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TÍTULOS DA EDIÇÃO N.º 170
(ABRIL 2010)
EDITORIAL
O menino folclorista e a rebeldia escolar
Leandro Pires, o menino de 12 anos que decidiu pôr termo à vida por, supostamente, não suportar uma inqualificável violência dos seus companheiros da escola que frequentava (EB 2,3 Luciano Cordeiro, em Mirandela), tem sido emblema da rebeldia que vagueia entre a comunidade escolar. O caso não teria merecido reflexão da parte deste órgão de comunicação social, não fora o facto da criança de Cedainho (Mirandela) ter sido um dedicado folclorista, apesar da sua tenra idade, enquanto componente interessado do único rancho que está em actividade na sua terra (notícia na página ??).
O caso Leandro é o “rosto” da indisciplina escolar que graça nos estabelecimentos de ensino no nosso País. A violência entre alunos dentro das Escolas exige uma mudança rápida das omissões que invadem um quadro legislativo deficiente, imperfeito e falho de normas educativas e formativas.
A escola deve ser um pólo de formação do homem de amanhã. E aos formadores – os professores – deve ser permitido, naturalmente de forma regrada, exercer funções educativas como de formação. Sem intercessão de rebeldia.
Que o caso Leandro sirva para alterar regras e mentalidades. Dentro dos estabelecimentos de ensino e na sociedade em geral.
O director
NOTA EDITORIAL
A formação superior
Demos conta na edição de Fevereiro da criação dum curso de formação superior na aérea do Património Cultural Popular – Etnografia e Folclore. A ocupação de algum tempo livre – as aulas têm horário pós-laboral – tem a garantia da certificação oficial da respectiva frequência, autenticada por uma credibilizada instituição de Ensino – o Instituo Politécnico de Tomar. Outro sim, o saber de um seleccionado grupo de formadores, igualmente garantirá proveitosos resultados na achega de conhecimentos sobre uma matéria de capital importância, que só tem merecido desconsideração porque a ela se associa o tão “desprezível” termo “folclore”.
Num país onde o sistema ensino, segundo um estudo recente, se rege por regras arcaicas em relação à esmagadora maioria dos países europeus, louve-se quem ousou desafiar esse mesmo sistema e propôs a prática de um ensaio sobre cultura popular no currículo escolar. E logo de formação superior!
O movimento folclórico, protagonizado pelos grupos de cariz tradicional, há muito que está carente de quadros com formação adequada que possam instruir sobre a representação. Supostas vozes sabedoras espalharam durante décadas a sua teoria. O tempo silenciou-as. Hoje espalham-se pelo País pretensas sabedorias, que se dizem entendidas na matéria, quer no que respeita à etnografia como ao folclore. Mau grado, não foram atempadamente instruídas sobre os preceitos da retratação tradicional, que permitisse uma adequada formação dos promotores folclóricos – os grupos e ranchos. Em muitos casos, nem uma longa carreira de dirigismo é o garante de boas práticas. É pobre o quadro nacional de mestres pedagogos sobre cultura tradicional.
O curso pioneiro em formação sobre o Património Popular que se anuncia para a vila ribatejana da Golegã, sob a égide do Instituo Politécnico de Tomar, dá início a um ciclo novo na área da formação. Mas o projecto corre o risco de abortar por falta de formandos.
Que os empenhados dirigentes folclóricos – como outros atraídos pela temática da cultura popular – saibam usufruir de tão relevante oportunidade de formação. O folclore nacional agradece.
O director
DESTAQUES
- OS SUBSÍDIOS DA POLÍTICA
Apoios autárquicos entre palmas e assobios
Manuel João Barbosa
Quanto recebem os grupos folclóricos de apoio à actividade pelas suas Câmaras Municipais? Qual é a política de atribuição dos subsídios autárquicos? Foi o que quisemos saber junto de vários grupos de folclore de diversificadas regiões do País com o propósito de avaliarmos os critérios de apoio financeiro e logístico ao movimento folclórico. Prognosticando uma realidade cheia de pontos sombrios, quisemos saber onde eles mais escureciam. O mapa que então pudemos traçar, dá-nos uma resposta convincente do que se passa pelo País: são em maior número as autarquias que estão abaixo da linha de água, navegando em área vermelha, isto é, não apoiam quanto deviam a actividade associativa. Cada vez mais os cordões da bolsa estão a fechar-se ao movimento folclórico em particular, com primazias e benefícios de outros sectores.
Os critérios que traçam o propósito de amparar economicamente a actividade do movimento associativo pelas autarquias são aleatórios, ou seja, não afinam pelo mesmo diapasão. Os planos de apoio são elaborados segundo a vontade dos autarcas, sem base numa qualquer norma regulamentar análoga, que deveria haver mas não há. Logo, os dinheiros a distribuir pelas associações tem orçamentação intencional, dependendo do gosto do autarca relativamente ao desporto, à cultura ou à formação. Não serão raras as transferências de chorudas verbas para colectividades desportivas de pouca expressão. Pesa o simples facto da tendência desportiva dos autarcas.
(Desenvolvimento na edição impressa)
- Abrantes: Rancho de Casais Revelhos passa a membro efectivo da FFP no dia que comemorou as Bodas de Prata
- Santa Maria da Feira: Grupo do Orfeão da Feira fez reviver as ‘cantaradas’ de trabalho num serão ao alpendre
- ACÇÃO PROMOVIDA POR TRÊS RANCHOS DO CONCELHO DE CORUCHE. Relacionar os grupos entre si e ajudar para representação
(Desenvolvimentos na edição impressa)
NOTÍCIAS
- Trapaça que chega de França pode levar ao roubo
- “Vendilhões do tempo”
- Folclore distribuiu flores pelos primeiros turistas chegados ao Funchal depois do temporal
- Entre o Tejo dos avieiros e a charneca dos vinhateiros. Rancho de Benfica do Ribatejo recriou tempos que já lá vão
- Batalha: Cantos de encanto e instrumentos tradicionais deliciaram na Rebolaria
- Tarde de Folclore assinalou o 53.º aniversário do Rancho Ceifeiras e Campinos de Azambuja
- Federação promove Jornadas Técnicas em Paris
- Jornadas Técnicas em Vila Nova de Gaia e Encontro Nacional de Conselheiros
- Feira Rural Portuguesa em Arcozelo decorre entre 30 de Abril e 2 de Maio
- Associação de Folclore da Região dos Templários inaugura sede e homenageia fundadores
- Grupo Folclórico de Faro recebe parcela de terreno para futura sede
- Capital Europeia da Cultura quer o folclore na programação
- Rancho do Bairro de Santarém: plano de actividades com 30 mil euros de orçamento
- Criança desaparecida no Rio Tua era componente do Rancho de São Tiago de Mirandela
- Rancho do Vale de Santarém vai recriar tarefas agrícolas da região
- Rancho Fazendeiros de Montemor-o-Novo assinalou 52 anos com Festival de Folclore
- Rancho do Cartaxo oferece fados em ‘Noite Castiça’
SECÇÕES
Esfinge – A essência e a existência, pelo Dr, Aurélio Lopes
Tradição / Inovação – Um olhar sobre a estratégia, pelo Eng.º Manuel Farias
Cartas ao director – “Velhos”
* PORQUE NÃO TE CALAS?
* FOI NOTÍCIA… HÁ 13 ANOS
FESTIVAIS
A S S I N E
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sexta-feira, 2 de abril de 2010
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