sexta-feira, 1 de abril de 2011

JORNAL FOLCLORE

Praceta Pedro Escuro, 5 – 2.º Dt.º - 2000-183 Santarém Apartado 518 2000–906 SANTARÉM

E-mail: jornalfolclore@gmail.com Telefone e Fax: 243 599 429 – TM 919126732


N.º 182 (ABRIL)
TÍTULOS DA EDIÇÃO EDITORIAL O folclore no Carnaval e não o Carnaval no folclore
Todos sabemos que o Carnaval, enquanto folia popular, se assume como um facto folclórico com especial relevância dentro da cultura popular. Em Portugal como na esmagadora maioria dos países do mundo. Cada país brinca o Carnaval a seu modo, de acordo com os seus costumes. Conta a história que foi de Portugal, através de emigração, que a tradição do Carnaval se implantou no Brasil. Ao carácter de festa popular se associa a galhofa e a brincadeira, algumas vezes maliciosa, mordaz e brejeira. Mas, como “pelo Carnaval ninguém leva a mal”... E porque trazemos aqui à baila o Carnaval? Não o Carnaval em si, mas as fantasias que nele aparecem com relativa regularidade, que foram “roubadas” à etnografia, ao folclore – os trajes tradicionais. As vestes populares de outros tempos, que se preservam como um património importante da nossa cultura popular, e que muitas vezes vestem matrafões e matrafonas, servindo, umas vezes a uma ridícula transfiguração, outras vezes a uma pretensa representação. Em muitos casos são roupagens que foram acauteladas em arcas e baús, e que guarda reminiscências de um passado remoto, e representam memórias que os tempos não apagam. Quem se preocupa com a preservação dessas vestes, património material valorizado e marcante da nossa cultura popular, não pode deixar de se invadir por uma certa inquietação e mesmo alguma consumição, por ver usar de forma despropositada peças de vestuário que constituem um legado incomparável e insubstituível. Ao comum observador, associando a “máscara” ao folclore, logo o olha de forma escarnecida. Porque o disfarce caminha quase sempre para a comicidade. E assim o folclore é continuadamente entendido sem deferência e respeito. Nota – Naturalmente que não se enquadra neste reparo a participação organizada em actividades carnavalescas, de grupos e ranchos de folclore, naturalmente respeitadores de elementares regras de representação. O director

NOTA EDITORIAL


As vozes do Alentejo Estar-se no Alentejo profundo é obrigatório ouvir as vozes da terra. Escutar os impulsos de alma de quem canta a chama da sua terra, dos campos de trigo ou dos amores d’algum dia. E não é difícil consegui-lo, certo que as gargantas se soltam – não raras vezes – ao balcão de uma tasca ou à mesa de um Café. Sem que menos se espera. A rotina vem de séculos atrás, e poucos são aqueles que não experimentam soltar um grito cantado, de paixão ou de raiva, de apego às coisas que marcam o sítio que lhes serviu de berço. Mas que escola de polifonia tiveram aquelas gargantas para se afinarem em perfeita harmonia de sons? Naturalmente que, tão só, a natureza e o carácter que faz de cada um, poeta e trovador. Ouvi-los, parece que cada cantiga dá conta de quem canta. E torna-o um prisioneiro às raízes e a um legado cultural que sucessivamente receberam dos seus antecessores. Das gargantas largam-se sons harmoniosos em quadras feitas de sonhos, muitas vezes criadas de forma instintiva. Mas sempre em cadência e união de vozes. O “ponto alto” entra para depois o coro se uniformizar em perfeita musicalidade de vozes, que ecoam graves, sóbrias e nostálgicas. E o espaço torna-se solene, como uma catedral.

