sexta-feira, 2 de abril de 2010

CAPA DA EDIÇÃO DE ABRIL

RESUMO DA EDIÇÃO DE ABRIL

JORNAL FOLCLORE
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TÍTULOS DA EDIÇÃO N.º 170
(ABRIL 2010)


EDITORIAL

O menino folclorista e a rebeldia escolar
Leandro Pires, o menino de 12 anos que decidiu pôr termo à vida por, supostamente, não suportar uma inqualificável violência dos seus companheiros da escola que frequentava (EB 2,3 Luciano Cordeiro, em Mirandela), tem sido emblema da rebeldia que vagueia entre a comunidade escolar. O caso não teria merecido reflexão da parte deste órgão de comunicação social, não fora o facto da criança de Cedainho (Mirandela) ter sido um dedicado folclorista, apesar da sua tenra idade, enquanto componente interessado do único rancho que está em actividade na sua terra (notícia na página ??).
O caso Leandro é o “rosto” da indisciplina escolar que graça nos estabelecimentos de ensino no nosso País. A violência entre alunos dentro das Escolas exige uma mudança rápida das omissões que invadem um quadro legislativo deficiente, imperfeito e falho de normas educativas e formativas.
A escola deve ser um pólo de formação do homem de amanhã. E aos formadores – os professores – deve ser permitido, naturalmente de forma regrada, exercer funções educativas como de formação. Sem intercessão de rebeldia.
Que o caso Leandro sirva para alterar regras e mentalidades. Dentro dos estabelecimentos de ensino e na sociedade em geral.
O director
NOTA EDITORIAL

A formação superior
Demos conta na edição de Fevereiro da criação dum curso de formação superior na aérea do Património Cultural Popular – Etnografia e Folclore. A ocupação de algum tempo livre – as aulas têm horário pós-laboral – tem a garantia da certificação oficial da respectiva frequência, autenticada por uma credibilizada instituição de Ensino – o Instituo Politécnico de Tomar. Outro sim, o saber de um seleccionado grupo de formadores, igualmente garantirá proveitosos resultados na achega de conhecimentos sobre uma matéria de capital importância, que só tem merecido desconsideração porque a ela se associa o tão “desprezível” termo “folclore”.
Num país onde o sistema ensino, segundo um estudo recente, se rege por regras arcaicas em relação à esmagadora maioria dos países europeus, louve-se quem ousou desafiar esse mesmo sistema e propôs a prática de um ensaio sobre cultura popular no currículo escolar. E logo de formação superior!
O movimento folclórico, protagonizado pelos grupos de cariz tradicional, há muito que está carente de quadros com formação adequada que possam instruir sobre a representação. Supostas vozes sabedoras espalharam durante décadas a sua teoria. O tempo silenciou-as. Hoje espalham-se pelo País pretensas sabedorias, que se dizem entendidas na matéria, quer no que respeita à etnografia como ao folclore. Mau grado, não foram atempadamente instruídas sobre os preceitos da retratação tradicional, que permitisse uma adequada formação dos promotores folclóricos – os grupos e ranchos. Em muitos casos, nem uma longa carreira de dirigismo é o garante de boas práticas. É pobre o quadro nacional de mestres pedagogos sobre cultura tradicional.
O curso pioneiro em formação sobre o Património Popular que se anuncia para a vila ribatejana da Golegã, sob a égide do Instituo Politécnico de Tomar, dá início a um ciclo novo na área da formação. Mas o projecto corre o risco de abortar por falta de formandos.
Que os empenhados dirigentes folclóricos – como outros atraídos pela temática da cultura popular – saibam usufruir de tão relevante oportunidade de formação. O folclore nacional agradece.
O director
DESTAQUES

