sábado, 28 de maio de 2011

RESUMO DA EDIÇÃO DE JUNHO

JORNAL FOLCLORE

Praceta Pedro Escuro, 5 – 2.º Dt.º - 2000-183 Santarém
Apartado 518 2000–906 SANTARÉM

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N.º 184 (JUNHO)

TÍTULOS DA EDIÇÃO


EDITORIAL

O FOLCLORE E O TURISMO

No Congresso Nacional de Folclore que decorreu em Dezembro do ano passado em Aveiro, ouvimos o vice-presidente da Entidade de Turismo do Centro dizer que “os turistas sempre procuram a nossa identidade na cultura e nas tradições”, reconhecendo a “importância do folclore como factor de venda do turismo no País e no Estrangeiro”, enquanto, na mesma ocasião, o Governador Civil do Distrito de Aveiro, José Mota, afirmava que o “folclore é não só uma vertente de animação do nosso turismo, como uma fonte de informação cultural; os rostos dos turistas alegram-se quando lhes oferecemos o nosso folclore”.
Não sendo uma questão de “puxar a brasa à nossa sardinha”, provado está que o folclore não só é um vector de animação, a que quase sempre se associa a alegria da música e uma colorida imagem das coreografias, como ainda pelo despertar da cultura portuguesa, diversificada a cada passo no rectângulo do País. Há portanto, na apresentação do folclore, uma importante mostra cultural, que tanto interessa ao turista.
O exemplo anunciado pelo responsável do Turismo do Norte podia ser seguido pelos demais núcleos de turismo – do Centro e do Sul. E todos ganhavam, a começar pela satisfação daqueles que nos visitam. Também pela festa que o folclore oferece.
Como não há bela sem senão, deixamos um alerta: as mostras do nosso folclore devem ser sensatas e cautelosas, para não estarmos e vender gato por lebre. Isto é, não devemos oferecer um produto estragado. Os “postais” terão de oferecer uma boa imagem, sem estereótipos, mas com o rigor da retratação tradicional. Há muitos e bons projectos entre o movimento folclórico nacional capazes de um bom desempenho, e integrar as eventuais campanhas de animação turística. Se a sensibilidade das Entidades de Turismo não for apurada nesta área de modo a garantir uma selecção apurada das formações participantes, então que peçam a ajuda de quem entende da matéria.
O director

NOTA EDITORIAL

O PUDOR NO FOLCLORE... OU A FALTA DELE

Num acto de completo descaro, tornou-se costumeiro ver-se nas actuações de alguns grupos cenas de completo erotismo, oferecidas por bailadoras de um imaginado folclore, em perfeita contradição com a candura das mulheres de outros tempos. A ousadia passa pela atrevida exibição do corpo em roupas íntimas, nalguns casos de reduzidas dimensões. Alguma libertinagem da classe feminina de hoje não pode ser levada para os espaços onde supostamente devem ser reproduzidos factos e actos folclóricos, isto é, hábitos populares de um passado distante, num tempo em que o recato da condição feminina era ponto da honra da mulher. Este é um imperativo a que se obriga um verdadeiro grupo de folclore, cumpridor de um real projecto de retratação tradicional.
Se se afirma, de boca cheia, estar-se a representar momentos lúdicos do povo de há um século, como se atrevem alguns mentores e agentes da representação falsear a verdade? Convenhamos que as eróticas posturas que hoje se evidenciam nos palcos das exibições folclóricas, nada terão a ver com os princípios sociais da camada popular a que devem reportar-se as reproduções do folclore. E não chega vestir os celebérrimos colants para disfarçar algum rodopio mais atrevido e indesejado, escondendo intimidades físicas. O jeito e trejeito de levantar as saias tornou-se hábito e uma rotina quase obrigatória de muitos grupos de espectáculo - pretensamente folclóricos - da nossa praça.
Voltando atrás no tempo, e tendo em conta os modos sociais da época, adivinha-se quanto penalizaria socialmente uma moçoila da aldeia, ousar levantar a saia só que fosse à altura do joelho, mesmo que tal tivesse acontecido por descuido.
Bom senso precisa-se, para que as gerações vindouras, porventura mais pendidas para a investigação e o estudo das raízes culturais e tradicionais de ontem, não nos julguem por os termos enganado com pantominas irreais, falsas e ilusórias.
O director

DESTAQUES


EXPOSIÇÃO NACIONAL DO TRAJE AO VIVO. PORTO DE MÓS FOI MONTRA VIVA DE TRAJES REGIONAIS DO PAÍS
Por: Manuel João Barbosa

Mais de meio milhar de trajes tradicionais estiveram expostos ao vivo na cidade de Porto de Mós, envergados por outros tantos figurantes, protagonistas do admirável e deslumbrante espectáculo. Elementos activos de 80 grupos folclóricos, ofereceram uma mostra rica e variada da etnografia de boa parte do espaço nacional. Vestes de gosto e confecção aprimorada, ou mais simples e singelas, o desfile traduziu-se numa montra vastíssima da forma popular de vestir há um século atrás.