“Terra que não é cantada é terra morta! Se o cante for esquecido, a terra acaba por morrer!”, diz a lenda. Mas o alentejano não deixará morrer a sua terra, porque continua a cantar, a cantar... E a legar esse saber, que se perde nos primórdios dos tempos, às actuais e vindouras gerações. Ou não fora o cante um património tradicional vivo, constantemente recreado, por força de um arreigado sentimento de identidade. No périplo que fizemos à procura dos “santuários” do cante, no Baixo Alentejo, e que desenvolvemos nas páginas centrais desta edição, foram vários os locais e muitas as vozes que arrolámos no nosso roteiro. Naturalmente diferentes, mas sempre iguais, enquanto relicários do cante. “Voltem, voltem sempre”, ouvimos, ante o nosso desejo de voltar. O director

DESTAQUES


BAIXO ALENTEJO. O ENCANTO DO CANTE Textos e fotos: Manuel João Barbosa Caminhámos Alentejo adentro, à procura do Alentejo profundo. Fomos ao encontro das vozes da terra, que cantam com alma. Mergulhámos nos redutos da tradição, as velhinhas vendas (tabernas), onde o chão parece tremer – e nós com ele! – sempre que as gargantas se soltam, sempre que se desapegam impulsos e se entoa o cante, nostálgico, profundo, sentido, dolente e vibrante. A entrar na alma extasiada de quem o ouve. Tudo isso encontrámos e experimentámos. Afinal, a tradição ainda é o que era. O improviso das raízes ainda vivas ofereceu-nos o retrato daquilo que queríamos encontrar: ouvir cantar a alma do Alentejo. Canta alentejano, canta! O teu canto é oração... “Ser alentejano não é um dote, é dom. Não se nasce alentejano, é-se alentejano”, ouvimos. Como o cante só o será se sair da garganta de um alentejano. Que outra pessoa o pode cantar? E quando o alentejano canta, é algo que vem de muito fundo, parecendo fluir das entranhas da terra. (Desenvolvimento na edição impressa)

- EM FUNÇÕES 14 MESES APENAS SE REUNIU UMA VEZ... GRUPO DE TRABALHO PARA O PATRIMÓNIO IMATERIAL RECEBEU 209 MIL EUROS É ACUSADO DE IMPRODUTIVIDADE O Grupo de Trabalho provisório que havia sido nomeado para preparar o funcionamento da Comissão do Património Imaterial Português foi destituído pela entrada em funções da referida Comissão. O Grupo foi criado no ano passado por despacho n.º 598/2010, de 4 de Janeiro, dos ministros da Cultura e das Finanças. Funcionava sob a tutela do Instituto de Museus e da Conservação, com sede no Palácio da Ajuda. O Grupo de 5 elementos foi contratado por um período de 24 meses, “pago 14 vezes por ano”, renovável por uma só vez. Estiveram em funções durante 14 meses, tendo auferido uma remuneração mensal de 2.613 euros. Receberam na totalidade 209 mil euros.

(Desenvolvimento na edição impressa)

- DAR VIDA ÀS TRADIÇÕES. “VIVÊNCIAS DE UM POVO” FEZ ESMIUÇAR OUTRO FOLCLORE EM JOANE, VILA NOVA DE FAMALICÃO. O Grupo Etnográfico Rusga de Joane (Vila Nova de Famalicão), comemorou no dia 13 de Março o seu 20.º aniversário. A efeméride foi assinalada com um interessante espectáculo, completo de encenações etnográficas protagonizadas pelo grupo aniversariante e por outros grupos convidados. Ao espectáculo de recriações de costumes foi dado a designação de “Vivências de um Povo”, e teve lugar no Grande Auditório da Casa das Artes, em Vila Nova de Famalicão, uma moderna infra-estrutura municipal.

Textos e fotos: Manuel João Barbosa (Desenvolvimento na edição impressa)


