sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Edição N.º 164 - OUTUBRO

JORNAL FOLCLORE
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N.º 164 (OUTUBRO 2009)

EDITORIAL

Desfiles políticos
Foi vê-los, passeando-se de Festival em Festival, espalhando uma artificial simpatia. Amáveis e sorridentes, pavonearam-se numa desabitual postura, quantas vezes a roçar o patético. Comitiva atrás de comitiva, de todas as cores e feitios, os futuros políticos invadiram os recintos de massas, num aproveitamento descarado e oportunista dos eventos públicos. Atiraram-se incomuns apertos de mãos, bateram-se doces palmadinhas nas costas e deram-se mesmo alguns beijinhos, esquecida que foi até a tenebrosa gripe A. Uma descarada, quanto ridícula, compra de votos.
Em redor do líder, alardeavam -se um ninho de candidatos a um lugarzinho na autarquia, garantia de uma aconchegada reforma a troco de uns escassos anitos de lealdade autárquica. Vale por isso fazer algum esforço na campanha, mesmo que a alguns aconteça terem de comer uvas com grainha e fruta com casca…
Espalharam-se promessas. Encheram-se as bocas de cultura, com natural enfoque para a cultura popular. Os grupos de folclore são, enfim, entidades de bem e olhados com empenhada frontalidade. Merecem, sim senhor, mais apoios, umas condignas instalações e até poderá calhar-lhes por sorte um autocarro! Tudo de bom pode acontecer. Depois, se tanto não for assim, lavam-se as mãos e assacam-se responsabilidades a terceiros.
Naturalmente que é preciso esclarecer e informar o cidadão sobre os programas que cada formação política propõe para uma eventual governação, seja regional ou nacional. Mas livrem-nos de tamanhas doses de demagogia. Porque, em política, o que hoje é verdade, amanhã já não o será. Que é como quem diz, as promessas e os compromissos esfumam-se de forma tão célere que se esquecem em apenas algumas horas.
Manuel João Barbosa, director

NOTA EDITORIAL

Multidões vêem Folclore
Os mais cépticos do movimento folclórico mantêm um acentuado pessimismo relativamente à falta de público nos Festivais de Folclore. Talvez alguma trivialidade do espectáculo que se oferece contribua para esse desprendimento. Convenhamos que, cada ano, o figurino é invariavelmente igual. Torna-se por isso enfadonho, fastidioso, monótono. O modelo estará gasto, alegam muitos. Falamos naturalmente dos comuns Festivais, que teimosamente se vão concluindo cada ano com poucos recursos – económicos e humanos – sem possibilidades de se alargarem a outros horizontes.
Mas se a esmagadora maioria dos espectáculos de folclore peca por uma envergonhada presença de espectadores, alegra-nos saber – e presenciar – de um considerável número de realizações que enchem amplos recintos, enormes praças, anfiteatros e grandes salas de espectáculos. E os números não enganam. Somam alguns milhares o número de espectadores presentes nessas realizações. Deixamos apenas alguns exemplos que abonam em favor da nossa afirmação: o FolkCantanhede chama em cada edição à Praça Marquês de Marialva entre três a quatro mil pessoas; o Festival Internacional dos Açores (Terceira), reúne na Rua da Fé mais de quatro mil pessoas para ver o desfile etnográfico, e no dia seguinte lota a capacidade da Praça de Touros de Angra do Heroísmo, recebendo entre cinco a seis mil pessoas; o FolkFaro é visto em cada sessão diária (ao longo de uma semana) por mais de mil e quinhentos espectadores e na Gala de encerramento junta na Praça Passeio da Doca mais de três mil pessoas. Uma experiência nova, levada a cabo este ano em Águeda, juntou frente a um palco erguido sob as águas do rio, mais de três mil pessoas para ver o Festival da responsabilidade do Grupo da Região do Vouga (Mourisca do Vouga). Um caso único na região. Mas também a novel organização da Mostra Internacional de Folclore de Montemor-o-Novo se assume já catalisadora de grandes massas, levando ao amplo Largo das Palmeiras milhares de espectadores. Na Pérola do Atlântico é bonito ver, cada dia do programa da Semana Europeia de Folclore, o auditório do Jardim Municipal repleto de pessoas. Ainda na Ilha Insular, o Grupo de Folclore da Ponta do Sol recebe sistematicamente no seu Festival mais de três mil observadores. Outros exemplos, em menor escala, poderiam alongar a lista.
Temos assim que – afinal – ainda há multidões a ver e a apreciar o folclore. O produto terá é de oferecer qualidade.
Manuel João Barbosa, director