A Federação do Folclore Português, com a colaboração dos Grupos de Folclore do concelho de Porto de Mós, nomeadamente os Ranchos Folclóricos das Pedreiras, de Arrimal, de Cabeça Veada e de Mira de Aire, organizou com desvelo a Exposição Nacional do Traje, uma sua iniciativa que vem de há dezasseis anos, recebida este ano pela cidade de Porto de Mós.
(Desenvolvimento da edição impressa)

NOTÍCIAS

- Santarém: Feira Nacional de Agricultura mostra o folclore nacional
- Ministra da Cultura desfila trajada de mordoma nas Festas d’ Agonia, em Viana do Castelo
- Águeda: Beltane em Belazaima
- “FOLCLORE À RASCA”. Afinal há muito dinheiro nas Câmaras Municipais!
- Festival do Rancho Tá-Mar animou a Páscoa na Nazaré
- Rancho de Salvaterra de Magos assinalou aniversário com Festival
- Folclore leva a festa à Fonte da Senhora (Alcochete)
- Rancho Regional de Ílhavo realizou Festival da Primavera
- Grupo de Castelo do Neiva comemorou o 36.º aniversário
- Festival ‘Cidade de Lisboa’ no parque do eucaliptal de Benfica
- Tarde rica de Folclore em Arrimal, Porto de Mós
- Os Serranos na Galiza
- Festival Infantil do Cartaxo animou Festa do Vinho
- Folclore famalicense em Mirandela
- Torricado reuniu à mesa duas centenas de convivas em Glória do Ribatejo
- Rancho Folclórico da Correlhã recebeu Medalha de Mérito Cultural
- Feira Rural em Paranhos à moda antiga
- Encontro de Instrumentos Tradicionais e conversas sobre Folclore no Sardoal
- Viseu: Rancho Folclórico de Calde passou a membro efectivo de Federação
- Grupo Folclórico de Faro vai festejar 81anos
- Rancho do Vale de Santarém em almoço comemorativo do 55.º aniversário
- O Vira assinalou o Dia Mundial da Dança em Viana do Castelo
- Rancho de Torredeita promoveu Encontro Luso-Francês
- Danças do Mundo – Festival Internacional das Terras da Feira decorre entre 20 e 31 de Julho
- Viana do Castelo: mostra Etnográfica do Eixo Atlântico de 17 a 19 de Junho
- Rancho da Casa do Povo de Angeja actuou em Montataire (França)
- Cultura ibérica assinala aniversário do Grupo de Folclore da Casa de Portugal em Andorra
- O Folk Cantanhede fez a sua apresentação pública
- LINGUAJAR POPULAR - Falares secretos do mindrico
- Vencedores do Concurso de Etnografia mostraram-se no Teatro da Trindade

SECÇÕES:

- FESTIVAIS – Os Festivais com realização no mês de JUNHO
- TRADIÇÃO / INOVAÇÃO – Trajo ou trajar?, pelo Eng.º Manuel Farias - PORQUE NÃO TE CALAS?


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terça-feira, 3 de maio de 2011

CAPA DA EDIÇÃO DE MAIO



RESUMO DA EDIÇÃO DE MAIO

JORNAL FOLCLORE

Praceta Pedro Escuro, 5 – 2.º Dt.º - 2000-183 Santarém
Apartado 518 2000–906 SANTARÉM

E-mail: jornalfolclore@gmail.com
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RESUMO DA EDIÇÃO


EDITORIAL
Folclore na televisão. Assim não!