NOTÍCIAS


- IRÁ A RTP PRESTAR UM BOM SERVIÇO AO FOLCLORE? - A BATALHA EXALTOU OS INSTRUMENTOS MUSICAIS DA TRADIÇÃO - EXPOSIÇÃO E FESTIVAL DE FOLCLORE IBÉRICO VÃO ASSINALAR 15.º ANIVERSÁRIO DO GRUPO DE FOLCLORE DA CASA DE PORTUGAL EM ANDORRA - RANCHO DE BENFICA DO RIBATEJO EM FESTIVAL INTERNACIONAL NA SICÍLIA, ITÁLIA - FOLK CANTANHEDE DECORRE ENTRE 9 E 16 DE JULHO - FESTIVAL INTERNACIONAL DE ALMEIRIM JÁ PREPARA A EDIÇÃO DE 2012 - RANCHO DO VALE DE SANTARÉM RECEBE MEDALHA DE MÉRITO MUNICIPAL - AINDA O 15.º ANIVERSÁRIO DO JORNAL FOLCLORE - RANCHO DA CASA DO POVO DE GLÓRIA DO RIBATEJO COM ESTATUTO DE UTILIDADE PÚBLICA - MISTÉRIOS DA PÁSCOA EM IDANHA: AGENDA DE 2011 - RANCHO DA REGIÃO DE LEIRIA COMEMOROU 48.º ANIVERSÁRIO - CENTRO CULTURAL E RANCHO FOLCLÓRICO DE PAÇO DE SOUSA FESTEJARAM 36 ANOS - CARETOS: FIGURAS ENIGMÁTICAS DO NORDESTE TRANSMONTANO - MONTEMOR-O-NOVO: FESTIVAL DOS “FAZENDEIROS” ENCHEU O TEATRO CURVO SEMEDO - RANCHO CEIFEIRAS E CAMPINOS AZAMBUJA FESTEJOU O 54.º ANIVERSÁRIO COM TARDE DE FOLCLORE - GRUPO ETNOGRÁFICO DE ARZILA ASSINALA 37.º ANIVERSÁRIO E LANÇA CD - GRUPO TRADICIONAL OS CASALEIROS, DE AZAMBUJA, HOMENAGEOU O CAVADOR - FALECEU CHAVES E CASTRO, UM MAGO DA CULTURA - FUNDAÇÃO INATEL PROMOVEU AUDIÇÕES FINAIS DOS CURSOS DE INSTRUMENTOS TRADICIONAIS SECÇÕES:


TRADIÇÃO / INOVAÇÃO – , pelo Eng.º Manuel Farias


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sexta-feira, 4 de março de 2011

CAPA DA EDIÇÃO DE MARÇO


RESUMO DA EDIÇÃO DE MARÇO

JORNAL FOLCLORE
Praceta Pedro Escuro, 5 – 2.º Dt.º - 2000-183 Santarém
Apartado 518 2000–906 SANTARÉM
E-mail: jornalfolclore@gmail.com
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N.º 181 (MARÇO)

RESUMO DA EDIÇÃO

EDITORIAL

O aniversário

Forçosamente teremos de falar, aqui também, de quinze anos de publicação regular e organizada deste projecto editorial. Porventura o estimado leitor concordará com os obstáculos – e quantas vezes algum estorvo – com que nos deparámos muitas vezes ao longo do percurso, iniciado já no distante ano de 1996.
Concluímos 181 edições, que somarão mais de quatro mil páginas de reportagens, notícias e mensagens, como milhares de imagens, constituindo assim um precioso arquivo do movimento folclórico nacional. Para registarmos esse espólio precisámos de percorrer muitos milhares de quilómetros, e algumas vezes passámos as fronteiras ao encontro do folclore que se mostra noutros países, razão do sentimento pátrio dos nossos emigrantes e da força que lhes assiste ao manter vivas as suas raízes tradicionais.
Se o saldo é positivo, e o trabalho merece boa nota, cabe ao leitor fazer a avaliação. E são ainda em grande parte os fiéis leitores que nos acompanham desde a primeira hora! Pela fidelidade, fica o registo do nosso reconhecimento.
Os alicerces que foram sendo cimentados ao longo de década e meia precisam, contudo, de uma maior consolidação, de mais apoios de suporte. Ou seja, de novos subscritores, ajudando com novas assinaturas, de modo a podermos corresponder aos encargos de toda a ordem, da produção gráfica aos demais encargos de expediente, sem que tenhamos necessidade de sobrecarregar o contributo daqueles que nos ajudam a manter de pé, pontualmente cada mês, o Jornal de todos nós. É um apelo que deixamos. Como prenda de aniversário, pedimos-lhe que nos ajude com a angariação de um novo assinante junto do vosso grupo de amigos ou dos folcloristas que integram o movimento, de forma activa ou não.
O director

NOTA EDITORIAL

15 anos

Substituímos hoje as nossas palavras na habitual Nota Editorial pela opinião do leitor; dos nossos colaboradores e amigos em particular, acerca do aniversário do Jornal Folclore. Mais do que falarmos, outra vez, do projecto que este mês assinala o 15.º ano de continuada publicação, damos a voz a quem nos falou de forma tão amável e encorajadora do trabalho que teimosamente levamos cada mês a casa dos nossos leitores.
Não obstante fazermos o devido destaque como primeiras letras desta edição de aniversário, remetemos o leitor para a continuação dessas palavras que registamos nas páginas centrais.