DESTAQUES

- O jornal Diário de Notícias abordou com ênfase a actualidade do movimento folclórico
Num excelente trabalho do jornalista António Pedro Pereira, e fotografias de Arlindo Camacho, o Diário de Notícias (DN) publicou na sua edição de 5 de Setembro um desenvolvido trabalho sobre o movimento folclórico na actualidade. Apresentado em 4 páginas de textos e foto, o trabalho apresenta-se bem delineado, dando uma imagem acertada da realidade da representação folclórica a nível nacional, dando particular destaque a um estigma que apoquenta o próprio folclore: a falta do rigor na representação por grande parte de um elevado número de ranchos/grupos, auto-denominados grupos de folclore.
(Desenvolvimento na edição impressa)

- SANTARÉM: Bodas de Ouro do Festival Internacional de Folclore ‘Celestino Graça’

Manuel João Barbosa
O Festival Internacional de Folclore ‘Celestino Graça’, cartaz cinquentenário da cidade de Santarém, decorreu com o brilho habitual entre 2 e 8 de Setembro, com quatro formações estrangeiras e outros tantos grupos nacionais. O Festival comemorou as Bodas de Ouro. Cinquenta edições que se quiseram, sequencialmente, uma melhor que a outra. Involuntárias contrariedades e “algumas dificuldades e insucessos”, como reconhece a comissão executiva, não o terão permitido. Mas será “tempo de celebração”, entende ainda a organização. E certo é que o Festival afirmou-se e continua entre os melhores que se realizam no País.
A capital do Ribatejo viveu durante uma semana a euforia de mais uma edição do Festival Internacional de Folclore ‘Celestino Graça’. Verdadeiras companhias de folclore de quatro países estrangeiros e um bom naipe de grupos de folclore de Portugal entusiasmaram numerosas plateias nas edições principais, desde a sessão de ante-estreia até à gala de encerramento. Mas também a sessão solene comemorativa das Bodas de Ouro fez lotar a sala do Teatro Sá da Bandeira.
(Desenvolvimento na edição impressa)

- Funchal: SEMANA EUROPEIA DE FOLCLORE - a festa do folclore entusiasmou no aprazível Jardim Municipal

Manuel João Barbosa
O auditório do Jardim Municipal do Funchal foi pequeno para receber tão elevado número de espectadores que entre 1 e 5 de Setembro encheram completamente o anfiteatro para ver as danças tradicionais levadas pelos grupos participantes na VI Semana Europeia de Folclore, uma organização do Grupo de Folclore e Etnografia da Boa Nova (Funchal). Os vários espectáculos variaram entre o folclore internacional, da Madeira e do continente.
O Jardim Municipal do Funchal foi uma vez mais palco de uma admirável festa de tradições, levadas por várias formações nacionais e estrangeiras, participantes activas na Semana Europeia de Folclore, uma iniciativa com realização desde há seis anos do Grupo de Folclore e Etnografia da Boa Nova. Diariamente o auditório do aprazível espaço municipal apinhou-se de espectadores – estrangeiros em grande quantidade – o que revela o enorme interesse pelas manifestações folclóricas. O espectáculo de folclore torna-se apelativo quando as organizações e realizações são bem estruturadas, bem como as formações intervenientes oferecem qualidade representativa.
(Desenvolvimento na edição impressa)

- Festival Internacional de Folclore Cidade de Faro. Encadeiam-se culturas na rota das tradições dos povos