As televisões generalistas porventura se preparam já para no Verão que aí vem se passearem pelo País profundo – ou não – emitindo programas de entretenimento de variadas regiões, dentro naturalmente de acordos financeiros com as respectivas autarquias. É a lógica da economia de uns e o dispêndio de outros, os que choram baba e ranho por não lhes entrar cofres adentro o dinheiro que querem.
Não raro é chamado às emissões o folclore regional. Mau grado – salve-se algumas excepções – na maioria das vezes o folclore está arredado do desempenho das formações convidadas, desfasadas que estão de uma efectiva retratação dos aspectos tradicionais da região de inserção, na ausência de um trabalho de recolha. E para o ar – como nos palcos das mostras públicas – vai todo um chorrilho de asneiras, que envergonham o mais cândido folclorista. As bocas enchem-se de folclore! Dos apresentadores e dos dirigentes e bailadores dos grupos. Mas esse, o folclore, não está lá; estará a léguas.
A responsabilidade pelas caricatas prestações é inteirinha das autarquias que patrocinam a viagem dos predadores para as suas participações nas emissões televisas, pois que compete aos autarcas indicarem os protagonistas locais da animação dos programas, a pedido da produção. Lamentável é quando os próprios eleitos são desconhecedores de um acertado trabalho de representação cultural, que nalguns casos não existe em boa parte dos seus embaixadores culturais. Todos são representativos do folclore desde que se auto-denominem de folclóricos. E a sensação agradável no espectador por uns bons momentos musicais e de boa representação não acontece. Antes, pelo contrário, fica o desagrado e uma consequente má imagem concelhia. Mais valeria nada.
Desejamos que o bom senso dos produtores “televisivos” – e dos autarcas – permaneça no Verão que aí vem.
O director


NOTA EDITORIAL


Relembrar costumes
Anuncia-se entre o movimento folclórico nacional a realização de actividades etnográficas que levam à relembrança de tradições e costumes do passado. Os promotores são naturalmente grupos de folclore, que assim acrescentam à sua regular actividade outras vertentes da cultura popular tradicional. Chamam-lhe ‘serões de tradições’ ou ‘encontros tradicionais’, como ainda outras designações que se ajustam ao desempenho do diferente espectáculo de folclore - a retratação dos factos tradicionais. Parece-nos que o modelo está a pegar e a fazer moda nos novos tempos entre a actividade folclórica. Existe vontade de valorizar o trabalho, até então exclusivamente desenvolvido à volta das danças e das cantigas. Estão muito batidas a teclas que escrevem ‘folclore não é apenas dançar e cantar’, sabido que ainda permanecem nas memórias vivas outras vertentes da cultura popular tão ou mais importantes que o folclore bailado e cantado, e que têm sido esquecidas no trabalho dos grupos folclóricos. É a outra parte do folclore que tem sido desvalorizada e mesmo olvidada.
Porventura os grupos estarão a despertar para uma premente necessidade de enveredarem por outras formas de representação do folclore, banindo uma lacuna que há muito se fazia sentir entre o movimento folclórico. São vários os grupos que há muito tornaram efectiva a organização anual de um ‘serão de tradições’. O resultado sempre se pauta pelo êxito, pela inovação do espectáculo folclórico. Naturalmente também porque muitas das recriações fazem com que as camadas mais antigas do público que assiste, revivam costumes e hábitos dos seus tempos de meninos e moços. E as gerações recentes convivam com as suas raízes.
Contudo, o desempenho da recriação das vivências de outros tempos deve ser rodeado por uma conveniente e judiciosa preparação dos “actores” – o conjunto de figurantes que fazem a representação. Como ainda de uma acertada montagem cénica – a estrutura dos cantos e recantos que foram sítios rotineiros dos costumes em representação. No seu conjunto, tudo ajudará a um êxito garantido da nova mostra de folclore. Há muitos e bons exemplos disso, com as vozes de quem assiste a pedir a sequência da iniciativa. O folclore sai valorizado pela complementaridade da sua representação, e os grupos promotores e participantes ganharão pela inovação do espectáculo folclórico.
Se porventura o incentivo deixado por alguns apontamentos de reportagem que temos feito publicar nestas páginas provocou o interesse para novos projectos, isso nos deixará naturalmente satisfeitos, reforçando a promessa de continuarmos a estar onde esses acontecimentos ocorrerem, trazendo-os ao conhecimento geral. E se, por uma questão de agenda, a caneta do repórter do Jornal não puder “talhar” o modelo do espectáculo, que seja a informação dos promotores a permitir a elaboração da peça jornalística.
O director

DESTAQUES
FOLCLORE "À RASCA". Grupos de folclore estão como peixe na água sem oxigénio
Por: Manuel João Barbosa

Como os jovens da actual “geração à rasca”, também o movimento associativo folclórico foi tocado pelas restrições financeiras impostas por uma crise sem limites, e que afecta tudo e todos. Os apoios escasseiam cada vez mais e nalguns casos foram mesmo suprimidos. Significa isso, que os grupos folclóricos se encontram sem condições para desenvolverem a sua actividade na falta de serviços prestados remunerados e sem oportunidades para desenvolverem iniciativas produtoras de proventos. Estão, também, numa situação de “à rasca”.