“15 anos de publicação regular do Jornal Folclore conclui uma etapa de grande mérito, um sonho e um desafio concretizado por grande dedicação, entusiasmo e muito sacrifício”. Fernando Ferreira, presidente da Federação do Folclore Português)

“Quinze anos de empenhamento na defesa da nobre causa das tradições populares do Povo Português (...) de disponibilidade para a divulgação dos princípios que devem nortear o adequado comportamento de quem pertence ou tem responsabilidades no movimento Folclórico Português – (Insp. António Lopes Pires – Passos de Silgueiros).

“O mensário é o mensageiro certo e no local desejado das vontades e do querer indómito daqueles que oferecem a sua vida de lazer e até familiar para abraçar um ideal, que é afinal um desígnio cultural que mora em cada cidadão – Dr. Mário Nunes (Coimbra).

“Informação de qualidade exige responsabilidade dando lugar a princípios normativos de verdade, elegância, educação e espírito criador, ficando a certeza que o Jornal Folclore cresce e continua – Insp. Arcides Batista Simões (Torredeita).

“A forma isenta, objectiva e genuína que sempre caracterizou o trabalho pessoal e dos colaboradores no conteúdo da nossa “Bíblia”, reflecte todo o respeito granjeado no imenso contexto do Folclore Português” – António Martins (S. Cosme, Gondomar).

“O Jornal “Folclore” tornou-se uma autêntica Instituição, com finalidades didácticas e informativas, não se sabendo bem onde começa a notícia e onde termina a formação, posto que o rigoroso critério editorial do seu Director transforma as notícias em textos formativos e a pedagogia serve-se, muitas vezes, envolvida na divulgação de alguns eventos etnográficos e folclóricos” – Ludgero Mendes (Santarém).
O director

DESTAQUES

15 ANOS

Será forçoso registarmos nesta edição 15 anos de publicação regular do Jornal Folclore, assinalados no dia 1 de Março. No mesmo dia do ano de 1996 foi distribuída a primeira edição. Cheia de incógnitas, mas com muita esperança. Porventura recebida com indiferença e desconfiança de muitos, mesmo daqueles que, por obrigação moral (por força da militância na causa) tinham o dever de o proteger e apoiar. Com efeito, o jornal era a sua (única!) voz de defesa e de divulgação do seu trabalho. Mas felizmente que foram muitos os responsáveis de boa parte do universo folclórico nacional e pessoas anónimas, que apareceram a subscrever e a ajudar o projecto editorial, oferecendo o seu quinhão de ajuda, traduzido tão só num simbólico pagamento de dois mil escudos por uma anuidade das edições do Jornal.
Manter um projecto editorial de imprensa especializada com característica estritamente particular num mundo onde pontificam os lóbis empresariais, é arrojo que não se adivinha fácil. Ao invés de um natural esmorecimento, pelas dificuldades de toda a ordem que se adivinham facilmente, o “duvidoso” projecto resistiu mês a mês, cumprindo a periodicidade prometida. Faz 181 edições! Mais de quatro mil páginas de textos e de um arquivo relevante de imagens do movimento folclórico de Portugal Continental, Insular e da diáspora.
Foi então prometido que o Jornal seria uma publicação viva, isto é, que estaria junto das acções dos promotores folclóricos, dentro das disponibilidades do seu corpo redactorial e da respectiva agenda de trabalho. E isso acabou – também – cumprido. Somarão muitos milhares de quilómetros, transitados pelos mais recônditos lugares do País, ao encontro do acontecimento folclórico ou de cariz popular tradicional.
Outrossim, será notório o empenhamento em melhorar e aperfeiçoar o trabalho redactorial, como a própria apresentação gráfica. Porventura, o Jornal Folclore assumir-se-á hoje, com um dos periódicos do País com maior qualidade gráfica. Isso só tem sido possível pela continuada fidelidade dos nossos assinantes. Naturalmente também pela completa ausência de encargos remuneratórios de quem o faz, dos colaboradores de textos ao director. Investir integralmente na qualidade tem sido o lema.
‘O futuro a Deus pertence’, diz o aforismo. A continuidade do projecto é uma incógnita. O horizonte não se perspectiva determinante e concludente. As boas vontades de quantos fazem sair regularmente cada edição, não são bastante para garantir o seguimento da publicação. Mais que isso, é preciso um continuado suporte económico por forma a que projecto não fique em causa. Para tal basta a contribuição anual de cada leitor, com a regularização atempada da sua assinatura. E se novas subscrições aparecerem, o Jornal pode crescer mais ainda. Contamos com os actuais assinantes na angariação de novos apoios.
(Desenvolvimento nas páginas interiores)