- OS SUBSÍDIOS DA POLÍTICA
Apoios autárquicos entre palmas e assobios

Manuel João Barbosa
Quanto recebem os grupos folclóricos de apoio à actividade pelas suas Câmaras Municipais? Qual é a política de atribuição dos subsídios autárquicos? Foi o que quisemos saber junto de vários grupos de folclore de diversificadas regiões do País com o propósito de avaliarmos os critérios de apoio financeiro e logístico ao movimento folclórico. Prognosticando uma realidade cheia de pontos sombrios, quisemos saber onde eles mais escureciam. O mapa que então pudemos traçar, dá-nos uma resposta convincente do que se passa pelo País: são em maior número as autarquias que estão abaixo da linha de água, navegando em área vermelha, isto é, não apoiam quanto deviam a actividade associativa. Cada vez mais os cordões da bolsa estão a fechar-se ao movimento folclórico em particular, com primazias e benefícios de outros sectores.

Os critérios que traçam o propósito de amparar economicamente a actividade do movimento associativo pelas autarquias são aleatórios, ou seja, não afinam pelo mesmo diapasão. Os planos de apoio são elaborados segundo a vontade dos autarcas, sem base numa qualquer norma regulamentar análoga, que deveria haver mas não há. Logo, os dinheiros a distribuir pelas associações tem orçamentação intencional, dependendo do gosto do autarca relativamente ao desporto, à cultura ou à formação. Não serão raras as transferências de chorudas verbas para colectividades desportivas de pouca expressão. Pesa o simples facto da tendência desportiva dos autarcas.
(Desenvolvimento na edição impressa)

- Abrantes: Rancho de Casais Revelhos passa a membro efectivo da FFP no dia que comemorou as Bodas de Prata
- Santa Maria da Feira: Grupo do Orfeão da Feira fez reviver as ‘cantaradas’ de trabalho num serão ao alpendre
- ACÇÃO PROMOVIDA POR TRÊS RANCHOS DO CONCELHO DE CORUCHE. Relacionar os grupos entre si e ajudar para representação
(Desenvolvimentos na edição impressa)

NOTÍCIAS

- Trapaça que chega de França pode levar ao roubo
- “Vendilhões do tempo”
- Folclore distribuiu flores pelos primeiros turistas chegados ao Funchal depois do temporal
- Entre o Tejo dos avieiros e a charneca dos vinhateiros. Rancho de Benfica do Ribatejo recriou tempos que já lá vão
- Batalha: Cantos de encanto e instrumentos tradicionais deliciaram na Rebolaria
- Tarde de Folclore assinalou o 53.º aniversário do Rancho Ceifeiras e Campinos de Azambuja
- Federação promove Jornadas Técnicas em Paris
- Jornadas Técnicas em Vila Nova de Gaia e Encontro Nacional de Conselheiros
- Feira Rural Portuguesa em Arcozelo decorre entre 30 de Abril e 2 de Maio
- Associação de Folclore da Região dos Templários inaugura sede e homenageia fundadores
- Grupo Folclórico de Faro recebe parcela de terreno para futura sede
- Capital Europeia da Cultura quer o folclore na programação
- Rancho do Bairro de Santarém: plano de actividades com 30 mil euros de orçamento
- Criança desaparecida no Rio Tua era componente do Rancho de São Tiago de Mirandela
- Rancho do Vale de Santarém vai recriar tarefas agrícolas da região
- Rancho Fazendeiros de Montemor-o-Novo assinalou 52 anos com Festival de Folclore
- Rancho do Cartaxo oferece fados em ‘Noite Castiça’

SECÇÕES

Esfinge – A essência e a existência, pelo Dr, Aurélio Lopes

Tradição / Inovação – Um olhar sobre a estratégia, pelo Eng.º Manuel Farias

Cartas ao director – “Velhos”


* PORQUE NÃO TE CALAS?