Começou por uma restrição na cedência de transportes. Depois tocou aos subsídios, de manutenção associativa e cultural, de aquisição de bens, como a construção de sedes, compra de viaturas de serviço e ajuda à aquisição de trajes. Os grupos folclóricos não fogem à regra e encontram-se assim também na situação de “à rasca”.


Arcozelo: Feira Rural Portuguesa
Por: Manuel João Barbosa

Foram muitos os feirantes que assentaram a sua venda na Feira Rural, que decorreu como habitualmente no Largo da vila-sede da Federação do Folclore Português: Arcozelo. Representadas variadas regiões do País, de Trás-os-Montes às Beiras, como do Minho e do Douro. Os produtos diversificaram naturalmente consoante a zona de procedência. Dão fumeiro ao artesanato, passando pela gastronomia tradicional, a oferta era farta.

A Feira Rural Portuguesa em Arcozelo faz já parte do roteiro social da região, como do turismo. Por isso, foi uma vez mais grande a afluência de público ao recinto, naturalmente curioso da recriação de costumes e hábitos de outros tempos, mas também seduzido pela variada oferta de produtos da terra ou da confecção popular, que ostentavam a marca tradicional de diversificadas regiões do País. A festa foi protagonizada pela animação de vários grupos folclóricos, tocadores de concertina, violas e cavaquinhos, como de virtuosos cantadores ao desafio.

NOTÍCIAS
- ‘Em Festa’: o folclore na televisão
- Grupos folclóricos com estatuto de Entidade de Utilidade Pública. Entidade Colectiva de Utilidade Pública. O que é?
- Instrumentos musicais populares celebram o vinho em Alcanhões
- Associação Etnográfica Os Serranos em Assembleia Geral
- Gala da Concertina em S. Mamede de Infesta
- Arraial Popular assinalou o 32.º aniversário do Rancho de Benfica do Ribatejo
- Grupo Vila de Pereira assinalou aniversário com festa da queijada de Pereira
- Rancho Etnográfico da Cela Velha promoveu homenagem a Humberto Delgado
- Palestra em Tomar pretendia esclarecer e formar, mas... Jovens folcloristas da Região dos Templários alhearam-se de aula sobre etnografia
- “O Rancho do Coração”
- Festival Internacional de Almeirim em acção de lançamento da edição de 2012
- Alunos de Escola de Montalegre venceram concurso internacional em Itália a tocar concertina
- Associação de Tocadores de Concertina de Ponte de Lima realizou Feirão anual
- Costumes de outros tempos convidaram a um regresso ao passado em Coruche. ‘Tradições de um Povo’. Recordar é viver!
- Rancho de Aveiras de Cima festejou aniversário com recriações etnográficas
- Mostra do Folclore concelhio de Alcobaça em Louções
- Encontro de Cantares Quaresmais em Idanha-a-Nova
- Mais ‘Recadinhos à Botica’

SECÇÕES:


- FESTIVAIS – Os Festivais com realização no mês de Maio
- TRADIÇÃO / INOVAÇÃO – Régua e esquadro, pelo Eng.º Manuel Farias

- PORQUE NÃO TE CALAS?


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sexta-feira, 1 de abril de 2011

CAPA DA EDIÇÃO DE ABRIL


JORNAL FOLCLORE

Praceta Pedro Escuro, 5 – 2.º Dt.º - 2000-183 Santarém Apartado 518 2000–906 SANTARÉM

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N.º 182 (ABRIL)
TÍTULOS DA EDIÇÃO EDITORIAL O folclore no Carnaval e não o Carnaval no folclore
Todos sabemos que o Carnaval, enquanto folia popular, se assume como um facto folclórico com especial relevância dentro da cultura popular. Em Portugal como na esmagadora maioria dos países do mundo. Cada país brinca o Carnaval a seu modo, de acordo com os seus costumes. Conta a história que foi de Portugal, através de emigração, que a tradição do Carnaval se implantou no Brasil. Ao carácter de festa popular se associa a galhofa e a brincadeira, algumas vezes maliciosa, mordaz e brejeira. Mas, como “pelo Carnaval ninguém leva a mal”... E porque trazemos aqui à baila o Carnaval? Não o Carnaval em si, mas as fantasias que nele aparecem com relativa regularidade, que foram “roubadas” à etnografia, ao folclore – os trajes tradicionais. As vestes populares de outros tempos, que se preservam como um património importante da nossa cultura popular, e que muitas vezes vestem matrafões e matrafonas, servindo, umas vezes a uma ridícula transfiguração, outras vezes a uma pretensa representação. Em muitos casos são roupagens que foram acauteladas em arcas e baús, e que guarda reminiscências de um passado remoto, e representam memórias que os tempos não apagam. Quem se preocupa com a preservação dessas vestes, património material valorizado e marcante da nossa cultura popular, não pode deixar de se invadir por uma certa inquietação e mesmo alguma consumição, por ver usar de forma despropositada peças de vestuário que constituem um legado incomparável e insubstituível. Ao comum observador, associando a “máscara” ao folclore, logo o olha de forma escarnecida. Porque o disfarce caminha quase sempre para a comicidade. E assim o folclore é continuadamente entendido sem deferência e respeito. Nota – Naturalmente que não se enquadra neste reparo a participação organizada em actividades carnavalescas, de grupos e ranchos de folclore, naturalmente respeitadores de elementares regras de representação. O director