NOTÍCIAS

- Augusto Gomes dos Santos foi vítima de assalto com armas
- Ainda o folclore nas Casas Típicas
- Adufeiras de Monsanto. Ou da Beira Alta... Um protesto
- Tradições e sons de outros tempos mostraram-se na Lapa (Cartaxo)
- Rancho “Os Camponeses” de Riachos em festa pelo 53.º aniversário
- Federação entregou diplomas de filiação a grupos do Ribatejo
- Um filme de Giacometti no Rosmaninhal
- A Associação do Distrito de Lisboa para Defesa da Cultura tradicional deliberou em Assembleia Geral a expulsão de grupo associado
- Rusga de Joane prepara as comemorações do 20.º aniversário
- A moda das “Saias” foi tema de Colóquio em Montargil
- Grupos Académico e Infantil de Danças Ribatejanas (Santarém) apresentaram Plano de Actividades
- Conselho Técnico Regional para a Região dos Templários apresentou o Plano de Actividades - Serão cultural das Adufeiras de Monsanto nas Jornadas de Educação Ambiental
- Aldeias do Xisto promovem-se em Barcelona
- Rancho Regional de Fafel festejou 53 anos
- “Fandango do Pau” anima executivo municipal de Santarém
- Golegã assistiu a mais uma admirável tarde de etnografia
- Rancho Folclórico do Bairro de Santarém na Galiza
- Grupo Folclórico Danças e Cantares As Florinhas do Alto Minho (Algueirão) comemora aniversário
- O Brasil aprovou Plano de apoio à Cultura Popular

OPINIÃO

Condenados a morte lenta

Em nome da propalada crise as entidades com o dever de apoiar o associativismo reduziram – ou anularam na totalidade – os apoios que vinham a ser concedidos ao movimento associativo nas áreas culturais e desportivas. Quando a alma é pequena, tudo vale a pena.
Sem outras formas de conseguir receitas, os grupos de folclore estão como peixe na água sem oxigénio; à beira da extinção. A política que levou ao cancelamento ou à drástica redução dos parcos subsídios, encetada há três anos, como dos apoios logísticos, como a cedência de autocarros, ajudas à realização dos Festivais, etc., tem levado ao desespero dos responsáveis dirigentes, que são invadidos por uma indómita vontade de fechar a porta. Uma postura que porventura levará muitos autarcas – paradoxalmente! – a aplaudir. Quanto menos associações existirem, menor é o número de incómodos e estorvos no caminho da cruzada autárquica.
Esquecida será, neste imbróglio dos apoios, a vertente social, que as autarquias não desenvolvem directamente na falta de estruturas que promovam o convívio e um salutar relacionamento entre as comunidades locais. Isso é coisa de somenos importância para os eleitos, que assumiram na caminhada para o poder oferecer um “incondicional apoio” a tudo e a nada. Compromisso que se esfuma logo depois do primeiro assento na cadeira. Parece não enxergarem nada para lá das eleições.
A administração central diz recair nas autarquias a obrigação da atribuição dos apoios ao associativismo, sendo que para esse efeito recebem dotações oficiais. As autarquias ripostam e dizem que não. Só por cá...
Enquanto a indiferença e insensibilidade autárquica vai operando naturalmente ao jeito de cada cabeça, o movimento associativo, e no caso concreto as associações grupos folclóricos, acumulam encargos quando as suas carteiras já estão esvaziadas de tantas vezes se abrirem para acudir a compromissos assumidos. É a honra de cada responsável dirigente que está em causa.
Entretanto sempre vão sendo atendidas as pretensões, para variados fins, de alguns boys que usam o cartão da militância partidária. Enquanto isso, as associações – os grupos folclóricos incluídos – vão sendo condenados a uma morte lenta.
Manuel João Barbosa