* FOI NOTÍCIA… HÁ 13 ANOS

FESTIVAIS


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quarta-feira, 3 de março de 2010

CAPA DA EDIÇÃO DE MARÇO

RESUMO DA EDIÇÃO DE MARÇO

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N.º 169 (MARÇO 2010)

ALGUNS TITULOS

EDITORIAL

VERGONHA DA PALAVRA FOLCLORE
Não poderá deixar de causar alguma angústia entre os folcloristas em geral o anúncio da Associação Etnográfica ‘Os Serranos’, trazido a público nesta edição. Com efeito, a prestigiada Associação de Belazaima do Chão, simpática localidade do interior serrano do concelho de Águeda, informa que irá deixar de “fazer referência ao termo ‘folclore’” na denominação do seu núcleo cultural que ao folclore e à etnografia locais tem dado provas de um completo e rigoroso trabalho de representação. Alega-se que o termo folclore “não é entendido como sinónimo de cultura, nem como área de rigor, de veracidade histórica, de conhecimento antropológico e de talento na concepção e na sua apresentação”, justificam os responsáveis. Os Serranos passarão assim a apresentar-se como Grupo de Cultura Nativa do Caramulo Ocidental.
Relembramos aqui as palavras de um outro abalizado dirigente, quando em actos públicos sempre afirma: “Eu já tenho vergonha de pronunciar a palavra folclore quando trato de assuntos do foro administrativo!”, fundamentando a timidez de proferir o termo pela forma depreciativa como o vocábulo é entendido pela sociedade.
Uma e outra situação são comuns a muitas outras. O pudor de utilizar a palavra já está a acercar-se de muitas bocas, porque o ‘folclore’ é tido como coisa deprimente, uma actividade só de simplórios. Naturalmente que, muitos que desta forma entendem o termo “folclore” revelam antes uma confrangedora ignorância. Mas, convenhamos, que são os maus promotores do folclore – os “excêntricos do folclore nacional” – que mostram algo mascarado de tradicional e que acabam por ser um mau retrato do folclore, oferecendo uma imagem degradante que promove a depreciação do próprio folclore.
As regras não estão criadas e cada qual faz o que bem entende, mesmo quando o que é feito seja destoante e estranho dentro da vertente do dito folclore.
Manuel João Barbosa

NOTA EDITORIAL

14 ANOS
Passam catorze anos da saída do primeiro número deste Jornal. Propusemo-nos então a que no dia 1 de cada mês, cada edição estaria à leitura de cada leitor, levando notícias do movimento folclórico nacional, como assim de algumas mensagens de pedagogia sobre a representação tradicional. Pensamos que não houve incumprimento da palavra dada. A nossa proposta tem-se concretizado. De uma e de outra forma. Faz já catorze anos! Uma meta impensável num mundo de lóbis, onde de forma tão evidente e inegável está a comunicação social escrita.
Mas como sobrevive num País de pressões sociais e económicas, um projecto individualista, onde o peso dos grupos financeiros é enorme? Não nos ficará mal apontarmos três vectores que consideramos vitais para o longo percurso que trilhamos desde o já distante ano de 1996: perseverança, firmeza e honestidade. Sem obsessão. E naturalmente também longe de mediatismos.
Alguns abrolhos nos têm magoado os pés nessa caminhada. Já experimentámos também o agre sabor da hipocrisia de gente de íntimo falso, que deambulam dentro movimento folclórico. Este, porventura, o golpe mais cruel, que, contudo, não chegou para trazer algum esmorecimento. Mas é a razão que continuadamente nos empurra na jornada que iniciámos há 169 edições, tantas quantos os meses de existência. Sem interrupções.
Aos fidedignos assinantes e anunciantes, pedras-base da prossecução deste projecto, aqui deixamos uma vez mais o reconhecimento pela dedicada ligação, que em muitos casos vem da primeira hora. Uma lealdade que recompensamos de forma muito modesta com um reconhecido agradecimento.
Manuel João Barbosa


DESTAQUES
- Espaço de memórias da tradição portuguesa e do regionalismo
Museu de Arte Popular tem reabertura anunciada

- Vidas em comum pelo folclore. O namoro, o casamento, a família…
Amor entre danças