NOTA EDITORIAL


As vozes do Alentejo Estar-se no Alentejo profundo é obrigatório ouvir as vozes da terra. Escutar os impulsos de alma de quem canta a chama da sua terra, dos campos de trigo ou dos amores d’algum dia. E não é difícil consegui-lo, certo que as gargantas se soltam – não raras vezes – ao balcão de uma tasca ou à mesa de um Café. Sem que menos se espera. A rotina vem de séculos atrás, e poucos são aqueles que não experimentam soltar um grito cantado, de paixão ou de raiva, de apego às coisas que marcam o sítio que lhes serviu de berço. Mas que escola de polifonia tiveram aquelas gargantas para se afinarem em perfeita harmonia de sons? Naturalmente que, tão só, a natureza e o carácter que faz de cada um, poeta e trovador. Ouvi-los, parece que cada cantiga dá conta de quem canta. E torna-o um prisioneiro às raízes e a um legado cultural que sucessivamente receberam dos seus antecessores. Das gargantas largam-se sons harmoniosos em quadras feitas de sonhos, muitas vezes criadas de forma instintiva. Mas sempre em cadência e união de vozes. O “ponto alto” entra para depois o coro se uniformizar em perfeita musicalidade de vozes, que ecoam graves, sóbrias e nostálgicas. E o espaço torna-se solene, como uma catedral.

“Terra que não é cantada é terra morta! Se o cante for esquecido, a terra acaba por morrer!”, diz a lenda. Mas o alentejano não deixará morrer a sua terra, porque continua a cantar, a cantar... E a legar esse saber, que se perde nos primórdios dos tempos, às actuais e vindouras gerações. Ou não fora o cante um património tradicional vivo, constantemente recreado, por força de um arreigado sentimento de identidade. No périplo que fizemos à procura dos “santuários” do cante, no Baixo Alentejo, e que desenvolvemos nas páginas centrais desta edição, foram vários os locais e muitas as vozes que arrolámos no nosso roteiro. Naturalmente diferentes, mas sempre iguais, enquanto relicários do cante. “Voltem, voltem sempre”, ouvimos, ante o nosso desejo de voltar. O director

DESTAQUES


BAIXO ALENTEJO. O ENCANTO DO CANTE Textos e fotos: Manuel João Barbosa Caminhámos Alentejo adentro, à procura do Alentejo profundo. Fomos ao encontro das vozes da terra, que cantam com alma. Mergulhámos nos redutos da tradição, as velhinhas vendas (tabernas), onde o chão parece tremer – e nós com ele! – sempre que as gargantas se soltam, sempre que se desapegam impulsos e se entoa o cante, nostálgico, profundo, sentido, dolente e vibrante. A entrar na alma extasiada de quem o ouve. Tudo isso encontrámos e experimentámos. Afinal, a tradição ainda é o que era. O improviso das raízes ainda vivas ofereceu-nos o retrato daquilo que queríamos encontrar: ouvir cantar a alma do Alentejo. Canta alentejano, canta! O teu canto é oração... “Ser alentejano não é um dote, é dom. Não se nasce alentejano, é-se alentejano”, ouvimos. Como o cante só o será se sair da garganta de um alentejano. Que outra pessoa o pode cantar? E quando o alentejano canta, é algo que vem de muito fundo, parecendo fluir das entranhas da terra. (Desenvolvimento na edição impressa)

- EM FUNÇÕES 14 MESES APENAS SE REUNIU UMA VEZ... GRUPO DE TRABALHO PARA O PATRIMÓNIO IMATERIAL RECEBEU 209 MIL EUROS É ACUSADO DE IMPRODUTIVIDADE O Grupo de Trabalho provisório que havia sido nomeado para preparar o funcionamento da Comissão do Património Imaterial Português foi destituído pela entrada em funções da referida Comissão. O Grupo foi criado no ano passado por despacho n.º 598/2010, de 4 de Janeiro, dos ministros da Cultura e das Finanças. Funcionava sob a tutela do Instituto de Museus e da Conservação, com sede no Palácio da Ajuda. O Grupo de 5 elementos foi contratado por um período de 24 meses, “pago 14 vezes por ano”, renovável por uma só vez. Estiveram em funções durante 14 meses, tendo auferido uma remuneração mensal de 2.613 euros. Receberam na totalidade 209 mil euros.