Textos e fotos: Manuel João Barbosa
O FolkFaro – Festival Internacional de Folclore Cidade de Faro, concluiu com confirmado êxito a sua sétima edição. O maior evento folclórico a Sul do Tejo espalhou durante nove dias por grande parte da região algarvia o ritmo e as cores tradicionais de diferentes culturas do mundo e também de diversificadas regiões de Portugal. Seis formações estrangeiras e outras tantas nacionais foram os protagonistas da grande festa, que começou a 15 de Agosto e terminou a 23. A organização foi do Grupo Folclórico de Faro.
Naturalmente diversificadas entre si, as representações internacionais, como os grupos nacionais convidados, levaram ao palco do FolkFaro a singularidade das suas tradições, o exotismo de variados trajes e o feitiço da sua música. De além-fronteiras, explodem inspiradas marcações coreográficas, apontadas como de inspiração folclórica. Do rectângulo nacional e da parcela insular da Madeira, eclodiram cadenciadas danças e ecoou a harmonia da música tradicional das regiões representadas. O folclore de lá e de cá, pontificou e animou de forma muito entusiástica todas as plateias que ao longo de nove dias assistiram às várias sessões do Festival. “A alegria e os ritmos contagiantes da América do Sul envolveram-se com o perfeccionismo artístico típico do Leste Europeu. A este cadinho de culturas se juntaram as tradições lusas do continente e da Madeira”, descreve assim a organização a magia do folclore de Portugal e do mundo mostrado no FolkFaro.
(Desenvolvimento na edição impressa)

- Festival de Folclore da Ponta do Sol. Dançar num mar de flores
Dançar num mar de flores

Manuel João Barbosa
O mediático Festival de Folclore da Ponta do Sol, Madeira, decorreu no dia 29 de Agosto sobre um tapete colorido de exóticas flores, que oferecia um postal sugestivo da riqueza da flora madeirense. Tão distintos quanto admiráveis arranjos florais inundaram o palco e o cenário, oferecendo uma miscelânea de cor e vida ao magnífico espectáculo de folclore e de tradições de Portugal insular e continental, como de variadas partes do mundo. A organização foi do Grupo de Folclore da Ponta do Sol, com o incondicional apoio da Câmara Municipal local, e teve, como habitualmente o registo integral pela RTP Madeira.

O Festival de Folclore da Ponta do Sol, organizado pelo Grupo de Folclore local, concluiu no dia 29 de Agosto a sua XIX edição como mostra de folclore nacional e XII enquanto evento de cariz internacional. Grupos de folclore do continente e das Ilhas (Açores e da Madeira), como formações da Espanha e da Suécia, completaram a edição deste ano, oferecendo uma amostra diversificada do folclore e da etnografia de cada região e de cada país representados.
(Desenvolvimento na edição impressa)


NOTÍCIAS

- Federação reúne conselheiros técnicos em encontro nacional
- A I Feira Rural em Joane foi um sucesso
- Festival Rio Tejo, do Rancho da Ribeira de Santarém, averbou mais um êxito
- Rancho da Ribeira de Celavisa ofereceu tarde de folclore em Lisboa
- Festival em Mira de Aire com muitos aplausos
- Festival do Rancho do Vale de Santarém contou com grupos representativos
- Rancho de Vila Nova da Erra reaparece no seu primeiro Festival
- Ainda sobre as Bodas de Diamante do Grupo dos Sargaceiros da Casa do Povo de Apúlia
- Rancho Luz dos Candeeiros (Porto de Mós) obteve assinalável êxito em França
- Rancho de Montargil esteve em França e conquistou os Pirinéus
- FESTIMAIORCA: Encontro de povos, culturas e tradições do Mundo
- Cancioneiro de Cantanhede aplaudido na Hungria
- Festival Internacional de Folclore de Arouca
- Águeda: três mil assistiram ao ‘Milagre da Urgueira’
- Serão de Tradições em Santana do Mato
- Rancho de Cabeça Veada realizou III Festival ‘Telhados de Água’
- BRASIL: Projecto Folclore-interdisciplinar do 6.º ao 9.º ano
- Festival de Folclore de Almedina com elevada qualidade
- Porto de Mós: Festival em Mira de Aire colheu muitos aplausos
- Viana do Castelo: Festival de Folclore Internacional do Alto Minho
- Rancho de Benfica do Ribatejo já tem plano de actividades para 2010
- Museu em São Bartolomeu de Messines guarda trajes e tradições
- Rancho da Santa Casa da Misericórdia de Soure fez descamisada
- Lisboa: romaria minhota da Casa do Minho nos jardins de Belém
- Padre Ricardo Mónica regressa ao palco do Cine-Teatro de Almeirim

OPINIÃO

Passeio das mordomas homenageia “chieira” da mulher de Viana

SECÇÕES

* ESFINGE, pelo Dr. Aurélio Lopes
* INOVAÇÃO/TRADIÇÃO, pelo eng.º Manuel Farias
* PORQUE NÃO TE CALAS?
* FOI NOTÍCIA… HÁ 13 ANOS

FESTIVAIS

Festivais com realização no mês de Outubro

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