NOTÍCIAS
- Grupo das Lavradeiras da Meadela integra uma Arruada Minhota na Expo 2010 em Xangai
- A Associação Etnográfica Os Serranos deixará de fazer referência ao seu Grupo de Folclore. Os Serranos abandonam o uso do termo folclore
- O dito por não dito
- Aldeias do Xisto candidatas às 7 Maravilhas Naturais de Portugal
- Presidente da República visitou as Aldeias do Xisto
- Rancho “As Paliteiras” de Chelo comemorou 31 anos
- Grupo de Concertinas “ Os Alegres de Castanheira de Pera” em Itália
- Águeda: Os Serranos na Casa da Cultura de Famalicão (Guarda)
- Acção conjunta de sensibilização promovida por três ranchos do concelho de Coruche
- Conselho Técnico Regional da FFP para a Zona dos Templários promove ‘Conversas Sobre Folclore’
- O projecto dos avieiros na Feira Internacional de Lisboa
- Apresentado na Golegã o Curso de Especialização e Pós-Graduação em Património Cultural, Etnografia e Folclore
- Grupo de Folclore da Casa de Portugal cantou as Janeiras ao Co-Príncipe de Andorra
- Ponta Delgada: Cantar às Estrelas na Relva
- Vila Nova de Gaia
Rancho de Nossa Senhora do Monte de Pedroso está a comemorar as Bodas de Prata
- Exposição na Casa do Bombo, em Lavacolhos
- O professor de concertina Vasco Simões foi homenageado
- Associação de S. João de Rio Frio aprova relatório de Contas e Plano e Orçamento
- Grupo Etnográfico 7 Castelos festeja aniversário
- Grupo de Bombos das Mercês vai comemorar 20 anos
- Rancho Folclórico de Paçô realizou o seu Festival de Folclore

OPINIÃO
“Folclore” - o jornal cultural do País. Por: Dr. Mário Nunes

Crónica Durio Beiroa - Ainda o Entrudo. Por Jorge Oliveira

SECÇÕES
Esfinge – Levantamentos. Pelo Dr. Aurélio Lopes

Tradição / Inovação - O medo das palavras – Parte 2. Pelo Eng.º Manuel Farias

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domingo, 31 de janeiro de 2010

RESUMO DA EDIÇÃO DE FEVEREIRO

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N.º 168 (FEVEREIRO 2010)



EDITORIAL

Federação: o ‘Ano D’

Numa entrevista publicada na edição de Dezembro do Jornal Folclore, o presidente da Federação do Folclore Português evidenciava o “esforço de melhoria” por parte da Federação relativamente “aos grupos que revelem deficiências de representação”. E assegurou: “Não poderemos continuar a pactuar com resistências a uma melhoria do movimento folclórico que está no seio da Federação”.
São palavras animadoras quando anunciam – finalmente! – um arrumar de casa do organismo federativo com acrescidas responsabilidades no movimento folclórico nacional, que, para além de ter a obrigação de oferecer um universo de grupos membros com incontestável qualidade – o propalado selo de garantia – deve ser também um ícone exemplar do rigor daquilo que deve constituir a representação do folclore. Esse princípio está aliás, estabelecido estatutariamente como regra base da criação da Federação. Por isso, o presidente assegura que “é importante respeitar, sem excepção, as regras estatutárias”. E sem contemplações assevera: “Aqueles que continuarem intransigentes e a não acatar aquilo que está estabelecido nos estatutos, terão de ser de alguma forma penalizados”, reforça o líder da Federação.
Anuncia-se assim uma profunda reestruturação do movimento folclórico federado. O ano de 2010 está apontado com um “novo ciclo da vida da Federação do Folclore Português”. As falhas de representatividade vão ter de ser eliminadas do trabalho dos grupos membros. Espera-se que haja coragem para obrigar a corrigir erros, e se desenvolva uma efectiva reciclagem da representação folclórica federada, isto é, da facção do universo nacional que deve oferecer um inquestionável “selo de garantia” e que, paradoxalmente, não tem oferecido. Os bons exemplos terão de partir de cima, e entre a actividade folclórica nacional caberá naturalmente à Federação do Folclore dar um bom exemplo daquilo que deve constituir um trabalho sério, aplicado e cumpridor do bom desempenho da representação do folclore.
O director