(Desenvolvimento na edição impressa)

- DAR VIDA ÀS TRADIÇÕES. “VIVÊNCIAS DE UM POVO” FEZ ESMIUÇAR OUTRO FOLCLORE EM JOANE, VILA NOVA DE FAMALICÃO. O Grupo Etnográfico Rusga de Joane (Vila Nova de Famalicão), comemorou no dia 13 de Março o seu 20.º aniversário. A efeméride foi assinalada com um interessante espectáculo, completo de encenações etnográficas protagonizadas pelo grupo aniversariante e por outros grupos convidados. Ao espectáculo de recriações de costumes foi dado a designação de “Vivências de um Povo”, e teve lugar no Grande Auditório da Casa das Artes, em Vila Nova de Famalicão, uma moderna infra-estrutura municipal.

Textos e fotos: Manuel João Barbosa (Desenvolvimento na edição impressa)


NOTÍCIAS


- IRÁ A RTP PRESTAR UM BOM SERVIÇO AO FOLCLORE? - A BATALHA EXALTOU OS INSTRUMENTOS MUSICAIS DA TRADIÇÃO - EXPOSIÇÃO E FESTIVAL DE FOLCLORE IBÉRICO VÃO ASSINALAR 15.º ANIVERSÁRIO DO GRUPO DE FOLCLORE DA CASA DE PORTUGAL EM ANDORRA - RANCHO DE BENFICA DO RIBATEJO EM FESTIVAL INTERNACIONAL NA SICÍLIA, ITÁLIA - FOLK CANTANHEDE DECORRE ENTRE 9 E 16 DE JULHO - FESTIVAL INTERNACIONAL DE ALMEIRIM JÁ PREPARA A EDIÇÃO DE 2012 - RANCHO DO VALE DE SANTARÉM RECEBE MEDALHA DE MÉRITO MUNICIPAL - AINDA O 15.º ANIVERSÁRIO DO JORNAL FOLCLORE - RANCHO DA CASA DO POVO DE GLÓRIA DO RIBATEJO COM ESTATUTO DE UTILIDADE PÚBLICA - MISTÉRIOS DA PÁSCOA EM IDANHA: AGENDA DE 2011 - RANCHO DA REGIÃO DE LEIRIA COMEMOROU 48.º ANIVERSÁRIO - CENTRO CULTURAL E RANCHO FOLCLÓRICO DE PAÇO DE SOUSA FESTEJARAM 36 ANOS - CARETOS: FIGURAS ENIGMÁTICAS DO NORDESTE TRANSMONTANO - MONTEMOR-O-NOVO: FESTIVAL DOS “FAZENDEIROS” ENCHEU O TEATRO CURVO SEMEDO - RANCHO CEIFEIRAS E CAMPINOS AZAMBUJA FESTEJOU O 54.º ANIVERSÁRIO COM TARDE DE FOLCLORE - GRUPO ETNOGRÁFICO DE ARZILA ASSINALA 37.º ANIVERSÁRIO E LANÇA CD - GRUPO TRADICIONAL OS CASALEIROS, DE AZAMBUJA, HOMENAGEOU O CAVADOR - FALECEU CHAVES E CASTRO, UM MAGO DA CULTURA - FUNDAÇÃO INATEL PROMOVEU AUDIÇÕES FINAIS DOS CURSOS DE INSTRUMENTOS TRADICIONAIS SECÇÕES:


TRADIÇÃO / INOVAÇÃO – , pelo Eng.º Manuel Farias


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sexta-feira, 4 de março de 2011

CAPA DA EDIÇÃO DE MARÇO


RESUMO DA EDIÇÃO DE MARÇO

JORNAL FOLCLORE
Praceta Pedro Escuro, 5 – 2.º Dt.º - 2000-183 Santarém
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N.º 181 (MARÇO)