OPINIÃO

- Para quando o cancioneiro musical e de poesia tradicional? Por Bertino Coelho Martins
- O folclore e a raça. Pelo Eng.º Manuel Farias

SECÇÕES:

- TRADIÇÃO / INOVAÇÃO – O espírito crítico, pelo Eng.º Manuel Farias
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domingo, 30 de janeiro de 2011

CAPA DA EDIÇÃO DE FEVEREIRO


RESUMO DA EDIÇÃO DE FEVEREIRO

JORNAL FOLCLORE
Praceta Pedro Escuro, 5 – 2.º Dt.º - 2000-183 Santarém
Apartado 518 2000–906 SANTARÉM
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N.º 180 (FEVEREIRO)

TÍTULOS DA EDIÇÃO

EDITORIAL
O FOLCLORE DA ESTATÍSTICA
O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou nos últimos dias de Dezembro passado os dados da cultura referentes ao ano de 2009. Relativamente aos números arrolados de espectadores que assistiram a espectáculos culturais – cerca de 10 milhões – o folclore regista uma assistência de 5% do total de espectadores que viram espectáculos culturais, ou seja 500 mil. Deduz-se que o número encontrado se refira a espectáculos com entradas pagas. A esmagadora maioria dos Festivais e Festas são, como se sabe, de entrada livre.
Naturalmente que os números não se aproximam da realidade quando é sabido que não existe qualquer controle das assistências aos eventos exclusivamente participados por grupos folclóricos. Os resultados teriam sido bem diferentes se houvesse a obrigatoriedade da apresentação dos dados pelos promotores dos eventos para efeitos de estatística. O que, como se sabe, não acontece.
Com efeito, calcula-se que num ano possam ter realização efectiva mais de duas mil realizações de cariz tradicional/folclórico. Considerando que muitos Festivais têm uma assistência média de vários milhares de espectadores, fácil será concluir que o número de assistentes registado pelo Instituo Nacional de Estatística estará muito aquém do referido na estatística agora divulgada.
Refira-se que o Ministério da Cultura financiou as actividades culturais em 2009 com 212 milhões de euros. Qual a fatia do enorme bolo que coube ao movimento folclórico, concretamente às grande realizações de âmbito nacional e internacional?
Registe-se também que, ainda segundo o INE, a receita dos espectáculos de folclore foi de 39,5 mil de euros. O Estado terá arrecadado em impostos directos qualquer coisa como 8.400 euros (1.680 contos).
O director

NOTA EDITORIAL

O TRIÉNIO
A assembleia-geral da Federação do Folclore Português elegeu nos primeiros dias de Dezembro passado os seus corpos sociais para o exercício do triénio 2011/2013. A tomada de posse verificou-se no início de Janeiro, como damos conta na página 3 desta edição.
São conhecidas as dificuldades que se conjecturam para o novo triénio. No início do anterior mandato o movimento folclórico ficou suspenso nas anunciadas medidas de fundo para a credibilização do folclore federado. Algum traquejo e experiência não deixam de estar já associados ao trabalho que ora se reinicia, na medida em que foram reeleitos os principais figurantes do elenco antecedente. Porventura o exercício terminado exigia um maior esforço num tão esperado “arrumar da casa”, no que concerne à exigência do cumprimento das regras estatutárias pelos grupos membros que disciplinam o movimento federado, que há muito deveria aparecer aos olhos do universo folclórico nacional como um modelo de representatividade da etnografia e do folclore do País. Apesar do tempo, continua a não sê-lo.
Foi pedido no início do anterior exercício “determinação e energia” aos eleitos, e em especial aos Conselheiros Técnicos Regionais. Pouco se fez, pelo menos em serviço visível, que mostrasse um pouco que fosse relativamente às metas traçadas. Alguns descuidos de retratação tradicional, continuam a ser farinha do mesmo saco num celeiro que deveria recolher somente “cereal” de primeira. A incerteza sobre a qualidade representativa dum grupo federado terá de ser coisa do passado. É preciso que os promotores de bons espectáculos folclóricos, estejam seguros de uma efectiva representatividade por um grupo membro da Federação.
Não se duvida do sacrifício e dedicação dos dirigentes eleitos, mas é preciso que haja mais inflexibilidade. Ou seja, antes quebrar que torcer. Também a “determinação” que foi pedida aos CTRs pelo próprio líder. Melhorar os resultados não pode continuar a ser uma questão de fé e esperança, mas uma realidade consistente e duradoura. O triénio que agora começa deve ser, assim, de exigência pelo rigor. Esse é o desafio. Que o tempo não seja só para a fotografia de pose. É preciso, mais que nunca, estar num tempo com os olhos postos no futuro, para credibilidade e reputação do próprio folclore. Essa credibilidade só pode partir da actividade reguladora de uma parte do movimento folclórico nacional – os grupos federados. E se as prometidas “vassouradas” limparem algum joio que seja, então que haja, finalmente, coragem para o fazer, não deixando de novo a vassoura atrás da porta.
O director
DESTAQUES
CARTAXO
CASA BRINCHEIRO: QUATRO DÉCADAS
A "VESTIR O FOLCLORE NACIONAL