NOTA EDITORIAL

Bailarinos não!
De forma irreflectida o termo “bailarino” é vulgarmente utilizado nos meios folclóricos, ou seja, no seio dos grupos e ranchos de folclore para caracterizar um elemento dançador de um grupo de folclore. Também em situações estranhas ao movimento folclórico, quando há referência ao bailador do rancho ou grupo folclórico. Nada mais errado pois tal epíteto não assaca uma referência popular. Com efeito, um bailarino é aquele que exerce a dança com carácter profissional. No folclore, como sabemos, não há profissionalismo. Ao folclorista do “balho”, o termo correcto que define a sua função dentro do folclore, será “bailador” – ou balhador, se quisermos respeitar alguma linguagem popular – ou “dançador”. Ou seja, aquele que baila ou que dança para se recrear, para prazer próprio. Serão estas as designações mais adequadas para definir quem dança folclore, isto é, quem executa danças nos bailes de “sem-cerimónia”, segundo o vocábulo dos estudiosos.
Sem que a referência constitua pormenor grave, convém distinguir as situações entre o profissional – o bailarino – e quem simplesmente faz da dança um acto de prazer próprio, para se distrair ou divertir.
Como diz o povo, deve chamar-se os bois pelos nomes. E assim, falaremos a linguagem popular, tal como convirá dentro daquilo que é tradicional.
Usar os termos correctos não fica mal àqueles que promovem e defendem a causa do folclore. Se queremos mesmo respeitar a génese das coisas. E tudo começa pelo respeito ao linguarejar do povo, mesmo que os termos gramaticais não sejam os mais correctos.
Não sendo um mal maior, é o acto folclórico que o exige.
A nomenclatura foi recentemente discutida no Congresso de Jovens Folcloristas, que decorreu no final de Novembro do ano transacto, em Guimarães. Um dos jovens congressistas terá afirmado: “Estou convicto que o termo ‘bailarino’ está correcto; se estiver errado cortem-me o pescoço”. Não querendo fazer o papel de “carrasco”, optaremos antes pela pedagogia: bailarino, como atrás se diz, é “aquele que exerce a dança com carácter profissional; é um profissional do bailado”. Nada mais elementar…
O Director


DESTAQUES
- Sob a égide dos Ministérios da Cultura e das Finanças
O PATRIMÓNIO CULTURAL IMATERIAL VAI SER INVENTARIADO

Manuel João Barbosa
Um grupo constituído por personalidades de reconhecido mérito e dotadas de qualificações técnicas e profissionais vai orientar a realização de um levantamento do património cultural imaterial português. A directiva foi tomada pelos Ministérios da Cultura e das Finanças e Administração Pública na sequência da Recomendação da UNESCO para a Salvaguarda da Cultura Tradicional e do Folclore, de 1989. O grupo de trabalho funcionará na dependência do Instituto de Museus e da Conservação, junto do Departamento de Património Imaterial. O despacho produz efeitos imediatos.

O Ministério da Cultura, através do Instituto de Museus e da Conservação, prepara a constituição de um grupo de trabalho que se responsabilizará pelo “levantamento universal e de nível nacional do património cultural imaterial”. Denominado “Grupo de Trabalho para o Património Imaterial”, o grupo será constituído por “personalidades de reconhecido mérito e dotadas de qualificações técnicas e profissionais”, segundo o Despacho a que o nosso Jornal teve acesso.
(Desenvolvimento na edição impressa)

- ÍDOLOS DE ‘UMA CANÇÃO PARA TI’ TÊM A PAIXÃO DO FOLCLORE

Manuel João Barbosa

Cantam e encantam. As suas vozes claras e puras de crianças que não conhecem ainda a adolescência, vibram prodigiosas de alma e de grandeza. Miguel Guerreiro e Beatriz Felizardo, são duas incontestáveis estrelinhas da televisão que surpreenderam e deslumbraram o País com as suas harmoniosas vozes. Cantaram no concurso da TVI ‘Uma Canção para Ti’. Sem escola e longe do apoio da máquina publicitária do mundo das cantorias, contam com o seu incontestado talento. Os holofotes dos grandes espectáculos, as câmaras das televisões e elogiosas referências nas páginas da imprensa escrita são-lhes de há muito familiares. È seu o palco das estrelas.

