeira no Festival do Reguengo da Parada
- Festival do Rancho de Alcanhões com tons e sons insulares
- Etnográfico Danças e Cantares do Minho regressou de uma memorável participação em França
- Grupo Lavradeiras da Meadela actuou com grande sucesso na Argélia
- Santarém em festa de 2 a 8 de Setembro com o 50º Festival Internacional “Celestino Graça”
- Rancho da Malveira comemorou o seu 20.º aniversário
- Grupo da Camacha actuou em França
- Rancho Folclórico da Fajarda em Espanha
- Rancho “Fazendeiros de Lagameças” recebeu Medalha Municipal de Mérito
- O Rancho Folclórico da Malhada Velha festejou aniversário
- Escola de concertina no Mindelo abre a 4 de Setembro
- Encontro de Tocadores de Concertina e Cantadores ao Desafio em Tendais
OPINIÃO
SECÇÕES
INOVAÇÃO TRADIÇÃO
-Melhoria, pelo Eng.º Manuel Farias
* PORQUE NÃO TE CALAS?
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EDITORIAL
Pilhas de nervos
Os Festivais Internacionais de Folclore que se calendarizaram este ano sofreram “cortes” no conjunto das presenças estrangeiras contratadas. Algumas organizações, em sete formações agenciadas faltaram três. E na generalidade não compareceram ao compromisso um ou dois grupos em cada realização. Dificuldades económicas, para uns; obstáculos com a obtenção de vistos de passagem em alguns países para outros. E até a enfermidade que querem tornar na doença da moda – a gripe A – foi motivo de desculpa para algumas ausências. Os responsáveis das organizações contratantes entraram em transe, com os nervos em completa efervescência. Quase todos os grupos tinham já referência nos programas e cartazes, e só escassos dias antes informaram a organização do Festival da sua ausência, um detalhe que acalorou mais ainda nervos daqueles que querem honrar os compromissos que assumiram com as fontes de financiamento, com o seu próprio público e com a sua própria organização. O trato com empréstimos de grupos entre organizações de Festivais Internacionais entrou em marcha acelerada. Nem sempre a possibilidade de cedência pôde acontecer.
Mas nem por isso os Festivais que viram amputados os seus programas por algumas faltas estrangeiras, deixaram de se concluir com o brilhantismo desejado. No minuto final veio o reconforto e um enorme alívio: as formações faltosas afinal não fizeram grandes brechas. Tão pouco se deu pela sua falta…
Com crise ou sem ela, o seu aproveitamento a tudo leva. Sabemos quantas vezes ela é evocada para livrar a certos compromissos. Fica por saber, entre as organizações de Festivais Internacionais de Folclore, qual o peso que a dita crise teve entre as formações estrangeiras como desculpa para a sua falta aos compromissos assumidos, e expressamente confirmados por escrito.
O Director
NOTA EDITORIAL
Folclore na dinamização da região transfronteiriça
Numa louvada cooperação cultural, Portugal e Espanha activaram um projecto para dinamização da região transfronteiriça, e cuja linha condutora assenta, principalmente, na preservação da cultura tradicional, no caso de Portugal a cultura mirandesa, em particular relativamente aos aspectos relacionados com os instrumentos musicais tradicionais, com a música, a dança tradicional e o artesanato. Do lado português está a Direcção Regional de Cultura do Norte e da parte de Espanha a Conselleria de Cultura e Turismo da Junta de Castela e Leão, organismos oficiais de ambos os países. Trata-se de manter um percurso de cooperação cultural entre as duas instituições, que teve início em 2004, através de uma candidatura a um programa comunitário que integra projectos dos territórios Ibéricos. Para os anos de 2009 e 2010 está aprovado um projecto denominado Linha Mestra Norte, que se insere num programa de cooperação transfronteiriça entre os dois países. Integrado no evento realizou-se no dia 2 de Agosto, em Mogadouro, uma mostra de dança tradicional, com a participação de grupos portugueses e castelhanos.
Deixamos naturalmente um aplauso à cooperação ibérica, que elegeu a cultura popular tradicional como elo de ligação institucional e de dinamização das regiões transfronteiriças dos dois países. Mas alguma apreensão nos invade: será que terá sido tomado em conta a qualidade dos agrupamentos intervenientes, relativamente às representações portuguesas já anunciadas? Convenhamos que não. E as razões para este nosso receio explicam-se pelo mau retrato da cultura tradicional popular que é oferecido por uma formação da margem sul do Tejo que, não se compreende bem porquê, está entre os promotores culturais mirandeses a integrar o I Festival Transfronteiriço de Folclore que vai integrar o dito programa de dinamização transfronteiriça.