RESUMO DA EDIÇÃO

EDITORIAL

O aniversário

Forçosamente teremos de falar, aqui também, de quinze anos de publicação regular e organizada deste projecto editorial. Porventura o estimado leitor concordará com os obstáculos – e quantas vezes algum estorvo – com que nos deparámos muitas vezes ao longo do percurso, iniciado já no distante ano de 1996.
Concluímos 181 edições, que somarão mais de quatro mil páginas de reportagens, notícias e mensagens, como milhares de imagens, constituindo assim um precioso arquivo do movimento folclórico nacional. Para registarmos esse espólio precisámos de percorrer muitos milhares de quilómetros, e algumas vezes passámos as fronteiras ao encontro do folclore que se mostra noutros países, razão do sentimento pátrio dos nossos emigrantes e da força que lhes assiste ao manter vivas as suas raízes tradicionais.
Se o saldo é positivo, e o trabalho merece boa nota, cabe ao leitor fazer a avaliação. E são ainda em grande parte os fiéis leitores que nos acompanham desde a primeira hora! Pela fidelidade, fica o registo do nosso reconhecimento.
Os alicerces que foram sendo cimentados ao longo de década e meia precisam, contudo, de uma maior consolidação, de mais apoios de suporte. Ou seja, de novos subscritores, ajudando com novas assinaturas, de modo a podermos corresponder aos encargos de toda a ordem, da produção gráfica aos demais encargos de expediente, sem que tenhamos necessidade de sobrecarregar o contributo daqueles que nos ajudam a manter de pé, pontualmente cada mês, o Jornal de todos nós. É um apelo que deixamos. Como prenda de aniversário, pedimos-lhe que nos ajude com a angariação de um novo assinante junto do vosso grupo de amigos ou dos folcloristas que integram o movimento, de forma activa ou não.
O director

NOTA EDITORIAL

15 anos

Substituímos hoje as nossas palavras na habitual Nota Editorial pela opinião do leitor; dos nossos colaboradores e amigos em particular, acerca do aniversário do Jornal Folclore. Mais do que falarmos, outra vez, do projecto que este mês assinala o 15.º ano de continuada publicação, damos a voz a quem nos falou de forma tão amável e encorajadora do trabalho que teimosamente levamos cada mês a casa dos nossos leitores.
Não obstante fazermos o devido destaque como primeiras letras desta edição de aniversário, remetemos o leitor para a continuação dessas palavras que registamos nas páginas centrais.

“15 anos de publicação regular do Jornal Folclore conclui uma etapa de grande mérito, um sonho e um desafio concretizado por grande dedicação, entusiasmo e muito sacrifício”. Fernando Ferreira, presidente da Federação do Folclore Português)

“Quinze anos de empenhamento na defesa da nobre causa das tradições populares do Povo Português (...) de disponibilidade para a divulgação dos princípios que devem nortear o adequado comportamento de quem pertence ou tem responsabilidades no movimento Folclórico Português – (Insp. António Lopes Pires – Passos de Silgueiros).

“O mensário é o mensageiro certo e no local desejado das vontades e do querer indómito daqueles que oferecem a sua vida de lazer e até familiar para abraçar um ideal, que é afinal um desígnio cultural que mora em cada cidadão – Dr. Mário Nunes (Coimbra).

“Informação de qualidade exige responsabilidade dando lugar a princípios normativos de verdade, elegância, educação e espírito criador, ficando a certeza que o Jornal Folclore cresce e continua – Insp. Arcides Batista Simões (Torredeita).

“A forma isenta, objectiva e genuína que sempre caracterizou o trabalho pessoal e dos colaboradores no conteúdo da nossa “Bíblia”, reflecte todo o respeito granjeado no imenso contexto do Folclore Português” – António Martins (S. Cosme, Gondomar).

“O Jornal “Folclore” tornou-se uma autêntica Instituição, com finalidades didácticas e informativas, não se sabendo bem onde começa a notícia e onde termina a formação, posto que o rigoroso critério editorial do seu Director transforma as notícias em textos formativos e a pedagogia serve-se, muitas vezes, envolvida na divulgação de alguns eventos etnográficos e folclóricos” – Ludgero Mendes (Santarém).
O director