Miguel Guerreiro e Beatriz Felizardo são duas crianças que acabam de conhecer o estrelato do mundo das cantigas. O facto não teria relevância para notícia no Jornal Folclore, não fora o caso das duas estrelinhas da canção terem em comum a particularidade de também sentirem paixão pelo folclore.
Nascido em Praias do Sado, Setúbal, o Miguel Guerreiro foi o grande vencedor da primeira edição do Talent Show da TVI “Uma Canção para Ti”. Chamam-lhe o “rouxinol do Sado”. Beatriz Felizardo, da Erra, Coruche, foi uma finalista da terceira edição do mesmo concurso.
(Desenvolvimento na edição impressa)

- FOLCLORISTAS PREPARAM FORMAÇÃO SUPERIOR
Curso de Pós-Graduação em Património, Etnografia e Folclore avança no Instituto Superior de Gestão de Tomar

Manuel João Barbosa

As áreas da etnografia e do folclore vão poder integrar o ensino superior dentro de um projecto pioneiro do Centro de Estudos Politécnicos da Golegã (CESPOGA). Folcloristas e estudiosos da cultura popular poderão aceder a uma formação superior, graças ao curso criado pelo Instituto Superior de Gestão de Tomar. O curso terá funcionamento nas instalações do GESPOGA, na Golegã, em horário pré-laboral.

O Centro de Estudos Politécnicos da Golegã (GESPOGA), promoveu no dia 23 de Janeiro, no Instituto Politécnico de Tomar um Seminário com o tema a desenvolver-se à volta dos novos desafios que se põem à área da cultura popular, nomeadamente o Folclore. Como anunciámos na nossa anterior edição, O GESPOGA tem em curso um projecto sobre “Estudos Superiores em Antropologia e Folclore”.
(Desenvolvimento na edição impressa)

NOTÍCIAS

- Rancho “Cerejeiras de Fetais” recebeu diploma de filiação na Federação do Folclore Português
- Rancho Camponeses de Riachos assinalou 52.º aniversário com festa e convívio
- Presidente da República e Primeiro Ministro receberam cantadores das Janeiras
- Rancho da Casa do Povo de Tábua mantém a tradição da Cantata das Janeiras
- Grupo de Danças e Cantares de Serzedo canta as Janeiras
- Encontro de Reisadas em Oliveira Santa Maria
- Os Reis não chegaram este ano a Coimbra
- Águeda: público rendeu-se ao musical ‘Numa Noite de Natal’
- Lisboa: Cantigas aos Reis e ao Menino ecoaram na Igreja da Graça
- Cancioneiro de Cantanhede levou “Cantares de Natal” a Passos de Silgueiros e Póvoa da Lomba
- Rancho da Casa do Povo de Ílhavo recebe sede como prenda de aniversário
- Rancho da Correlhã deu início às comemorações das Bodas de Ouro
- Águeda na BTL com o Eiranças
- Espectáculos de folclore geraram receitas de 567 mil euros em 2008
- Câmara de Santarém apoia Festival de Folclore Celestino Graça
- Festival Internacional de Folclore de Almeirim já em preparação
- Brasil: Traços típicos da cultura popular portuguesa no Carnaval de S. Paulo


OPINIÃO
O Congresso de Guimarães e o amanhã, por: Mário Nunes (Historiador)
Crónica Beirã - Do Natal aos Reis em terras do Alto do Paiva, por Jorge Oliveira Pinto

SECÇÕES
Esfinge – Menoridade intelectual , por: Dr. Aurélio Lopes

Tradição / Inovação - O medo das palavras, por: eng.º Manuel Farias

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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