Por: Manuel João Barbosa

Há quase 40 anos a confeccionar trajes etnográficos para ranchos e grupos de folclore de todo o País e das comunidades portuguesas no estrangeiro, a Casa Brincheiro assume-se como líder do mercado na confecção de indumentárias tradicionais. Um stock imenso de tecidos de textura tradicional e uma eficiente equipa de costureiras e bordadeiras mestres na confecção dos mais variados tipos de trajes, permite à popular casa oferecer um trabalho rápido e a contento. O slogan “O que você quer, a Casa Brincheiro tem” faz jus ao vasto recheio que enche imensas prateleiras e dezenas de gavetas do velhinho estabelecimento.

As primeiras portas da Rua Batalhoz, do n.º 1 A ao 1 D, no Cartaxo, são as entradas da Casa Brincheiro – a casa dos tecidos tradicionais. Paredes-meias com o Largo do Município, mesmo no centro da bonita vila ribatejana, a mais antiga e popular casa cartaxeira, está prestes a comemorar um século de uma seleccionada actividade comercial.

(Desenvolvimento na edição impressa)

FOLCLORE NAS CASAS TÍPICAS DE LISBOA.
ENTRE O ÓPTIMO E O PICTÓRICO

Textos e fotos: Manuel João Barbosa

Grupos semi-profissionalizados, estruturalmente organizados, mostram diariamente o folclore de diversas regiões do País nalgumas Casas Típicas de Lisboa, para gáudio de estrangeiros e nacionais. Entre o pitoresco, o colorido e o pictórico sobressaem apontamentos de boa retratação. Sempre implícito está a festa e a alegria. Algum ritmo das coreografias e a musicalidade das melodias arrebatam o mais cândido comensal. As figuras esbeltas dos dançarinos agarram a assistência. O entusiasmo invade a sala. O folclore português conquista todos!
A nossa reportagem passeou-se por quatro locais da capital que oferecem o tipicismo português como consumo inevitável, numa ementa que apraza pela gastronomia e pela festa do folclore. E a vontade de fazer um pé-de-dança apodera-se por vezes de alguns…

Como que uma saborosa e alegre sobremesa, várias Casas Típicas da capital continuam a oferecer como acepipe nos seus cardápios alguns momentos de folclore. Cada noite, a par do Fado, o Folclore é o prato forte da animação que é oferecida aos clientes na pós-refeição. O Ribatejo, o Minho e a Nazaré são, por regra, os estereótipos exclusivos das funções tradicionais que são oferecidos aos comensais. Os trajes são preparados para sugestionar de forma agradável, sendo os figurinos, nalguns casos, ajeitados por forma a tornar os executantes figuras graciosas e atraentes. O mesmo se passa com as melodias e as próprias coreografias, também escolhidas pela alegria e algum ritmo das composições. A finalidade é oferecer festa como remate do repasto.