Convenhamos que o grupo em causa poderia aprazar-nos com um trabalho de qualidade, dignificante da cultura tradicional da região sadina. E a “mistura” não causaria estranheza. Mas o retrato é, mau grado, muito desfocado…
Manuel João Barbosa, director
DESTAQUES
Actividade folclórica sai seriamente prejudicada
CEDÊNCIA GRATUITA DOS AUTOCARROS DAS AUTARQUIAS PODE TER OS DIAS CONTADOS
Por Manuel João Barbosa
A principal ajuda das câmaras municipais e juntas de Freguesia, que se traduz na cedência gratuita dos autocarros das autarquias pode ter chegado ao fim se as reivindicações da Associação Rodoviária de Transportadores Pesados de Passageiros vierem a ser aceites. Com efeito, a associação alega uma “concorrência desleal” por parte das autarquias com as empresas de aluguer de transportes de passageiros. A cedência de transportes gratuitos ou a baixo custo às associações desportivas e culturais é entendida como um apoio “ilegal”. A associação acusa mesmo as autarquias de “autopromoção eleitoral” e fala “em prática generalizada e nociva para a economia”, muito em especial das empresas de aluguer de transportes e ainda para o “sector de venda de autocarros”.
(Desenvolvimento na edição impressa)
- Grupo dos Sargaceiros da Casa do Povo de Apúlia - Bodas de Diamante
- Grupo Infantil dos Sargaceiros da Casa do Povo de Apúlia -Bodas de Prata
O Grupo dos Sargaceiros da Casa do Povo de Apúlia e o Grupo Infantil dos Sargaceiros da Casa do Povo de Apúlia programaram para oito dias as comemorações das suas Bodas de Diamante e Bodas de Prata, respectivamente. Setenta e cinco anos de um grupo e vinte e cinco anos de outro, traduzidos em prestigiadas actividades, onde sobressai a evocação de uma das mais inveteradas tradições populares do povo agricultor de Apúlia: a apanha do sargaço, o moliço que tornou férteis e produtivos os campos de masseira da zona litoral de Esposende.
Por: Manuel João Barbosa
Tornar as terras em chãos fecundos, abundantes de hortícolas, era o propósito dos agricultores agrários de Apúlia quando, mar adentro, enfrentavam o ímpeto das ondas, para retirar das águas revoltosas o precioso moliço – o sargaço – que depois sabiamente transformavam em fertilizante das suas leiras, tornando-as férteis e produtivas. Pelo tempo fora, a secular actividade agro-marítima foi prevalecendo, sucedendo-se em continuadas gerações. O ritual tornou-se prática inveterada, arreigada no espírito dos apulienses. E o expressivo folclore, nascido nas areias da praia, é um retrato bailado da luta do sargaceiro com o mar, quando arremessava o galhapão para chegar ao desejado moliço. E as cantigas, também elas, aludindo sempre ao mar: “Eu no mar e tu no mar / Andamos os dois perdidos / Eu no mar dos teus encantos / Tu no mar dos meus sentidos”.
(Desenvolvimento na edição impressa)
Festival Internacional de Folclore dos Açores
Multidões nas comemorações das Bodas de Prata
O Festival Internacional de Folclore dos Açores encheu uma vez mais de festa a cidade de Angra do Heroísmo. Durante oito dias a capital da Ilha Terceira engalanou-se para receber a grande festa do folclore do mundo e também de Portugal Continental e Insular. Milhares de pessoas, verdadeiras multidões, assistiram às diversas realizações do Festival, que decorreram com especial ênfase nos dias 14 e 15 de Agosto, com a realização do monumental desfile etnográfico na Rua de Sé “Desfilando e Bailando” e o grandioso espectáculo final na Praça de Touros de Angra. A organização é do COFIT – Comité Organizador de Festivais Internacionais da Ilha Terceira o Festival assinalou este ano as suas Bodas de Prata.
Por: Manuel João Barbosa
Nove formações estrangeiras – Filipinas, Noruega, Paraguai, Roménia, Turquia, Eslováquia, Espanha, França e Grécia – e Portugal (continente e Açores) constituíram este ano o conjunto de representações participantes no Festival Internacional de Folclore dos Açores, da responsabilidade do COFIT – Comité Organizador de Festivais Internacionais da Ilha Terceira, que decorreu entre 9 e 15 de Agosto na Ilha Terceira.