CAPA DA EDIÇÃO DE JANEIRO

TÍTULOS DA EDIÇÃO DE JANEIRO

JORNAL FOLCLORE
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N.º 167 (JANEIRO 2010)

EDITORIAL

A crendice popular está viva?
Recentemente caiu na nossa caixa de correio electrónico uma mensagem (?) que apelava ao reenvio da dita a 25 outras pessoas, no máximo em 3 horas. E uma nota do texto era deveras ameaçadora: “Isto não é brincadeira! Leste os avisos, as causas e as consequências! Se não mandares esta mensagem, a má sorte vai chegar até ti…”. E ainda profetizava: “Se fizeres isso, vais ter muito boa sorte no amor; a pessoa por quem estás atraído vai corresponder aos teus sentimentos”.
O arrazoado da mensagem aludia a desgraças – vindas sabe-se lá de onde – que caíram sobre algumas pessoas por não terem sido cumpridos certas praxes.
Um dos receptores logo correu a reenviar a assustadora mensagem aos recomendados vinte e cinco amigos. E preocupado, acrescentava: “Não sei se esta merda é assim mesmo, mas com os azares que tenho tido… reenvio”. Um claro receio de que não lhe caísse em cima uma qualquer desgraça, que poderia ser evitada graças à multiplicação da mensagem por nada menos que vinte e cinco endereços.
Estaremos na presença de um caso de velha crendice popular, do folclore espiritual que faziam acreditar nas histórias de almas penadas, de fantasmas, de figuras míticas e assombrações? Parece que sim. O temor pela desgraça que cai sobre as nossas cabeças pelo incumprimento de certos rituais, permanece vivo, i’nda que se invada de um certo irrealismo imaginário e ilusório. O que dantes era acontecimento entre as esferas populares, hoje parece estar em voga também nas camadas mais elevadas da sociedade. E quando elas não são produto de crenças tradicionais, muitas das quais assentam em arquétipos populares de séculos, são concerteza consequência do medo.
Manuel João Barbosa


NOTA EDITORIAL

O folclore e os jovens
Um milhar de jovens reuniram-se em Guimarães e durante dois dias “esmiuçaram” e debateram as questões que andam à roda da problemática da representação do folclore em mostras públicas. Contribuir para ansiadas soluções que levem ao melhor desempenho das retratações etnográficas e folclóricas pelos grupos de cariz tradicional, foi um dos itens que constituiu preocupação da assembleia de jovens folcloristas. E pelo que foi observado, a teoria de alguns ‘velhos do Restelo’ parece que se afunda perante soluções coerentes, emanadas de ideias concordantes e mentes escorreitas. Pela voz de um congressista em Guimarães a sala ouviu um grito de acusação: “Os mais velhos não deixam em muitos casos trabalhar os jovens”. A denúncia mereceu aplausos. Mas outra voz jovem bradou igualmente: “Somos folcloristas com outras convicções e talentos”. A sala de novo aplaudiu.
Se muito recentemente num colóquio realizado em Coimbra, numas Jornadas sobre etnografia e folclore, um punhado de jovens deixou claro que o “folclore condiciona as suas vidas” e contribui para o seu “enriquecimento cultural e de formação pessoal” e que o “folclore já faz parte dos seus projectos de vida”, teremos de concluir que nem só de divertimento serve a sua participação activa nos ranchos. Para além da condicionante de vida, o folclore é ainda no campo social “uma experiência muito gratificante”, onde se criam “amizades que se apertam em laços de salutar convivência”, ainda segundo o sentimento do mesmo grupo de jovens, que ficou bem expresso na jornada de Coimbra.
Em Guimarães choveram mensagens idênticas, de particular apego à causa do folclore. Mas outras preocupações emergiram da assembleia de jovens folcloristas, com relevância para uma almejada “reconstrução” do próprio movimento. Os avisos à navegação surgiram em catadupa, atirados com particular direcção a Arcozelo, local de decisão das normas que regem o próprio movimento e os promotores folclóricos. Mas foi de Arcozelo que partiu também uma mensagem encorajadora: “Vocês são a esperança deste grande movimento”, atirou o líder da Federação, que aconselhou ainda: “Que sejam os jovens a valorizar os seus grupos, dotando-os de “telhas sólidas e não permitirem que tenham telhados de vidro”.
A esperança da mudança foi perceptível entre os mil jovens presentes na jornada de Guimarães, que decerto se estende ao universo de jovens folcloristas, que de forma apaixonada integram o movimento folclórico nacional.
Os resultados da esperada mudança decerto que estarão em exame no próximo Congresso, já anunciado para dois anos após o encontro de Guimarães.
Manuel João Barbosa