NOTÍCIAS
- Debate. Ausência e necessidade. Faltou a discussão no Fórum Associ’Arte em Vila Nova de Famalicão
- Cancioneiro de Cantanhede vai finalmente dispor de instalações próprias
- Rancho Regional da Casa do Povo de Ílhavo comemorou o 27.º aniversário
- Tomaram posse os novos corpos sociais da Federação
- ‘Engenheiros’ cantaram as Janeiras ao Primeiro Ministro. Ou outra coisa?
- Reisadas e Cantares ao Menino maravilharam na Igreja da Graça, em Lisboa
- Rancho da Senhora do Monte de Pedroso reuniu em convívio
- Grupo Típico de Ançã celebrou aniversários dos seus elementos
- Encontro Nacional de Acordeonistas em Ponte de Sor
- Rancho de Paranhos cantou ao Natal e aos Reis
- Rancho S. Pedro da Belavista festejou o 20.º aniversário
- Etnográfico de Lorvão organizou Encontro de Cantares do Ciclo Natalício

OPINIÃO

- Congressos e mais Congressos, pelo Dr. Mário Nunes
SECÇÕES
- ESFINGE – Direitos e linhas tortas , pelo Dr. Aurélio Lopes
- TRADIÇÃO / INOVAÇÃO – Recolher nos documentos , pelo Eng.º Manuel Farias
PORQUE NÃO TE CALAS?

Alteração morada
Informamos que o endereço postal do Jornal Folclore passa a ser o seguinte:
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Agradece-se contudo que toda a correspondência
seja enviada exclusivamente
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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Edição de Fevereiro
FOLCLORE NAS CASAS TÍPICAS DE LISBOA
ENTRE O ÓPTIMO E O PICTÓRICO

Grupos semi-profissionalizados, estruturalmente organizados, mostram diariamente o folclore de diversas regiões do País nalgumas Casas Típicas de Lisboa, para gáudio de estrangeiros e nacionais. Entre o pitoresco, o colorido e o pictórico sobressaem apontamentos de boa retratação. Sempre implícito está a festa e a alegria.
(Desenvolvimento em 6 páginas da edição em papel)

sábado, 15 de janeiro de 2011

ALGUNS TÍTULOS DA EDIÇÃO DE FEVEREIRO

JORNAL FOLCLORE
Praceta Pedro Escuro, 5 – 2.º Dt.º - 2000-183 Santarém
Apartado 518 2000–906 SANTARÉM
E-mail: jornalfolclore@gmail.com
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ALTERAÇÃO MORADA
Informamos que o endereço postal do Jornal Folclore
é o seguinte:Praceta Pedro Escuro, 5 – 2.º Dt.º - 2000-183 Santarém.
Agradece-se contudo que toda a correspondência seja enviada
exclusivamente ao Apartado 518 – 2000-906 Santarém
EDITORIAL
- O folclore da Estatística

NOTA EDITORIAL
- O triénio

DESTAQUES
- Folclore nas Casas Típicas de Lisboa
O óptimo, o razoável e o pictórico. A nossa reportagem passeou-se por quatro locais da capital que oferecem o tipicismo português como consumo inevitável numa ementa que apraza pela gastronomia e pela festa do folclore.

- CARTAXO: CASA BRINCHEIRO. Quatro décadas a ‘vestir’ o folclore nacional

- Tomaram posse os novos corpos sociais da Federação

NOTÍCIAS
- Debate. Ausência e necessidade. Faltou a discussão no Fórum Associ’Arte em Vila Nova de Famalicão
- ‘Engenheiros’ cantaram as Janeiras ao Primeiro Ministro. Ou outra coisa?
- Reisadas e Cantares ao Menino maravilharam na Igreja da Graça, em Lisboa
- Cancioneiro de Cantanhede vai finalmente dispor de instalações próprias
- Rancho Regional da Casa do Povo de Ílhavo comemorou o 27.º aniversário
- Etnográfico de Lorvão organizou Encontro de Cantares do Ciclo Natalício

OPINIÃO
- Congressos e mais Congressos. Pelo Dr. Mário Nunes
- Representatividade etnográfica. Algumas reflexões e considerações (II). Pelo Dr. Daniel Calado Café

SECÇÕES:
- ESFINGE – , pelo Dr. Aurélio Lopes
- TRADIÇÃO / INOVAÇÃO – , pelo Eng.º Manuel Farias * PORQUE NÃO TE CALAS?
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