quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

RESUMO DA EDIÇÃO DE DEZEMBRO

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N.º 178 (DEZEMBRO 2010)

TÍTULOS DA EDIÇÃO

EDITORIAL

OSSOS PARTIDOS...

Começa a ser vulgar e corriqueiro nas actuações de muitos grupos folclóricos a cópia- imitação-réplica-reprodução das banalizadas “zaragatas de baile”, que muitas vezes aparecem completamente descontextualizadas da representação e sem uma prévia explicação das causas que levavam a uma altercação nos bailaricos de outrora, eventual e não sistemática como se quer fazer crer. E a figuração, quase sempre desenrolada sem uma antecipada preparação dos protagonistas – como uma dança, é necessário ensaiar (preparar) os figurantes para a encenação – atinge, nalguns casos, foros de uma sinistra forma de descrever a situação que “era violenta”, segundo os protagonistas de agora. E afirmam: “Havia até ossos fracturados e cabeças partidas!”. Por dizer fica – se porventura não foi já dito – que algum brigão tivesse ficado desmembrado...
Embora ajustada a uma realidade social entre as camadas populares de outros tempos, a encenação da ocorrência deve ser contextualizada na representação do grupo e, repetimos, previamente bem encenada, para que a actuação não caia no ridículo, como algumas vezes acontece, levando o público mais desprevenido a acreditar numa verdadeira contenda entre os elementos em desempenho.
O director
NOTA EDITORIAL

A AGONIA
Com apoios escassos, ou mesmo nulos, por parte de quem de direito – as autarquias – os grupos folclóricos respiram sem o oxigénio necessário à sua sobrevivência. De mãos na cabeça, grande parte dos timoneiros temem que o seu barco se afunde irremediavelmente a breve prazo. Só uma imensa carolice permite o “remar” à procura de um porto de salvação. Na completa ausência de fundos, cabe a cada carola persistente suportar do seu bolso a compra do seu traje se quer aprazar-se no rodopio das modas do seu folclore, ou simplesmente representar as tradições e costumes dos seus antecessores, como forma de preservar modos da cultura popular de antanho.
Em nome da crise, as associações foram informadas do corte total, ou parcial, dos subsídios. Uma medida que talvez fosse compreensível não fora o esbanjamento de dinheiros que se verifica noutras áreas, muitas vezes em troca de nada. Já anteriormente o apoio com a cedência de transportes para as viagens pelo País dos grupos folclóricos, foi substancialmente reduzido – uma vez mais dentro de uma óptica economicista – o que obriga a que os grupos tenham de suportar o pagamento das facturas dos alugueres dos autocarros por forma a poderem satisfazer compromissos assumidos.
“Fechar a porta” é expressão já muito ouvida. Os bolsos dos dirigentes e demais cooperantes que regularmente financiam os grupos que integram já estão vazios. A carolice tem limites. Sabe-se que a tudo isto os organismos oficiais, e justamente o poder local, mantêm indiferença e insensibilidade, mesmo quando vêem cair no poço um prestigiado embaixador cultural, que por cantos e recantos do País, e muitas vezes além fronteiras, honram e dignificam a sua terra e exaltam e promovem a própria região.
É público o fracasso da política cultural do País, com a fonte do poder central a jorrar indiferença para as esferas do poder local. Parece que a teoria usada pelos responsáveis do anterior regime – “um povo culto é ingovernável”, diziam – quer hoje prevalecer com níveis iguais aos padrões de outros tempos.
O director

DESTAQUES

- FIGURAÇÃO DA ARISTOCRACIA PODE SOAR A FALSO FOLCLORE. A representação da nobreza nas representações etnográficas

Manuel João Barbosa
Uma análise cuidada às raízes populares pode dizer-nos que não será de todo correcta a representação figurada da nossa aristocracia, ou da nobreza, nas mostras folclóricas, como alguns grupos complementam o seu trabalho de retratação etnográfica. Uma divisão social de outros tempos, tão acautelada pela alta sociedade, primava pelo seu afastamento do povo. Seriam muito poucas as alturas que a laia abastada se permitiria intervir nas manifestações populares. A distinção evidenciava-se pela superioridade e divisão de classes, quase sempre extremada por um certo elitismo, isto é, por uma cultura de elites. Se assim é, teremos como incoerente na representação folclórica a exibição de figurinos ligados às classes superiores pelos grupos de folclore.
Só será folclore aquilo que foi usual entre uma comunidade popular – o povo na sua simplicidade de vestir e de viver – num determinado tempo. Esta definição do facto folclórico valerá com espírito de Lei sempre que se quiser representar os variados aspectos das vivências tradicionais, isto é, aquilo que se considera como “folclore”. O folclore não pode ser uma coisa imaginada e muito menos inventada.(Desenvolvimento na edição impressa)

- TOMAR É UMA EXCEPÇÃO À REGRA? Câmara de Tomar assina protocolo de cooperação com o Núcleo Técnico Regional da Federação

Manuel João Barbosa
A Câmara Municipal de Tomar acaba de assinar um protocolo de cooperação com o Núcleo Técnico Regional para a Zona dos Templários. O objectivo passa, entre outros deveres e obrigações, por uma melhor representatividade dos grupos inseridos na área do concelho de Tomar, com acções pedagógicas e de aconselhamento para o melhor desempenho da representação etnográfica e folclórica dos ranchos, em particular do concelho de Tomar.
(Desenvolvimento na edição impressa)