(Desenvolvimento na edição impressa)
‘Danças do Mundo’ - Festival Internacional das Terras da Feira na senda dos sucessos anteriores
O Festival Internacional de Folclore das Terras da Feira ‘Danças do Mundo’, da responsabilidade da Associação Casa da Gaia, de Argoncilhe (Santa Maria da Feira) e do seu Grupo Folclórico das Terras da Feira, concluiu mais uma edição, pautada por uma já rotineira boa organização e com a participação de notáveis formações estrangeiras e seleccionadas representações nacionais. O Festival, que vai na sua 31.ª edição e se assume hoje como um dos mais emblemáticos festivais do País sob a égide do CIOFF, alargou-se a várias freguesias do concelho de Santa Maria da Feira e a outras localidades do País. O balanço final pautou-se por uma alta pontuação.
Por: Manuel João Barbosa
O Festival Internacional de Folclore das Terras da Feira ‘Danças do Mundo’ somou mais um êxito. De organização e de realização. Com efeito, o resultado final de um vasto programa cumprido integralmente e com o rigor do calendário, ter-se-á pautado pelo sucesso, com plena satisfação dos participantes e redobrado agrado da organização.
O encontro de culturas do mundo trouxe uma vez mais a Argoncilhe prestigiadas representações de outros países, que espalharam de forma alegre e num clima de salutar convivência, tons e sons do seu folclore, dos trajes inspirados nos costumes tradicionais, às danças, igualmente assentes bailes com origem popular. Contudo, preparados para
(Desenvolvimento na edição impressa)
Mostra Internacional de Folclore de Montemor-o-Novo já está entre os melhores Festivais
A organização da Mostra Internacional de Folclore de Montemor-o-Novo faz cinco anos, mas já dá passos adultos. A experiência então levada a cabo terá sido de forma compreensiva algo envergonhada. Ano a ano cresceu e desenvolveu a sua própria estrutura. Esta V edição foi a prova da capacidade dos responsáveis e colaboradores do grupo organizador: o Rancho Folclórico Fazendeiros de Montemor-o-Novo. A integração no CIOFF (Comité Internacional de Organizações de Festivais de Folclore) está no horizonte. Como estará certamente a sua inclusão no rol dos melhores Festivais do País.
Por: Manuel João Barbosa
A Mostra Internacional de Folclore de Montemor-o-Novo acaba de concluir com sucesso a sua V edição. Serão cinco anos de uma experiência que procura alicerces sólidos para se impor entre as melhores organizações de folclore do País. As bases estão criadas para que o novel evento alto-alentejano venha a ser mais uma importante organização de espectáculos de folclore e a integrar a lista dos Festivais mais emblemáticos. A certificação internacional pode acontecer muito em breve.
(Desenvolvimento na edição impressa)
NOTÍCIAS
- Penacova viveu com entusiasmo mais uma edição do Festitradições
- Ponta Delgada: Relva vibrou com a ‘Mostra Folclórica do Atlântico’
- Festa Folclore Semente 2009 em Anta, Espinho
- Grupo de S. Salvador de Macieira da Maia realizou Festival
- Festival Internacional de Folclore do Etnográfico de Albergaria-a-Velha foi a festa esperada
- Rancho do Bairro de Santarém é como ‘Personalidade do Ano’
- O Bailinho da Madeira no Festival do Reguengo da Parada
- Festival do Rancho de Alcanhões com tons e sons insulares
- Etnográfico Danças e Cantares do Minho regressou de uma memorável participação em França
- Grupo Lavradeiras da Meadela actuou com grande sucesso na Argélia
- Santarém em festa de 2 a 8 de Setembro com o 50º Festival Internacional “Celestino Graça”
- Rancho da Malveira comemorou o seu 20.º aniversário
- Grupo da Camacha actuou em França
- Rancho Folclórico da Fajarda em Espanha
- Rancho “Fazendeiros de Lagameças” recebeu Medalha Municipal de Mérito
- O Rancho Folclórico da Malhada Velha festejou aniversário
- Escola de concertina no Mindelo abre a 4 de Setembro
- Encontro de Tocadores de Concertina e Cantadores ao Desafio em Tendais
OPINIÃO
SECÇÕES
INOVAÇÃO TRADIÇÃO
-Melhoria, pelo Eng.º Manuel Farias
* PORQUE NÃO TE CALAS?
* FOI NOTÍCIA… HÁ 13 ANOS
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Realizações no mês de Setembro
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quarta-feira, 5 de agosto de 2009
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