DESTAQUES

15 ANOS

Será forçoso registarmos nesta edição 15 anos de publicação regular do Jornal Folclore, assinalados no dia 1 de Março. No mesmo dia do ano de 1996 foi distribuída a primeira edição. Cheia de incógnitas, mas com muita esperança. Porventura recebida com indiferença e desconfiança de muitos, mesmo daqueles que, por obrigação moral (por força da militância na causa) tinham o dever de o proteger e apoiar. Com efeito, o jornal era a sua (única!) voz de defesa e de divulgação do seu trabalho. Mas felizmente que foram muitos os responsáveis de boa parte do universo folclórico nacional e pessoas anónimas, que apareceram a subscrever e a ajudar o projecto editorial, oferecendo o seu quinhão de ajuda, traduzido tão só num simbólico pagamento de dois mil escudos por uma anuidade das edições do Jornal.
Manter um projecto editorial de imprensa especializada com característica estritamente particular num mundo onde pontificam os lóbis empresariais, é arrojo que não se adivinha fácil. Ao invés de um natural esmorecimento, pelas dificuldades de toda a ordem que se adivinham facilmente, o “duvidoso” projecto resistiu mês a mês, cumprindo a periodicidade prometida. Faz 181 edições! Mais de quatro mil páginas de textos e de um arquivo relevante de imagens do movimento folclórico de Portugal Continental, Insular e da diáspora.
Foi então prometido que o Jornal seria uma publicação viva, isto é, que estaria junto das acções dos promotores folclóricos, dentro das disponibilidades do seu corpo redactorial e da respectiva agenda de trabalho. E isso acabou – também – cumprido. Somarão muitos milhares de quilómetros, transitados pelos mais recônditos lugares do País, ao encontro do acontecimento folclórico ou de cariz popular tradicional.
Outrossim, será notório o empenhamento em melhorar e aperfeiçoar o trabalho redactorial, como a própria apresentação gráfica. Porventura, o Jornal Folclore assumir-se-á hoje, com um dos periódicos do País com maior qualidade gráfica. Isso só tem sido possível pela continuada fidelidade dos nossos assinantes. Naturalmente também pela completa ausência de encargos remuneratórios de quem o faz, dos colaboradores de textos ao director. Investir integralmente na qualidade tem sido o lema.
‘O futuro a Deus pertence’, diz o aforismo. A continuidade do projecto é uma incógnita. O horizonte não se perspectiva determinante e concludente. As boas vontades de quantos fazem sair regularmente cada edição, não são bastante para garantir o seguimento da publicação. Mais que isso, é preciso um continuado suporte económico por forma a que projecto não fique em causa. Para tal basta a contribuição anual de cada leitor, com a regularização atempada da sua assinatura. E se novas subscrições aparecerem, o Jornal pode crescer mais ainda. Contamos com os actuais assinantes na angariação de novos apoios.
(Desenvolvimento nas páginas interiores)

NOTÍCIAS

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- O Brasil aprovou Plano de apoio à Cultura Popular

OPINIÃO

Condenados a morte lenta

Em nome da propalada crise as entidades com o dever de apoiar o associativismo reduziram – ou anularam na totalidade – os apoios que vinham a ser concedidos ao movimento associativo nas áreas culturais e desportivas. Quando a alma é pequena, tudo vale a pena.
Sem outras formas de conseguir receitas, os grupos de folclore estão como peixe na água sem oxigénio; à beira da extinção. A política que levou ao cancelamento ou à drástica redução dos parcos subsídios, encetada há três anos, como dos apoios logísticos, como a cedência de autocarros, ajudas à realização dos Festivais, etc., tem levado ao desespero dos responsáveis dirigentes, que são invadidos por uma indómita vontade de fechar a porta. Uma postura que porventura levará muitos autarcas – paradoxalmente! – a aplaudir. Quanto menos associações existirem, menor é o número de incómodos e estorvos no caminho da cruzada autárquica.
Esquecida será, neste imbróglio dos apoios, a vertente social, que as autarquias não desenvolvem directamente na falta de estruturas que promovam o convívio e um salutar relacionamento entre as comunidades locais. Isso é coisa de somenos importância para os eleitos, que assumiram na caminhada para o poder oferecer um “incondicional apoio” a tudo e a nada. Compromisso que se esfuma logo depois do primeiro assento na cadeira. Parece não enxergarem nada para lá das eleições.
A administração central diz recair nas autarquias a obrigação da atribuição dos apoios ao associativismo, sendo que para esse efeito recebem dotações oficiais. As autarquias ripostam e dizem que não. Só por cá...
Enquanto a indiferença e insensibilidade autárquica vai operando naturalmente ao jeito de cada cabeça, o movimento associativo, e no caso concreto as associações grupos folclóricos, acumulam encargos quando as suas carteiras já estão esvaziadas de tantas vezes se abrirem para acudir a compromissos assumidos. É a honra de cada responsável dirigente que está em causa.
Entretanto sempre vão sendo atendidas as pretensões, para variados fins, de alguns boys que usam o cartão da militância partidária. Enquanto isso, as associações – os grupos folclóricos incluídos – vão sendo condenados a uma morte lenta.
Manuel João Barbosa

OPINIÃO

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- O folclore e a raça. Pelo Eng.º Manuel Farias

SECÇÕES:

- TRADIÇÃO / INOVAÇÃO – O espírito crítico, pelo Eng.º Manuel Farias
- PORQUE NÃO TE CALAS?

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