DESTAQUES

Federação do Folclore Português inaugurou novas instalações
CASA NOVA
Manuel João Barbosa
Cerca de duas centenas de inveterados folcloristas e muitas representações de grupos folclóricos estiveram no dia 21 de Novembro em Arcozelo para assistirem à abertura das novas instalações da sede da Federação do Folclore Português. Associaram-se ao simbólico acto inaugural representantes das autarquias locais. Os elogios à nova infra-estrutura foram unânimes entre todos os presentes. O folclore nacional conta agora com um espaço de administração digno que o prestigia e exalta. A área agora inaugurada representa, contudo, um terço do projecto, que deixa por concluir agigantados espaços da megalómana construção.

O dia 21 de Novembro foi de romaria do folclore nacional a Arcozelo. A Federação anunciou a inauguração das novas instalações e muitos foram os folcloristas que marcaram presença. Alguns envergando os trajes tradicionais e ostentando o estandarte dos grupos que integram. As amplas instalações acabaram pequenas para receber tantos observadores.
Sem cortes de fitas, a cerimónia cingiu-se a uma sessão solene e visita às instalações com obra concluída. Outras áreas ficam a aguardar o estuque e os retoques finais para se abrirem ao público e cumprirem o que determina a memória descritiva do projecto, e cuja área total somará muitos milhares de metros quadrados.
(Desenvolvimento na edição impressa)

- Congresso Nacional reuniu um milhar de jovens em Guimarães
Jovens Folcloristas apelaram à ‘representatividade’

Manuel João Barbosa
Superou as expectativas da comissão organizadora o V Congresso Nacional de Folclore para a Juventude, que reuniu no Pavilhão Multiusos de Guimarães, mais de mil jovens, participantes activos em cerca de uma centena de grupos de folclore que se fizeram representar por um número imposto de até dez componentes. Empenhados na resolução dos problemas da representação tradicional que afectam o movimento folclórico, os jovens folcloristas deixaram alertas carregados de um vigoroso sinal SOS para situações que continuam a abastardar o folclore nacional. A organização foi da Federação do Folclore Português, coadjuvada por uma Comissão Organizadora, constituída por jovens folcloristas.

Muito entusiasmo de um punhado de jovens à volta dos trabalhos do V Congresso Nacional de Folclore para a Juventude, que decorreu nos dias 28 e 29 de Novembro, em Guimarães. Sob o tema da “Representatividade”, o Congresso discutiu e convidou à reflexão dos temas propostos pelo ‘Plano Anual de Melhoria’, que está a ser posto em prática pelos Conselhos Técnicos Regionais, e que visa uma melhoria de qualidade dos grupos de Folclore. Foram ainda abordados temas como: a formação, recolhas, trajes, música, canto e dança; as encenações levadas a cabo pelos grupos de folclore, principais aspectos positivos e desvantagens; a organização de eventos protagonizados pelos grupos, como festivais, recriações, mercados e feiras, serões, e participações nos mais variados espectáculos de natureza cultural, social e cívica. Tempo ainda intervenções livres, de debate e esclarecimento.
(Desenvolvimento na edição impressa)

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SECÇÕES

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Tradição / Inovação - A antropologia veste o folclore, por: eng.º Manuel Farias

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