- AS LÉGUAS DO FOLCLORE. Componente do Grupo Etnográfico de Danças e Cantares do Minho, de Lisboa, vive em Pedras Salgadas

Texto e fotos: Manuel João Barbosa
A Lisete Serrano é uma jovem bailadora do Grupo Etnográfico de Danças e Cantares do Minho, sedeado na Freguesia de Benfica, em Lisboa. Fá-lo desde os vinte anos. Vão 17 anos de uma completa assiduidade a uma intensa actividade do grupo. O facto não mereceria o destaque da notícia não fora a particularidade da folclorista viver e trabalhar a 446 quilómetros de Lisboa. Com efeito, a dedicada componente vive em Pedras Salgadas, no concelho de Vila Pouca de Aguiar e trabalha em Cerva, no concelho de Ribeira de Pena. Bem no Norte do País (Trás-os-Montes). Mas as centenas de quilómetros não a intimida a meter-se à estrada sempre que o grupo da sua predilecção tem uma actuação. Aos quilómetros da ida somam-se outros tantos da volta. A folclorista “peregrina” nada menos que 900 km para envergar o traje, rodopiar os Viras e marcar os Malhões do folclore do “seu” Minho. Muitas dezenas de vezes por ano. Sem ausências. Por paixão ao folclore.
Nascida em Lisboa há 37 anos, estudou e formou-se em Gestão, com Pós-Graduação em Gestão de Organizações Sem Fins Lucrativos. Contudo, a profissão exigiu-lhe que se radicasse em Cerva, no concelho de Ribeira de Pena, a mais de quatrocentos quilómetros da capital, exercendo funções nos Serviços Sociais da Santa Casa da Misericórdia de Cerva.
(Desenvolvimento na edição impressa)

- Associação de Coimbra promoveu Jornadas de etnografia e folclore

Manuel João Barbosa
A AFERM-Associação de Etnografia e Folclore da Região do Mondego, com sede em Coimbra, levou a cabo mais uma edição das Jornadas de Etnografia e Folclore, uma iniciativa que vem promovendo desde há dezasseis anos, e que visa sensibilizar e ajudar os seus grupos associados para uma maior e mais criteriosa representatividade. Personalidades da cultura popular tradicional continuam a oferecer preciosas indicações sobre a matéria em causa, como deixam sensatas advertências sobre a sua representação pública.
A Casa Municipal da Cultura, em Coimbra, recebeu nos dias 6 e 7 de Novembro os participantes da XVI edição das Jornadas de Etnografia e Folclore que a AFERM-Associação de Etnografia e Folclore da Região do Mondego, e que levou a efeito pelo décimo sexto ano consecutivo. A iniciativa procura oferecer ajuda aos grupos da vasta região do Mondego, filiados na AFERM, no sentido de valorizarem quanto possível a sua representatividade, consequência de uma cada vez maior exigência do público que assiste aos espectáculos participados pelos grupos de cariz tradicional – os grupos de folclore.
(Desenvolvimento na edição impressa)

NOTÍCIAS
- Editada a Filmografia completa de Michel Giacometti - Grupo da Região do Vouga reúne à mesa componentes e amigos
- Grupo Folclórico das Lavradeiras da Meadela esteve na Suíça
- Mau tempo prejudicou encerramento das Bodas de Ouro do Rancho da Correlhã
- Grupo Folclórico de Castelo do Neiva na Eslovénia
- Centenas de lendas de almas penadas, bruxas, lobisomens… Museu do Douro apresenta espólio do Património Imaterial
- Passeio e almoço de convívio assinalaram aniversário do Etnográfico de Alfarelos
- Rancho “Os Camponeses” de Arraiolos comemora as Bodas de Prata
- Grupo Folclórico da Relva actuou no Parlamento Europeu
- Tarde de folclore em Bidoeira de Cima assinalou aniversário do Rancho “As Tecedeiras”
- Noite de Folclore em Fráguas, Rio Maior
- Festa da Adiafa em Benfica do Ribatejo
- Santarém: ‘Modinhas de Antigamente’ reviveram-se nas Fontainhas
- Rancho de Godim, Régua, comemorou 31º aniversário
- Rancho da Ribeira de Santarém promove o canto tradicional do Ribatejo
- Associação de Etnografia e do Folclore do Ribatejo reuniu em Assembleia Geral constituinte
- Arrimal (Porto de Mós): Rancho Luz dos Candeeiros encerra época com jantar de convívio
- Novas tradições populares classificadas como Património Imaterial da Humanidade. Espanha viu aprovado o Flamenco
- Rancho Típico da Amorosa iniciou comemorações dos seus 75 anos
- Costumes vinhateiros na Festa do Vinho e das Vindimas em Bucelas
- Rancho Regional de Fafel em Itália
- Lançado o Cancioneiro da Região de Leiria

OPINIÃO:

- Fado e fados, por Carlos Rego

SECÇÕES:
- ESFINGE – A mulher de César , pelo Dr. Aurélio Lopes
- TRADIÇÃO / INOVAÇÃO – O andamento do diabo, pelo Eng.º Manuel Farias
- PORQUE NÃO TE CALAS?

Alteração de morada
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